domingo, 24 de junho de 2012

Matando sonhos



É isso que me faz inteiro agora ou vazio demais por instantes. Enrolando um papel contra a mesa sem deixar cair o pó. Aqui eu vou encostar e dormir, sentir a vibração da atmosfera, ver o sol mais brilhante até o dia virar noite. Aqui eu vou bloquear minha mente, escurecer vestígios que não me interessará mais, apenas me sentir com dormência. Vai ser meu ritual de hoje, deixar nada me afligir, as vozes cessarão e as ilusões também. Não lembrarei de quem precisa de mim, vou ser como uma criança morta à costa. Algumas horas perdido na própria consagração sem motivos, sem porque, adormecendo de uma vida. Correndo o papel á entrada de minha narina em minha nova ordem. Todo conhecimento será obsoleto. Cante-me os sonhos, meu anjo, sim! Você ai na minha frente assistindo minha devastação, meu prazer, minha rebeldia. Acho que estou rindo. Achando graça dessas ondas a minha frente, senti o mar me queimar, mas como? Não sou o cobiçado, nem menos o invejado, não sou nada, porque ninguém me vê aqui trancado em meu quarto. Não farei ninguém me sentir, apenas eu, em mim, por mim. Ahh... Minha libertação à auge do duplo prazer. Ainda está sendo fácil lembrar dos ferimentos, puxei mais um pouco, aspirando. Até que nada fizesse sentido por não ter mais motivos evidentes que me viessem a mente, sem mais idéias, pois acabei de bloqueá-la e continuei rindo e gemendo. A espera não é tão dolorosa, não a de um orgasmo camuflado. Inconsciente ainda tinha o controle por minhas mãos, começando a suar. A coisa mais estranha, sentir-se relaxado e acelerado ao mesmo tempo, ri de novo. Venham sonhos, me alimente porque eu ainda estou respirando com uma vida violada. Viver foi algo que não escolhi fazer, silenciei sufocado até soltar o grito derradeiro, avante a libertação.
Misturando realidade e ficção, chamei nomes, todos meus. Quis estar em braços, mas o anjo estava ali bem no lugar do meu travesseiro. Me rastejei para a cama e me afoguei nos últimos momentos de prazer, fora de tudo e de todos por um grande período de tempo. Eu morto, morri nos braços do anjo...

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