sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Meu (teu) Cúmulo

Eu cocaína e tu maldita
O que seriam meus vícios perto dos seus delírios?

Procuro algo que me detenha, mas eu já nasci detido
Você é boa demais, é sonho demais, é céu demais
Para pouco, pesadelo, inferno
Este meu inferno que não conseguiste lidar
Inferno de tédio e prisões
Poderíamos ter uma vida simples no marasmo, querida
Nos alimentando de amor. Eu de você e você de mim.
Trancados para o mundo e suas libertações
Fora de todas as tentações da qual já provei
Você virgem nem bote teus pés
Eu te apresentaria o que eu quisesse
Mas você insiste em ser tão independente
Se fosse mais passiva, se fosse...
Tão cabeça fechada e critica como eu, querida

Eu só precisava de um motivo...
Agora eu tenho.
Mesmo que eu morra sendo o tolo
E nem percebo.


♺ Vergiften

Não faço questão. Não brigo por um pedaço do teu chão. Também não me farei o próprio para pisares. Pesares. Dane-se, eu não me importo. Se ama, prova. Aliás não prova, sou puro veneno. E tudo isso é loucura. Eu sou um bicho selvagem solto mascarado por ai. Acho bonito quando choras, acho bonito teu rosto vermelho. É melhor nem rezar...
Eu tão pouco acredito nesse amor que diz sentir. Eu estou tão negro por dentro que não me importo. Se queres ir, abro a porta. Eu não rezarei, não reze por mim.
Pode chorar, pode sair, só não reze
Essas coisas vem naturalmente, não adianta forçar
Quando não é pra ser, nunca será.
Tua boca é fascinante, apenas uma obra de arte na ponta do pincel
Nunca minha, nunca serei teu.
Eu nem sei o que eu queria quando sorri. Charme de maldição. Eu não quero nada.
Teu drama e tuas implicâncias, dane-se se isso me fará perder. Eu não tenho nada. Me tiraram tudo.

Debulhado

Sentei, me fiz, se fez, o que querias? Que eu exigisse, de joelhos implorasse?
Adulta, te vejo e ouço. Sem pensar que poderia dizer por maldizer para simplesmente eu te fazer ...Ficar...
Se tanto já fiz, indo atrás como um vampiro, sem direitos e poderes. Depois de tantos despachos.
Ainda me engulo na vontade de te trazer pra perto. Para poder sugar teu pescoço. Pra fazer minha noite, a minha vida. Para cicatrizar a ferida estampada ao pó. Pra trazer de volta os dias em que fui mais feliz.
Ainda me faço bem, aos teus olhos grandes exóticos. Ainda me pergunto como se salvou e assim me matou. Mas é justo, era o que precisava ser salvo. Aqui é puro teatro, vida de mentira. E o coração com febre é apenas um curto circuito. Desculpe lhe informar, este sangue não é tinta. Este ódio aí,é amor. E a camuflagem  faz parecer que não nos importamos. E eu sou fraco, sendo seu amigo e te olhando com esse óculos na mão a fazer  imagem sensual aos olhos de outrem. Fraco e Fechado, não deixando ninguém se aproximar. Com a esperança de te ter de repente debruçada na janela, pedindo pra entrar. De ter meu sorriso de volta que tú me tomaste, quando se renunciou ao pelejo.
Eu abateria anjos e dragões. O que é dito da boca pra fora se denuncia com as atitudes contrárias? Não. Você pode me culpar para a vida inteira. Só me culpa porque é um bom pretexto para ficar longe já que não pode apenas, ficar. E será que não pode mesmo? Ainda vejo seus rastros e isso me debulha. Aqui falta tudo, tudo de você.
Infeliz é aquele que ama de verdade, porque um dia tudo acaba. Eu queria ser aquele que ama em um dia, desama e amanhã ama outra pessoa, tão mais simples.
Mais simples que lutar contra essa vontade de te amar todo dia, sem perceber que o tempo acabou. E eu ainda estou aqui.




Os lábios Continuam Vermelhos

O tempo parou. Não vejo nada, não ouço nada. Zumbido em meus ouvidos e você vira pra mim e vira de costas repetidas vezes. Não se decide, nem eu. Fiz uma promessa de estabilidade. Não, eu não sou hipócrita e sei que não acreditaria se eu dissesse que ainda amo você. Eu disse em silêncio no meio do beijo, no meio das lágrimas. Eu disse em silêncio para não ter risco de zombamento. A minha vontade é mesmo fazer o caminho de volta pra você, eu quis te dizer. Mas nem eu mesmo confio em mim.
Me esconda de tudo.

O pecado nos banha novamente e o cheiro é do tinto. O pecado que me faz querer te tocar, reconhecer cada parte de você, te gravar, estalar forte ao te aprender. Fecha o livro, continua o sabor. Não foi apenas uma história, ainda somos pecadores sem intenção. Sempre esquecemos do mundo assim.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

.................V

"Por baixo dessa carne existe um ideal. e as idéias nunca morrem.."(V)
E por fora, pode ser letal. Vários caminhos para um entendimento. Este que nem sempre é alcançado da melhor maneira. Vários olhares e nenhum deles te dizem ao certo se quero matar ou te livrar os espinhos de uma rosa.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Carrega

Te carrega comigo para onde é proibido.
Onde se fará abrigo desconhecido.
Te carrega comigo para esse lugar que apelidei de lugar nenhum.
E quando não parecer que nada deu certo, lembraremos de cada riso.
E deixaremos de falar aquilo  só pra dar motivo ao merthiolate.

Mas te carrega comigo, por mais que não pareçamos um casal do filme do Sparks.
Te carrega como nunca carregou, em conta gotas para não drenar tão rápido a bateria.
Te carrega, e não liga, as vezes como um imbecil, descarrego.
Mas não descarrega de mim, seja minha bateria quando eu chegar a 0 %.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Top of the Building



Vamos analisar isso. Você senta e não se conforma. Você levanta e bate nas coisas. Você xinga. Você tem falado mais palavrões que antes. E suas mãos, ahh...Elas tremem bastante. Eles zoam que você tem Parkinson. Mas na última noite essa tremedeira levou a sérios arranhões. Eles dizem “Calma” , mas você cansou dessa palavra. E de ver miséria, corrupção, pobreza e nada pra mudar tão próximo.

Aqueles meninos pediam dinheiro na rua, mas você não sabe se é pra cheirar ou pra comer. Se você dá contribui para o tráfico e coisas genéricas. Se vira as costas é cruel. No meio deles havia uma menina grávida e ela só devia ter 13 anos no máximo. Lastimável.

Estamos todos cansados dos superiores e o que os fazem superiores? Falta de opção impera. Qual ladrão vai ganhar a próxima eleição? Os bons são mortos ou barrados antes que cheguem lá. São só ladainhas. Berço de ouro ou ladrões feitos que se metem na política para se fazerem em montantes de dinheiro enquanto nosso salário é partido pela metade e nem é a metade do que deveríamos ganhar. E com esse dinheiro eles limpam a bunda.

Essas pobres pessoas pegando todas essas doenças. Umas com um porquê, outras sem nenhum. Aquela menina de 16 morreu por não se movimentar. Aquela mulher só porque completou 40 tem doenças dos pés a cabeça. E cada dia um AEDES AEGYPTI vem com uma novidade, amiguinhos!

Olhando para cada lado desse labirinto, a maioria deles dá em precipício. Caminhos são escolhas que dão em mais dois, e mais dois e mais três e não acaba nunca. As vezes você tem que voltar atrás. Mas as pegadas ficam. Para te fazer lembrar que você já esteve ali.

Joguetes e falsetes. Você sofre, paga, conquista, perde. Tem direitos a uns sorrisos, mas a maioria é ilusão ou com limite de tempo . Contando...TIC TAC..TIC TAC...

As pessoas estão cada vez mais imundas, cruéis, imperdoáveis. Mas ainda sim você é obrigado a ser um bom samaritano para não se juntar ao oceano. Aí passa a ser otário. Aquele que nada e nada e nada pra nada. “Ei, calma” Há sempre um pior que você. E isso consola? Porra nenhuma... Nesse momento, você preferia ser (Cachorro,destrato. Planta, desmatamento. Vento, aquecimento global. Morto, espirito) nada. Você queria ser nada.

Você pensa isso. Você grita isso. E o sangue escorre por sua pele, pelas unhas que arranham sem dó. Isso te faz sentir que é ''algo'' e está em vida. Isso não adianta, mas cala a dor de dentro. Silencia tudo e o choro acalma depois do ápice. Você é só mais um humano. Só mais um imundo. E naquelas janelas ali fora, tem muitos fazendo o mesmo que você. Cada um de uma forma. Se cortando, se machucando.

E ai você se pergunta onde que és especial


Queria ser como os loucos, os inconsequentes, os sem vínculos, os que não pensam no amanhã. Queria por momentos ser o drogado da vida, amante da morte, sábio dos deleites, virgem dos pesares. Queria mesmo chegar ao topo e não ter medo, se jogar e não morrer antes de tocar o chão do 23º andar. Queria mesmo ter coragem, ser torpe. Queria não nascer nessa época de anjos lançados a terra. E se for pra ser que seja de uma vez e acabe o mundo. Mas não é assim. O veneno é lento. Tudo é lento demais, mas quando você vê já foi. Simplesmente já foi e está indo rápido. Logo estarão todos mortos e você também.