Estou embaralhado, nem sei dizer como me sinto...Uma hora
ouço a movimentação e me irritam as pessoas falando. Outra, eu não ouço nada e
me pego disperso.
Podem me chamar de maluco enquanto olho os montes, os matos,
as arvores. Eu desejo agora morar entre elas. Respirando brisa, respirando
liberdade. E me surge um sonho na cabeça, uma casa de madeira rodeado de verde.
Eu nunca sabia o que escrever no trabalho que perguntava qual era meu sonho na
escola, e agora eu sei.
Um pouco tarde demais para saber o que dizer, tarde demais
pra aprender a conhecer. Pouco cedo demais para viver desastres em chamas. Cedo
demais para me tirarem os brinquedos.
Acabei me tornando um poço de desejos incontidos. Alguém
cheio de medos guardados. Alguém que prefere sorrir apesar de tudo, mas tem uma
hora que essa porra toda explode por dentro e eu ainda escondo, mas quando
começa a transbordar e escorrer pelos cantos não há mais o que fazer.
Eu conheço esses olhares. “Porque um cara tão bonito tem um
olhar tão triste?” Que beleza é essa que vale um motim. Que beleza é essa que
meu espelho reflete apenas cansaço.
Meus olhos caem, parece que estou piorando e nada de
milagres, são os efeitos?
Eu quero ficar
sozinho, sem ninguém me atormentando. Não quero responder perguntas. Quero
escrever pra mim mesmo. Sinto uma vontade imensa de te abraçar, mas sei que
você não suportará meus tremores. Eu só posso estar ficando louco, será que é
apenas o efeito? Sei que não parece mesmo que estou feliz. O remédio está
refletindo meus demônios. Está me fazendo ser mais sincero. Aqueles fantasmas que sempre escondo toda vez que digo “bom dia”,
quando sorrio, quando digo que está tudo bem. A sensação é sim de piora e eu
não sei por quanto tempo, mas estou achando que vai durar.