Sinto cair flocos de neve.
Atravessam a vista, transpassam.
Eles caem.
Bolo de neve nos meus pés.
O frio me corta e me mata até eu não
sentir mais.
Joga asteroide ao invés de neve.
Joga e destrua tudo.
Livrai-nos
da maldade, da vida perdurada em sofrimento.
Livrai-nos e deixa-nos acreditar
por que olhos veem, não só porque está escrito.
Leve-nos para o paraíso onde o mar é raso até o fim.
Ou
para o inferno, para que nos classifique de vez nele.
Mas não aqui. Aqui não.
Dias de neve e dias de fogo.
Quem não sabe viver estará sempre com o pé nos
dois morrendo a cada vez.
Mas quem sabe viver sabe aproveitar cada um.
Como uma
planta que precisa de sol e chuva,
Também precisamos do bem e do mal, da dor e
da alegria.
Livrai-nos de uma vida censurada e controlada.
De uma vida
onde tudo é só doce.
Demo-nos a água de
sal e açúcar e saberemos assim lidar com os gostos diferentes.
O Sol bate na cara, mas não vejo como um tapa.
Preciso suar
para livrar-me da febre.