" Guardou na caixa dourada, o relicário, o presente de tudo que não pode ser contado e nem medido. Guardou, mas o namorou durante longos minutos. Ainda está presente, ainda está aqui. Você e seus pontos sem finais. Suas reclamações em gemidos e sua esperança enjaulada, ainda está aqui com todas as suas e minhas reticências...'Shaum.)
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-Já estou aqui.- Não respondeu. Quis dizer mais alto, mas
ela ainda parecia dormir
-Shauna? Chamei-a
-Shauna? Chamei-a
-Hum?- Gemeu e mexeu a cabeça, virando-a para o outro lado.

Sorri sem tanta preguiça quanto ela, balancei-a e insisti
no levantar.
-Deixe-me ver seu rosto- Pedi.
- Por quê? -Perguntou preguiçosa e prosseguiu. –Preciso de
um espelho antes.
-Besteira. -
Fiz pouco caso e pra minha surpresa ela também. Sentou-se
encorajada e os olhos imediatamente se voltaram contra a janela, pequenininhos
para a claridade, gemeu de novo e eu só tinha a rir.
-Está um belo dia.
-Acredito em você.
-Sem essa! Vamos lá pra fora. – Sabia que estava me
enrolando, mas estava de bom humor, sem bom humor implacável. Ela dizia ser
bipolar, mas eu nunca a vira de outro jeito. Eu estava esperando uma resposta e
quem sabe um sorriso, eu não aceitaria nada senão um “sim”. E ela me deu tudo
que eu queria naquele momento e até mais. Flexionou as pernas, sentando sobre
os calcanhares e esticou o corpo pra mim. Então ela sorriu e me deu um beijo rápido.
Shauna sempre arrumava um belo e simples jeito de me impressionar. Soprou as letras
em pouco som com os lábios tão próximos dos meus, senti o ar – B.D.B.- Bom dia,
Beck. Quisera dizer. Sorri mais uma vez, impondo um sorriso dentro do outro. Encarando aqueles olhos tão perto e seu rosto perfeito que começara a fazer uma hesitação. Percebi que estava demorando tempo demais em meus pensamentos.- Bom dia - Tim-tim.
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