sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Oi, podemos conversar?



 Oi... podemos conversar?

Eu andei pensando em você. Naquelas noites em que a gente bolava um junto, ficava horas filosofando sobre tudo e mais um pouco, e mesmo assim um entendia o outro perfeitamente, como se as palavras nem precisassem ser ditas.

Queria falar com você, se você também quiser falar comigo. Mas se não for recíproco, deixa pra lá. Sem pressão.

E aí você disse: “Eu disse que não era?”  

Mas são tantos questionamentos... e aquele silêncio que você sempre deixa no ar, preenchendo o espaço. É verdade, você disse que havia o silêncio, e eu acabo me contradizendo porque eu sempre digo que amo o silêncio. Só que ficou silêncio demais depois que você foi embora. Um vazio que ecoa. Nem consigo mais ver aquele personagem que você jogava...me dá vontade de dar um headshot tão forte nele, um instakill definitivo, pra acabar logo com esse vazio em forma de raiva.

Então... quer conversar?

Você não disse nada. Só puxou a cadeira, sentou do meu lado e começou a cuspir todas as palavras que estavam guardadas há tanto tempo. Sem conciliação, a gente fuma, passa a madrugada inteira divagando de novo. Ainda tem tanta complexidade em você... e por mais que eu goste das coisas mais simples agora, isso ainda me atiça. Me puxa pra perto como um imã.

Poucas pessoas são inteligentes a esse ponto, capazes de falar sobre tudo, absolutamente tudo, de forma tão interessante, tão profunda, que o tempo para.

Mas o clima da madrugada é sempre vagabundo, cheio de luxúria e tentação. Eu prometo ir embora antes que a súcubo te tome de vez.

Ou antes que ela me tome.

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