quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Rastejando


Ela se rastejava para chegar no ponto luz para ganhar uma certa energia. Tentava se mover ao máximo que conseguia, não podia levantar. Ela precisava se mexer e não ouvir as risadas zombeteiras, aquela ironia imbecil que ele insistia em fazer. Ela queria gritar, mas não tinha forças.
"Veja, voce não é suficiente". Dizia uma outra voz na cabeça dela, que não era a dele, mas se tornava a dele. Vagarosamente ela conseguiu por o braço a frente e puxar o corpo junto, ao olhar para sua mão viu o sangue, ela passou a tremer. "Patética", ele dizia na cabeça dela. Mas as verdadeiras palavras: "Sinto muito, eu não queria". Do que adianta ele não ter tido a intenção se fez? Ela soluçava e se engastava na própria saliva, cuspia sangue de tanto socar o estomâgo, ainda queria a dor mais pervessa. A voz insistia , maltratando-a:"Não era isso que você queria, até não conseguir mais gritar". "NÃO!" Ela gritava, eu não quero mais e então se rendeu. Toda vida procurando pela dor, mas não aguentou quando veio a tona. "Eu não quero mais senti dor"
"Eu quero ser feliz" "Me liberte"
Ela deixou de se rastejar para trás e decidiu ir a frente até a luz..
E tudo tinha sumido. As risadas, a zombeteria, os pedidos de desculpas e explicações que ela não aguentava mais ouvir. Estava silêncio, mas ela já estava sentindo falta do rosto, dos olhos perdidos como os seus. Vazio deixou .. vazio se tornou, ela precisa se abastecer.

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