Um inseto para o paraíso

Perto de você eu sou um inseto. Um camponês repugnante, perto da deusa que és. Tanto quis, tanto fez e meus sonhos não saem do papel. Se eu jogar metade das palavras do meu coração  o padre mandará eu rezar tantos pai nosso e Ave Maria, porque serei o invejoso cobiçador. Mas eles não sabem que por trás do teu sorriso há vontade de sangue. Há gana de vencer, não na vida e sim dos outros. Deus perdoe suas vontades aprontadas. Deus olhe com carinho para isto que te tornas e faça mudar diante a miséria que enfrentará ao teu redor, tua ou dos outros.

Dos meus rabiscos, só eu sei. Se te invades um caderno meu sente-se em profundo labirinto obscuro. Perguntarás quem sou eu. Um poeta nasce pra sofrer porque é pela dor que lhe vem inspiração. Seja de amor ou de irmão. A mágoa faz-se versos, mas o amor está sempre presente. Às vezes até parece o mal, mas não.

Quando penso que sou um sujeito indecente, alguém me diz que eu sou bom. Quem não me conhece diz melhor porque pelo contrário prefere se calar. O silêncio só expele vergonha para os bons observadores. E esses olhares de desdém eu já sei de cor. Prefiro então ficar com os silêncios que um galanteio pérfido.

Por isso me toma a vontade, não de um abismo, mas sou egoísta o suficiente para querer um paraíso só pra mim. Porque ninguém presta atenção e dá tanto valor as maravilhas do mundo mesmo. Só sabem andar pra lá e pra cá, com um telefone na mão, e viram cegos. Com fone de ouvido, e ficam surdos. Já que ninguém admira tanto quanto eu um bom paraíso, eu fico com os drogados, com os sem noção, com os rebeldes. Eu fico com a liberdade de expressão, eu prefiro rodar com o vento e admirar até as folhas queimadas. A natureza e seus fenômenos. Mas jamais! Jamais ficarei amargo como vocês, sangue do meu sangue, e isso não quer dizer nada, nada.  Porque minha real família só Deus sabe qual é. E eu saberei em breve.

As vezes me canso da vida, mas sei que tenho que continuar aqui e é bem melhor fazer algo para o meu caminho se tenho que continuar aqui até Deus sabe quando. Mas quando me for, não irei mais sozinho. Quero andar aos Andes. Não preciso morrer, apenas correr daqui. Não sei até onde iria por doar de mim para sair desse lugar. Minha amiga, eu iria e não olharia pra trás, pra ninguém. Porque só eu sei o que se habita na minha mente e coração. Só eu sei o quanto é bom o cheiro da liberdade e agora quero sentir o gosto. Porque eu sabia! Eu sabia que quando provasse da torta eu iria querê-la inteira. Pois então faremos uma festa, minhas crenças não são as mesmas de anos atrás. E eu não sou tão dependente daquela senhora, nem um soldado medroso para a morte. Preciso do meu caminho mesmo que comece em vinagre. Minhas feridas borbulham e é como se não conseguisse sair do que me enclausura. Tuas teias não saem de mim, mas já me desprendi da maioria. Eu quero sair! Quero morrer para renascer, isso precisa ser feito. Por Deus, não estou cantando tua morte, nem a de ninguém. Mas não aguento mais seus sons, suas caras. Você não cala a boca e minha cabeça está pedindo pra explodir como dinamite. Eu só quero ficar sozinho. Viver minha vida e mandar vocês se foderem. Pensando bem, isso não. Mas saibam viver, já cansei de servir de apoio. Cada um está aqui para um propósito e o meu não é o mesmo que o de ninguém, por isso... ninguém tem nada haver com o problema do outro. Se você está na lama, é porque quer, lutou pra isso, ou não lutou, apenas acomodou e agora não sabe nem engatinhar sozinha. Vai pro inferno essa cambada de acomodado, eu não vou ser igual a vocês.

Ter orgulho de estar nessa situação é o fim, sinceramente.. Eu cansei de levar problemas alheios. Minha mão já dura mais na vela. Tente também. E eu não vou acender a sua. Preciso dormir..

Hipócritas, mesquinhos, pequenos, ...

Deus me livre de vocês para o resto da minha vida.

Circus

Alguém me deu um choque quando estava a 220V. Mas isso foi bom. Não se pode viver a vida toda em frequente e alta adrenalina. Uma hora os músculos precisam descansar e a mente acalmar.

Estou correndo de novo, entre outras direções. Estou correndo para fazer meu sangue circular porque não aguento ficar parado muito tempo.

Andei olhando os malabaristas e contorcionistas. Os domadores que não me chamam muito atenção. As belas dançarinas em grande elefantes, então nunca vi uma mulher tão linda quanto você.

A coroa caiu no chão em meio do espetáculo. Ela está caída bem aos meus pés parecia estranho, mas estava acontecendo e ao final veio até a mim. Não seria muito do meu feitio apenas devolver. Poderia ter passado uma manada por cima eu mereço uma recompensa. Então o choque. Do mais gostoso que alguém já tinha tentado me dar na vida. Desta vez eu permiti sua mão em meu coração com o perigo de arranca-lo e dar aos cães.

Foi no circo, nosso teatral. Nossa peça de amor em pleno carnaval clássico estilo cabaré.

Contei das lanças que lançava as nuvens. Contei dos dardos no mar. Do sangue na areia e seus olhos só brilhavam calmos, nunca perdia o brilho. Teu brilho próprio.

Admirar a cada dia mais está muito além de qualquer grande coisa. Está além do que morar na cidade maravilhosa. Porque é paraíso quando se ama porque o amor floresce tudo. Até valões, situações difíceis, favelas, balbuciações de terceiros. Onde estão meus caminhos tortos agora? Deixei toda a minha estrada pra ficar na sua.

Estou correndo agora e há uma dançarina do meu lado, ela me chama de “mágico”, temos o nosso circo e nosso sangue a 220v.

地獄

Aparências as vezes é tudo. E as vezes não quer dizer nada. Depende do ponto de vista.

Ainda me encontro perdido e com medo de ser encontrado. 

A verdade é que uma vez no inferno, você pode até sair pra viajar, mas lá é sua casa.

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Eu ainda continuo sendo aquele não merecedor de teus altos depósitos. Por mais que eu tente, a máscara não some de mim e eu não consigo ficar crú, nem pra você. E sei que vai chegar a hora que você irá por mais verdade na máscara no que meu rosto pra você. Te juro amor, que não uso máscara contigo, por mais que eu seja bom em mentir até pra mim mesmo. Quando deito no travesseiro a consciência pesa e eu não preciso dos seus sermões.

Amo esse sensação que você me causa. O interno entre suas nuvens, a estatua na minha estante, minha dose de vida tão sonhada e diferente de tudo que fui. Você ser eu é a cura de mim que nem Deus poderia fazer, mas sim, ele fez por meio de você. Fico pensando o quão filho da puta eu sou. O quão egoísta e baixo. Digo pra mim mesmo que não é apenas pela ideologia e as sensações. Essa liberdade, esse poder que tenho e sinto sobre você. É porque é verdadeiro, porque eu não estou mais entre os malévolos. Isso começa a me perturbar quando atitudes não são condizentes. Mas o que estou fazendo? Mais uma vez me pergunto isso. “O que estou a fazer ?”

Quando seus sonhos me declaram é quando eu mais tenho medo. Quero ser bom, mas porque é tão difícil?

Encontrar Deus indo pra uma espelunca e ouvindo pastor falar, não beber não fumar é fácil demais. E isso não me leva a lugar nenhum, eu sei porque já fiz. Então você, meu tesouro incomum, te guardo na minha caixinha pra daqui nunca sair. Quero que sinta liberdade entre essas quatro paredes de madeira. Minha caixa de coração, minha caixinha pequena de coração. E eu te cuidarei, como nenhuma outra teve o prazer. Eu te cuidarei, e não chore quando eu não mandar. Deixe-me de frequentar, minha luta por novas sensações, todas com você e eu fecharei seus olhos quando eu não puder ver. Minha boneca intacta. Não quero ver dúvidas em teus olhos, focalize nas minhas palavras, elas entraram no teu cérebro como doença e a culpada será você. Eu me viro e me desviro, mas a minha lição você aprenderá.

Chave do céu

Se mostre! Mostre o que há, pra mim.

Por trás de todo esse azul, manto escuro brilhante.

Mostre-me e seja Deus por instantes.

Profeta, vidente, poética, profana.

Mostre o que há pra mim, por trás do escuro dos seus olhos

Mostre por um segundo e feche-os.

Não me apetece saber o conteúdo do grande mistério, mas sim ter sua chave  para que eu possa abri-lo. 

Deserto Mar

Então eu a tive nos braços podendo sentir seus últimos suspiros. A tive em sua fraqueza e seu extermínio. Lonjuras por causas minhas imaturas. Eu tive uma lágrima que me queimava o rosto. A morte de repente não era mais bonita aos meus olhos. Bem diante, crua. Era a última pessoa que eu queria que acabasse assim, por mim. Por mim, malfeitor de dilemas impossíveis. Acreditar nesse seu mundo de possibilidades ainda me deixa tonto, mas como eu queria ter os olhos inocentes de uma criança. Tão quanto dizes que é. E que nada vejo. Nem almejo, a não ser teus olhos castanhos de menina anjo invariável. Menina agora morta sem o acalento que permitia ocupar toda a vida passada e futura por seus desejos prolixos e impermutáveis. Menina morta por não ser conduzida minha respiração em sua boca, razão de vida e cheiro bom. Cheiro de respiração. Por não ter minhas mãos queimantes em tua pele branda e não-fria. Por não ter meus cuidados, quem imaginaria? Por não sentir a metade da alma.

Mas menina eu lhe ressuscito porque não me apetece não ficar. Sem tua completude em meu ser. Sem teu "ter e não ter" ocasional. Sem tuas obras- primas. Sem teu gosto, teu toque, sem você. E faço isso pensando em mim e em você. Porque quem te daria de beber nesse deserto que vives. Eu tubarão tão acostumado com o mar. Te faço minha bela sereia a clamar. E então fecha os olhos e precisa agora acordar nesse lugar novo que eu te induzo e só estou lá por sua causa. Como imaginar, onde já se viu. Que poderíamos fazer do deserto uma ilha paradisíaca?

Mundo que ninguém vê

O paraíso é como a felicidade, é momentâneo

Bloqueei meus antepassados para cavalgar com você. Nosso mundo que ninguém vê.

Que beleza tem nas ruínas? Preste atenção nos ecos. São como os sonhos que parecem em vão, mas não são. Disse o anfitrião: Aqui se deve, aqui se paga. Mas porque não acreditar no infinito quando o céu acima de nós nos mostra isso. 

Curioso vermos as estrelas que já estão mortas, curioso porque até nisso o valor só se dá na maioria das vezes quando se vai. Tudo tem um porquê e é preciso ir bem lá trás para obter respostas para algumas de suas perguntas. É necessário pensar e isso não é prova nenhuma de você existir. Nessa atualidade em que avoaço é normalidade e aparência é mais do que a prova do ser. 

Quem não se cansa do mundo? Quem merece levantar a cabeça e assistir uma bela noite como esta?

Penso que todos somos merecedores de uma nova chance, da vida, da liberdade. Mas as vezes não. O lado punição fala mais alto porque não dá pra entender porque acontecem certas coisas com pessoas inocentes. Seja de qualquer coisa, angulo ou grau. De uma morte até a um "vai pro inferno" e pior; o desprezo.

Mas temos que ser assim. Bloquear nossos antepassados para cavalgar a felicidade. Porque para alcançá-la muitas vezes esta momentânea, é preciso ir além e perder a memória. É preciso levar a mente a outro mundo, um que você jamais acharia que pisaria. É uma felicidade diferente da que simplesmente bate na porta e você não atende ou pede pra voltar mais tarde. É uma felicidade que se planta e se colhe depois de tempos. É a felicidade que dá mais preguiça.

Em falar em preguiça, eu estou com preguiça de olhar na cara de certas pessoas. Preguiça de sorrir, de motivar. Eu estou com preguiça Deus, tire isso de mim. Prefiro ter a capacidade maioral do desprezo cru. Prefiro ouvir sem ouvir nada. Não absorver. Essa parte eu deixaria para o saco de doenças de cada um.

Meu mundo se difere do real e do fantasioso. O meu mundo é o meu e só. Quem ousa classificar? Tome conta do seu. Porque todos nos temos uma visão diferente sobre as coisas e cor dos olhos. Todos nós em níveis diferentes, mas de acordo com o mesmo sistema. Se ao menos as pessoas soubessem dar as mãos e perceber que o poder de dois é mais forte do que de um. Que a fé pode fazer milagres. E que tudo que temos que vencer é a nossa mente. O mais perigoso dos inimigos. Os mais incontroláveis pensamentos.

Infelizmente, ou não o caminho do bem tem que dar muitas voltas. E quando você acha que está chegando lá, percebe que não está nem no meio do caminho. 

Mas eu acredito em saltos e triunfos.