quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Blue Jay

"Então use-o e prove
Remova esta tristeza arrebatadora
Estou ficando doido, estou ficando deprimido
Mas você pode me salvar da loucura" (semisonic) 


Confesso que é prazer por todo anfiteatro. Confesso que ainda escuto a voz acrisolada de sopro com o oceano. Por busca do prazer de ir longe à travessura e continuar no mesmo lugar. Um sonífero, um passatempo para o fim do beco e eis o fim do poço. Mas pra tudo há saída, pra tudo há um nunca mais e um restauro. Da fonte branca, bebe de futuro ansiando enquanto o passado passa. Chora, grita e sente. Não tem como fugir, não tem repelente. Cuspa e grite contra toda essa gente, que só faz história para micos ver. Teus micos, bicos ...Insultos e zunzum. Não nos leva a lugar nenhum. E nem perdurou ternura a serpente .
Ainda sim, confesso que o prazer apenas adormeceu. Mas ao deparar alguém como eu , teatro vivo, cortinas abrindo. Sem palmas, mas não preciso de “boas vindas”. Que se dane as “odelicias “ e narizes de postes cheios de luzes.
Pernas bambas como cordas bagunçadas de circo. Quanta perdição por adoração. Triste ou feliz , por que choras? Estamos arriscando amando como pássaros blue
jay, por uma briga que vale a pena. E dane-se...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Libertinos

Era um cano dos grandes fazendo fumaça, estava jogado no canto, em cima da pedra.
Era a camisa branca molhada de suor e suja do dia, vagabundo
Era um rasgo do canivete bem no meio, irreconhecível
Era sangue de honra falida, um perdido
Olhos não se viam pelos cabelos, apenas ao levantar a cabeça.
Decepcionei, sinto isso, mas não liguei
As entrevistas foram improvisadas, mas duas iscas.
“Então, estou pronto pra vocês!” Ele disse como se tivesse se cansado no banho.
As duas se juntaram à mais duas, caídas. Elas não deveriam estar naquela grande sala. Um quarto improvisado de libertinagem. Uma virou pra outra e disse que queria partir. Mas como? Trato é trato. Serão pagas por isso. Sem abortos.

Mas eu, estava chapado demais para encarar os degraus.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Nevoeiro

Um espectro reflete em seus olhos. Uma sombra de verão.
Pode durar pra sempre, esse vento nos cabelos.
Pode durar como fogo queimando sua morada
Como o êxtase do quadradinho na boca
Seremos todos aberrações. Amando por lamentos. Falando com as paredes
Que mal tem falar sozinho? Eu sempre invejei o que os loucos fazem de melhor
No meio de toda a neblina...
Dance com este forasteiro, dançando em câmera lenta. Você apenas pensa que está. Mas não... Está rápido demais e se você pudesse apenas sair, você sairia, mas não pode evitar ser uma aberração também.


Frios são os meus olhos te levando pra lugar nenhum, tão longe que você não consegue voltar.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

KaBuM!

Então me esquivo e quebro tudo, sem limite seus gritos. Foram os alucinógenos e ainda põe a culpa em mim.
No auge das drogas, poderíamos ser mais. Subimos e subimos e quem dirá ir mais longe. Chegamos nos tetos e pisamos nos cacos de vidro. Nossos pés nada sentiam, gostávamos da cor do sangue. Excitante e tão certo.
Você pode bulir. É bel-prazer,  tão doce. Paralisam nossos pretextos. Querer e não poder

Você chora, você grita. Eu brigo e viro as costas. Você me empurra e me soca. Eu te agarro deitado no chão. Então você faz força e toma um pouco disso. Se sentir em predomínio é sua ousadia. Então eu puxo isso e despedaço tudo . É só pecado, é só magia. É só um pouco disso e isso te sustenta. Mais uma dose. Louca demais. Mais um pouco e overdose, isso é uma vitória. Sobe e kabum. Com tanta força, trágico. Suas mão escorregam suando frio. Mágico e não trágico, se confunde com o deleite. Como se fosse um dragão desaforado. Que fatalidade é essa nossa dedicação.  Era tão escuro, tão preenchido. Era um milhão igual a zero. A dor persistente que te fiz sentir, o dedo insistindo na ferida aberta. E mesmo assim pedia por mais, tão masoquista. 
Já foi a época que fazíamos historias e pulávamos na chuva, nos sentindo como Deuses. Era Poseidon e tua cina.