quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Linha de Chegada

Como um ponto de chegada de uma corrida que você sai perdendo e desde o começo você sabe o fim dela, mas se arrisca, se entrega. Oferecido de banquete ao banquete.
 Não se limita por mais que seja consciencioso. Não tem como escapar dos batimentos mais desenfreados ou de olhos marejados no fim.
Simplesmente Adeus, é o que dizemos e depois simplesmente aceitamos. Como um final de filme bom, que você não quer que acabe, mas bate menos de duas horas e foi-se. E você anseia por uma cena a mais. Aquela cortada que não entrou para o filme. E você faz isso afim de esticar um pouco. Também acontece quando a gente lê um livro de um filme e ganha umas cenas extras na cabeça.
Se você participa do filme você se pergunta sempre o por que não aproveitou mais dos momentos. Mesmo que tenha feito de tudo por todos eles. Esse sentimento sempre sobra, junto com a saudade e alguns abraços.
O pra sempre não é feito de um momento. Ele nunca dura.
O pra sempre é feito de vários momentos. Encaixando mais um a cada caminhada. No fim, você está sozinho. Acredite em Deus e terá um amigo do tipo imaginário. Porque senão és consumido pela solidão do fim. No fim ninguém está com você.
Tudo tem fim. Nada dura pra sempre. Lições e mais lições. Estamos aprendendo juntos.

Estamos na linha de chegada, você vai pra um lado e eu vou para o outro para uma nova corrida em que não seremos campeões e nem perdedores. Apenas aprendizes.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pra sempre nem eu

Gastei alguns drinques, estive por baixo, porque quis estar. Navegando sozinho, sentindo o perigo que é ter uma pessoa do lado quando meus créditos parecem nulos aos seus. Mesmo quando digo não, me contradiz. Estás, não por direito. Convite negro com orelhas nas pontas. Propositalmente. Não deixo sujeira sem um tapete. Não reinvento, apenas invento. E a tua resposta está aqui. Não! Sem convites de casamento. Minh'alma é daquelas que nasceram para velejarem sozinhas. Não quer um aliado, nem sabe ter. Ser. Amigo, não sabe ter, ser. Amante, sim, convite. Porque é descartável. É de momento. Pra sempre nem eu, minha cara. Nem eu...


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

César

Um mico literalmente, um mico. Me chamavam de César. Pulava de galhos em galhos com as magistrais cambalhotas. Feliz debaixo do lenço azul. Saúde era o verde das plantas, o florescer, os frutos. É sentir que é importante para alguém tanto quanto esse alguém é importante pra você.
Estava protegido a noite e os assobios em vão não mais me assustavam. “Eu te amo” e um beijo na testa era o que eu costumava ter todas as noites. Acalentado por ela. Eu era dela e não dele. Ele era um intruso que eu aprendi a gostar.
Ele era bom, me ajudou em uns labirintos da vida. Ele foi bom á curto prazo. Até sua mascara derreter a face. Afinal a atenção dada a mim deveria ser toda dele por direito.
Entrou uma época difícil. Guerra por um lugar, fome, violência. Então ele tramou tudo. Iriamos pular direto na água e atravessar até a casa que precisava de reforma. Viveríamos lá seguros, pintaríamos a casa de verde e branco. Teria detalhes feito por uma família. Ela pularia primeiro, depois ele me ajudaria e pularia comigo, mas ele esqueceu dessa parte. Ele pulou sozinho.
Lembro de vê-la com seu rabo de cavalo ainda seco atravessando para o outro lado. Não tinha perigos, a água era azul, o dia era bonito. Ele me olhou pela última vez e pulou atrás dela. “Ei, eu não posso voar. Eu não consigo ir sozinho.”
Assisti a casa mudar, reformar. Estava sozinho e meu estomago embrulhava, eles estavam demorando a voltar e provavelmente nem voltaria.
Demorou a cair minha ficha. Resignado. Aprendi a viver sozinho na mata. A fome pior era do amor dela. Aquele que ela me acostumou. Será que não notara que eu estava aqui e não fui? Dava tudo para entender o que aconteceu.
“Simplesmente aceitou” disse o forasteiro. “ Eles se esbarraram com macacos em um circo proximo na cidade. O olhar dele preocupado a tomou, mas ela abaixou os olhos e quis desfocar.”
Ela não voltou por mim nunca, apesar de eu estar esperando até o ultimo suspiro. Uma ilusão que eu criei.


Até onde vai a ganancia? Até onde vai o ciume? E o egoismo? O medo de perder... De não sobrar mais nada pra você...  
Qual a parte que todos entendem que há espaço para todos?
Até onde vai o comodo de apenas ficar e ir levando?
Quão verdadeiro é um dito de amor e um ato?
Até onde vai a manipulação de uma pessoa sobre outra? Até onde deixamos tomarem conta da gente?
Será... Será que ela sabia que eu estava vivo?
Até onde vai o caráter de uma pessoa que mente olhando em seus olhos? E até onde podemos acreditar em tudo que dizem mesmo vindo da pessoa que você ama?
Eu só sei que morri sozinho e eu tive aceitar.

Quem sabe outras teorias expliquem o fato verdadeiramente de sofrer por um motivo e de morrer por todos eles, só para poder nascer de novo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Eu imploro que você devore. Devorar!

I crave you to devour. Devour


Se eu pudesse escolher um som teu preferido, jamais conseguiria. Os cânticos de seus gemidos ecoaram no quarto. O timbre que vai e volta. O efeito sonoro diferente a cada solavanco. Brusco, forte, porque é assim que ela gosta. Sentir-se dominada, sentir-se a presa.
Os lábios separados molhados por sua língua ou minha boca, tão sexy quanto seu batom borrado. Gata Borralheira quando sorria. Contraste de beleza e sedução.
À vontade, devorar.
Meiguice, atassalhar.
Entregue a mim. Ao seu monstro, minha bela, não deixe que olhos celestiais te driblem. Se entregue até não sobrar mais nada. Tendo em total claridade de ideias de que perante a ti eis a besta.
Ela finge que entende, se faz  doce, diz o quanto gosta da minha alteração de personalidades. Eu sou um ator, um fingido. Sou um promiscuo, a aberração de pensamentos sórdidos. Eu sou quem abre o caminho para você passar e bloqueio quando quero.
“Gosto dos dois. Dos dois lados” Ela disse. Mas me arrepia com essa ironia, esse estado felino voraz. Desse tipo como faz minhas costas baterem forte na parede. Quando enrola os dedos em meus cabelos e puxa enquanto beija.
Meu sorriso é sarcástico e quando este se libera é um bom sinal. No fundo todos gostam de se sentirem domados por tempos e donos da situação em outros. Mas não sei ficar muito tempo por baixo.
O som como um adicional de pimenta. Estava mais cáustico a cada ranger de dentes. Era o que começava a fazer sempre que partia para um beijo alucinante. Arrancava suas roupas, sem rasgos como ela adorava fazer, porém não me portava como um menino bonzinho. Seu corpo parecia dançar ao acalento quando a empurrei na cama. Quem disse que ela não gosta do lado bestial? E do meu corpo tapando o dela com sobras. Para que minhas costas ficassem livres ao teto e então ela poderia arranhar com liberdade pra cima e pra baixo consecutivamente. Ranger de dentes e beijo. Aquele que lábios se esfregam. Um beijo carente de oxigênio. Aquele que a noção do tempo é totalmente perdida. Sempre que nos perdíamos em um beijo inocente inicial, não sabíamos lidar com o fim de um simples beijo imaculado.
Ela não gostava de ter seus gemidos impedidos, eu sabia, mas fazia impedir só para irrita-la. Para fazer cólera. Respirações corriam quarteirões e nós ali sem sair do lugar e nem mesmo rolar. O beijo virava lambida. O arranhar virava mordida. Ela sempre pede no começo que eu a invada. Mas não. Te farei sofrer.
Seu corpo seguia em ondas sem mar. Se sentia presa e inquieta com o seu pedido não atendido. Ela não precisava falar, eu sabia. E eu não precisava dizer não, ela sabia que teria que esperar. E por seus risos tentava manter o controle, ou fingir que tinha algum.
Seu corpo como uma aventura. Adorava senti-lo se contorcer. A realidade mexer com o imaginário. Provando oras certo e oras errado. Meu desejo estava sendo realizada, com sua permissão entre suas pernas. A língua quente que te fazia gemer enquanto em círculos nos dava prazer. Olhava para você enquanto arte. Bolas azuis encontrando teu sorriso maldoso. Gostava de ver sua feição, seu requebrar alem de sentir suas mãos inquietas. Gostava de ver e outros momentos, apenas imaginar... Brincar com a realidade, trazendo para meu imaginário. E depois, pagar pra ver.
Sou feito de provocações. Constância é grátis em presença. Gosto de comandar e gosto de fingir que comandas.
Serpente afiada? Vários animais em um, ela é. E uma viciada. Sim uma viciada acamada e em todos os cômodos. Dar-te-ei a droga. E então a caça contra o caçador, a serpente deixa de ser tu. Sorriso maldoso agora meu, a encarando perto. Tua boca a retorcer. Demência. Meu fraco. Seus lábios em tentação. O veneno vinha deles, molhados pela língua. Minha e tua.
Seu corpo se eleva, parecem andar pelos lençóis de cetim. Em decorrência, sua cabeça no vão. Eu brinco: ‘Logo estaremos no chão’. Ela não se importava se chão ou não, se inferno ou céu. Ela só queria estar ali me encarando o quanto podia até não resistir mais. Respondendo prazer, me fazendo sentir os extras. Segurei-a para que não caíssemos e isso nos fez uma concha fechada. Colei minha testa na dela e enfim fechei os olhos, estes que não te encaram e nem te engolem mais. Agora é céu. Sentia-se paixão. Soltei um gemido contido quando o peito apertou. Mas nem todo tempo é céu. A vida é uma montanha russa e o inferno chega, afinal é preciso rodar. Encaixei-a em cima de mim, meus joelhos afundavam na cama e minhas mãos afundavam seus ombros. Venha, venha. Estava eu chamando sem voz, eram os olhos, era a minha boca:' Venha, venha agressiva.'
Era como pedir. “Senta com vontade indecisa e decidida. E assim consecutivamente.”



Artes, artimanhas. Brincadeiras por força de braços, levantamento de corpo. Na maioria das vezes voltava eu ali tapando mais uma vez seu corpo. De mandante. Insistia na armação. Era como truque a resistência. A empolgação vinha de graça. Mentos. Ápice.
Arte é para os criativos. Força para mim. Tu és como uma bonequinha de pano a comando de meus braços fortes. Miados berrados são para os gatos. A gata é você. E eu sou aquele que derrete tuas armaduras. “Ela vulcão e eu Dragão.”

“Perfeito. Quente. Incendiador. Vindo de dentro. Calor como larva de um vulcão. Prestes a entrar em erupção. No final, só destruição.”

Voilá

Toca-me por fora incendeio por dentro.
O fogo que expulsa, como fui do céu. O seu paraíso. Você não me quis mais de algum jeito. Você não quis mesmo sem querer. Por que fez de tudo. Você fez de tudo para que eu não quisesse estar. E não foi dessa vez, o brilho do meu sorriso não é seu e muito menos verdadeiro. Eu não soube como beber o vinho, desisti e você entornou. Totalmente o contrário. O contrário, nós somos. Sem querer a água secou, a cachoeira não está mais lá.
Toca-me por dentro e queima-te. Teu lugar é bem longe do meu inferno pessoal. Pessoas te veem como espuma e assim torna-te descartável.

Toco-te por inteira, perco meu tempo. Teu passado está no teu presente e o futuro não te convém. Sem querer você não me quis. Expulsou-me então te queimei. Ainda restaram suas cinzas. Soprarei dentro de uma bexiga e ela voará...voará...Voilá

domingo, 9 de novembro de 2014

"Não brigue"

São os estágios do corpo. Mente. Arrepios.
Você não sabe como é.
É uma nova vida. Como você cresceu!

Está sentindo bem? Você sabe como se sente?
Não para de se contorcer, está chamando pela morte das borboletas.
Eu não sei como se sente, mas eu sei como eu...
Ânsia por fúria, isso estava em mim.
Você disse “Não brinque”, eu disse “Não brigue”
Porque assim fiz... Não poderia ser diferente.
Menininha, como você cresceu!

Seus olhos deliram. Você está ou não aqui?
Pode pensar que sorriso te toma, mas são as lágrimas que tu engole.
Eu sou mesmo tua fantasia ou um pesadelo que virou realidade?
Eles te disseram: Menina, não brinque com fogo.
E mesmo assim tu brincaste e pediste “Não brigue”
Ah menina, tu gosta que eu implore.
Tu gostas de brincar com o fim da linha, só pra anunciar um novo parágrafo.
Ah menina, tenho excitação por tuas ideias.
Eu disse “Por favor” e tu choraste. No entanto, quem é o vilão agora?
Dedos agarram e avermelham a pele. Tu gostas de manchar de vermelho, mas dessa vez preferiu o batom. Tu bates na minha cara para que eu pense que é tesão, mas é raiva. Amor, é raiva.
Eu nunca saberei como agir, você nunca saberá o que dizer na hora que eu começar a assumir.
Tu sabes que não há saída. O circulo de fogo está formado. Dispa-se pra mim.

São os estágios do corpo, mente. Sonhos, vida. 
Menina, você cresceu!
Use-me, me apreenda. Eu só posso partilhar desse prazer e concordar.
Depois eu serei obrigado a matar. É a minha natureza. É um alivio, um vicio, faz parte do jogo.

Eu te abraçarei de qualquer maneira. Por enquanto, eu te deixo pensar que governa. 

sábado, 1 de novembro de 2014

Angie

"quando aquelas nuvens todas desaparecerão?

Angie, Angie, para onde isso vai nos conduzir a partir daqui?"




“Não vire de costas” um lado me diz. Angie, já não sei o que fazer para te segurar em meu lado mais seguro e não deixá-la cair. “Solte” outro lado me diz tão certo de que não haverá algodão doce para fazer um sorriso feliz.
Alguma voz cantante ao rádio diz que nunca sobreviveremos a menos que sejamos loucos.
Loucos, sabemos que somos, mas a classificação está certa mesmo?
Sentei ao chuveiro e tudo se misturou em água. Não denuncias meu choro, apenas pela cara. Os olhos vermelhos estarão logo mais, mas não posso evitar. A dor é maior que o sol de 40 graus queimando a pele. Isso não é nada... não é nada.
Meu real desejo é firmar o eterno. Mas será eterno de qualquer modo. Difícil será continuar eterno e não poder tocá-la. Difícil matar a esperança que em mim é como fonte. Difícil dizer que já foi tentado tudo.
Você tem medo que eu tome veneno, isso é o que te prende?Eu ainda prefiro acreditar nas tuas palavras ditas em momentos de verdade nos olhos. No momento que teus olhos estão bons, limpos, amorosos. Ouça: tu vale minha vida , mas não a minha morte.
Não permaneça se é por medo que firma o pé ao meu lado. Não fique se não quiser ficar.

Mesmo com tudo dizendo o oposto, eu fico. Porque quero ficar. Porque eu amo, Angie. Eu amo você.
Mas...
É o momento de dizermos Adeus?