Vou escrever porque não
posso falar, mas vou esconder nas palavras o tanto de rabisco e tentar manter
as letras bonitas. E você não vai perceber o quanto estão tremidas. Nunca vai
saber com que olhos olharam e se manchei o papel.
Vou escrever porque não posso recitar. Vou mentir porque já
não é de mais valia. Vou me contentar porque a luta não é suficiente. Mas vou
dizer-te que não é o suficiente apenas quando tão-somente um só lado luta.
Vou confessar que você não vale minha confissão. Então
calar-me-ei, sem palavras e sem olhar. Rabiscarei o papel e tentarei desenhar
pra mim, apenas pra mim, o que ainda não consegui entender.
Minha obra insólita, sem plágios porque é de coração e como este não encontrará.
Vou passar a frente o trono que era pra ser seu. Vou acordar, porque Alice morreu. Abdicação de reino, fúria das epopeias, voo do pássaro.
Minha obra insólita, sem plágios porque é de coração e como este não encontrará.
Vou passar a frente o trono que era pra ser seu. Vou acordar, porque Alice morreu. Abdicação de reino, fúria das epopeias, voo do pássaro.
Rumbora, pois há cigarro pra abrasar.
Quando a moça passar diga que o lhe tira o ar e o que jamais tirará.
Quando a moça passar diga que o lhe tira o ar e o que jamais tirará.
Eu escreverei como um infeliz e meus goles darei um a um.
Traçando as nuvens de caminho, se não há árvores e se há espinhos. Mas se
tiver, que tenha e me venha. É um lugar bom pra ficar. Longe do seu covil de
fumaça, sou pássaro livre. Não mais tentarei te desenhar.