sábado, 29 de dezembro de 2012

Encurralados III


Não era só para esquecer, só para completar algum vazio ou pra me livrar da dor. Eu estava viciado e não admitia. É como assumir uma doença , mesmo porque eu nunca conseguia ter controle total dos meus atos. Como por exemplo... Eu não pensei duas vezes quando cortei o pescoço do porteiro bundão... Mas esse tipo de vicio eu não queria que brotasse em mim, o vicio de matar. Porque quando isso torna uma certa rotina e você estranhamente gosta do poder que sente após a matança, há grandes chances de se tornar um vicio. 
Eu sinto esse poder, satisfação, prazer. 
Não digo que sou um psicopata, pois este não sente emoções e eu sinto até demais. Não possuo a tal da empatia e tenho amor profundo por muitas coisas, por mais que escorregue bastante para a loucura, para o sombrio, para o exótico. Tenho amor de sobra dentro de mim. E esse céu é uma das minhas maiores paixões. A lua está amarela e vários símbolos nela habitam. Quem pode ver mais que o comum apenas? O que eu não consigo é olhar e não ver nada. 
Vejo além das coisas, não me contento com o que é mostrado, sempre há muito mais. O conhecimento não revelado, o secreto. Muito mais além do empirico. Encarar o céu é uma viagem, já se passaram 4 horas e o efeito da droga tá passando, porque a dor está voltando. Maldito mago de direita de meia tigela. A briga de ontem não foi nada muito agradável. Mas mesmo assim, mesmo depois de tudo, ele ainda é tão indiferente pra mim...
 
(...)

Amanheceu, parece.. Abri os olhos , esfreguei-os. Tive certeza. Luz do sol. Tuck abria a janela e eu me sentei devagar. Estava me sentindo uma doente. Meus  pais deviam estar preocupados. Reparei que havia uma bandeja bem feita com coisas leves de frente a mim. Tuck não falava muito, parou ao pé da cama e sorriu. "Como está?"
"Bem" respondi "-Obrigada pelo café da manhã." Homens cozinham bem quando querem e quando aprendem. Comecei a passar pasta nas torradas e fazer barulhinhos de mastigações. "- Vou ficar muito tempo aqui?". Ele balançou a cabeça negativamente dizendo que logo eu sairia. 
Ele me contou que estava um tanto alto de bebida no dia e não lembrava direito. Que Dean esteve aqui comigo e pediu para que cuidasse de mim, pois logo ele estaria de volta. Fiquei feliz por ter a confirmação do que eu já sabia.
Agora estávamos andando pelo quintal. Era uma casa muito agradável e o jardim impecável. Ele dizia cuidar sempre, era o ultimo desejo de sua mãe antes de morrer. 
á era tarde o dia foi agradável até que Tuck que já parecia impaciente com minhas perguntas, veio com um copo d'agua, aproveitou minha sede. Nem sei onde caí. Mas quando acordei já estava na cama, já estava escuro. Como minha memória falhava e não se fixava eu nunca tinha certeza de nada. Mas de uma coisa eu tinha certeza absoluta. Era ele, era Dean ali sentado numa cadeira bem a minha frente, ao lado da cama. 

J

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

As tais borboletas

Tomei coragem, estou indo pra você. Tomei coragem agora, levantei depois de toda merda em cima de mim. Posta pelos outros e por mim mesmo, a maior parte por mim. 
Hoje vejo que muito fiz por nada e só piorei as coisas. Agora tudo a minha frente parece tão claro, parece tão certo e nem ao menos é noite. 
Meus prazeres são os mesmos, meus gostos, meus risos pelo demoníaco. Mas meu quebra cabeças está se juntando no centro da mesa.
Pela primeira vez não estou sendo tão egoísta e nem mantendo meu deus me atormentando. Você é tudo que eu duvidei que existia, você tem sido a minha força quando eu achava que só me traria fraqueza.
Como uma porrada eu digerindo e gostando do resultado. Não se surpreenda, estou assustado, andando devagar. Divagando em becos,mas não estou mais me afundando na poeira. O deixei orgulhoso? Porque eu nunca subi tão alto como agora. E agora eu tô vendo a visão mais bonita, tudo que eu achava que não existia. Admirado demais pra descer ou me jogar, eu só quero subir pela sua corda. Me levante, me conceda, me aguente. Me pegue em ondas, ria das travessuras, não se assuste, por favor. Eu sei, que não preciso pedir. Esse mundo de maravilhas é real e muitas vezes eu me perguntei se acabaria no dia seguinte ou quando o sol se emplastasse ao dia. Mas não..não.. Você continua aqui dentro de mim e me mantendo dentro de você. Isso é perfeito! É perfeito! Estou morrendo ou começando a viver?

Encurralados II

Às vezes isso acontece...
Eu caio no sono e volto a pensar e tentar me organizar. Achei que não fazia muito tempo que estava acordada pela última vez, mas fazia. No relógio já havia batido mais 4 horas. Dormi até bastante.
Dessa vez eu levantei, nem tinha percebido que não estava em casa, nem sabia quem tinha me trazido até aqui, nem ao menos tinha a quem perguntar. Foi quando Tuck entrou com cuidado e começou a acabar com os mistérios. Ele se sentou na ponta da cama e perguntou como eu estava. 
"Tonta, e minha cabeça dói. Levei alguma pancada?"
"Ah, creio que sim, não deve ter sido fácil."
"Você quem me trouxe até aqui?"
"Não você foi deixada aqui."


Pensei em Dean. Pensei em tê-lo visto depois  que fui capturada novamente, depois de ter sido arrastada sem dó e levada escada abaixo já totalmente amolecida, eu não sentia minhas pernas e ainda não as sinto muito bem. Sentei-me ao lado de Tuck e logo ele me deitou novamente.
"Você precisa descansar bastante. Tome, beba ! " Falou cuidadosamente e me deu um copo d'agua. Me recordei que ele já havia feito isso antes. Aceitei e sorri cordialmente. "Obrigada Tuck" 
Eu não tinha força para mais perguntas.
Tuck era um pouco mais velho que eu , poderia tê-lo como irmão, também pelo fato de nunca ter me olhado com outros olhos. Mas era misterioso, parecia que sempre estava escondendo algo, para me proteger ou apenas por sigilo. As várias vezes que o vi com Dean, eles se mantiam discretos e eram como se trabalhassem juntos. E sabe, tudo que vinha de Dean não parecia correto.
Tuck levou o copo e eu voltei a deitar. Ouvi o barulho da porta fechar cuidadosamente e fechei os olhos, fazia muito tempo que eu não dormia tanto assim.

(...)
"Ela está bem, acordou, mas já voltou a dormir. Não fez muitas perguntas e seu rosto continua inchado. Perguntou se fui eu que a trouxe e apenas disse que foi deixada aqui"
"Não diga a verdade, isso faria vir mais perguntas."
"Dei o calmante, ela nem percebeu a água diferente pela segunda vez. Deve dormir mais umas 5 horas."
"Tente parecer indiferente, corte-a no assunto,deixe-a descansar.Até vermos o que podemos fazer"
"Entendo, ela não pode voltar pra casa"
"Mantenha a menina aqui e tudo seguro"
"Certo!" 
Tuck olhou o sujeito sair.Porque anjos apareciam do nada e sumiam do nada? Ele não ao menos abriu a porta e nunca respondia perguntas sobre Dean. O que deveras ter acontecido? Tinha que engolir todas as perguntas até ter chances de perguntá-las.

(...)


Até esse céu desbotado me impressiona a noite. Todas as luas, as nuvens negras em céu escuro ou claro. Desde que seja noite com todos os símbolos e sinais. Noite com todos seus sons. 
Meu momento comigo mesmo. Grama, noite e cigarro. Pretendia ficar até o amanhecer seria a hora de partir quando o sol começasse a me incomodar. Se eu pudesse escolher seria sempre noite.
Meu momento comigo mesmo, tentando esquecer do que tinha acontecido mais cedo. Mais uma historia de terror para coleção, mais umas vidas e sangue na mão. Mas agora havia um sangue especial, o de Mary que por mais que não tenha sido eu que cortei, eu permiti. Não fiz nada para o contrário e poderia, eu poderia...
Joguei mais um filtro  de cigarro onde já fazia uma montanha deles. Como era incapaz de dormir permaneci ali, escondido de tudo e do mundo. Onde nenhum humano poderia me achar facilmente. A Floresta Sarah tinha suas vantagens. Aqui deitado posso ouvir o mar furioso batendo nas rochas. Mantenho guardada a minha vontade de me jogar daqui de cima. Além de assegurar adrenalina, seria um favor para o bem da humanidade. Larguei os cigarros, tava na hora de algo mais forte.



Encurralados



Meu nome, Mary Lou. Apenas isso, não precisa de mais sobrenomes, então, Mary Lou.
Há coisas que não entendo e isso acaba morrendo comigo mesmo porque não vale a pena espalhar uma coisa que sei que vai ser banal para os outros e não é pra mim. Por isso digo que as vezes, ou melhor, muitas e muitas vezes é melhor lidar bem com o silêncio. 
Eu não tinha essa tática, mas com um tempo e muitas porradas da vida você aprende, não tem como.
Bem, ontem fui a minha antiga escola, não por mim, pela minha irmãzinha. Precisaríamos  fazer uma falcatrua qualquer para tirá-la de lá e não ser descontada em presença. 
Minha cabeça roda um pouco depois da pancada, mas eu me lembro que subimos as escadas e fugimos de umas garotas, lembro que passamos por alguns e ainda chegamos a conversar, aconteceram algumas coisas antes de subirmos, mas a porrada foi forte e estou danificada.
Estavamos fugidas e lá vinha ela, Isabel, a professora de matemática. Me abraçou, para minha surpresa e disse que estava com saudades. 
"Pois é, eu prometi e não vim mais não é?" sorri. "Sim" . Ela parecia mais carinhosa que o poço de secura e deboche que ela costumava ser. Mas os cabelos eram os mesmos, amarelos de doer presos em grampos. "Ainda me lembro da história da bissetriz " Rimos juntas e comecei a contar meu histórico falho de cursos e faculdade. Depois de uma boa conversa, não era mais ela, era outra pessoa e alguém que não me recordo. Estou mal mesmo e nesse momento sinto uns latejamentos. 
Espalhadas por uma sala quarto, na escola. O assunto agora era Daniele. " Em nunca a esqueci, eu sempre sonho com ela. Tive o telefone, mas quando liguei ela não estava em casa". A pessoa meio cabreira, mas querendo ajudar me passou o numero, fiquei feliz por tê-lo. " Ela está morando agora numa comunidade" ela disse.
Anotei o numero 78** - *828. Falhou-me a memoria novamente...
Peguei a anotação e meu telefone celular, virei o corredor e sem perceber a agitação fui empurrada. "Dean? O que está fazendo aqui?" Foi tudo muito rápido. Passei a ser coadjuvante, fui amarrada e sequestrada. Não tinha mais celular e nem número nenhum anotado. Fiquei cega com os olhos lacrimejados, estava assustada , encurralada. "Meu Deus, que lugar é esse?". Minha cabeça doía, Dean havia sumido e o homem que colocou-me ali dentro também. Eu poderia escolher um dos dois para me tirar dali, que seja Dean, porque mesmo com sua loucura inédita, seria incapaz de me machucar. Estaria eu sendo vitima? Porque eu?

As perguntas deviam estar em furação  na cabeça dela. Que diabos ela estava fazendo ali? Eu sei cuidar de mim, mas cuidar de mais um é muito mais complicado. Eu teria que acabar com o jogo de gato e rato, eu teria que sair livre dessa mesmo que isso custasse vidas inocentes. O ajudante, braço direito do diabo estava atrás de mim. Depois de uma maratona e labirintos ele me achou, desgraçado! "Faz o seu que eu faço o meu, não temos as mesmas missões" eu disse.
"Mas você está em meu caminho. Você pode ser preferidinho, o filhinho sentado no trono. Mas eu ainda sou o braço direito!" Falou gritando com fúria de sobra e nesse mesmo momento apareceu diante a mim e segurando forte meu pescoço. Minhas costas deslizavam acima pela parede. Eu não podia morrer aqui por diversos motivos. Segurei em seu pulso que queimava, tanto que saia a fumaça da pele. Aquele cara não tinha mais alma e eu mal ou bem... Ainda queria a minha. O tal do amor pela liberdade.
"Você pode ser o que quiser. Tú sabes que eu não escolhi estar aqui. Como falou-me ontem. Foi tudo de mão beijada" Isso o irritou,ele largou meu pescoço quando eu dei com o joelho em seu estomago e claro que eu corri. Desci as escadas do prédio, procurando saídas. O ajudante sumiu e eu ainda tinha que achar Mary Lou. Todas as portas que abria ela não estava. Ouvi dizer que isso aqui era uma escola antes de ser um hotel barato. Mas antes de tudo era o local em que se faziam os 'acertos', os sacrifícios.
Essas paredes me dão enjoo, são todas brancas e de estrutura mal feita. Eu desci as ultimas escadas, era a portaria. O porteiro tinha acabado de se levantar e fui até as cameras em seu lugar, e as malditas cameras nada mostravam. "Mary...droga"
Um fiscal magricelo veio até a mim "O que fazes?" Eu inventei uma desculpa qualquer, disse que trabalhava no prédio e o outro porteiro pediu para que eu tomasse conta. Provavelmente ele iria reclamar e dar esporro no outro, mas não era bem o que eu pensava.O cara ficou com os olhos vermelhos e saiu rindo. "Cacete!! Está pior que eu imaginava" O outro porteiro voltou, era branco e tinha cara de bundão. Ele se sentou no lugar dele e perguntou o que eu estava fazendo ali em pé parado. Mas eu não respondi, não consegui. Descendo as escadas estava a minha figura grotesca que mais odeio com a minha única visão de paraíso em pele de porcelana. Ele a pegou, Mary Lou parecia estar dopada, quase morta, ele a queria de verdade, mas estava fazendo aquilo pra mim, aquele amostra de terror. Seus braços encapados com sobretudo enlaçavam o pescoço fragil. Eu fiquei cego, antes que o porteiro olhasse, saquei minha lamina e passei em seu pescoço. Morte silenciosa. O ajudante riu. E eu precisava correr. Tinha muito mais envolvido nisso. Eu precisava e eu corri, deixei Mary Lou em sua posse. Mostrei a moeda do protegido , aquele que não poderia ser tocado e mesmo sabendo que eu já era um, ele não sabia que era oficial. Em seu rosto formou-se a surpresa, seu queixo caiu. Eu sorri com sarcasmo e sai andando sem pressa.
Quando pensei em Mary Lou, eu quis fazer uma loucura e quis voltar, olhei pra trás e ela não estava lá. Então ELe falou comigo que havia a deixado ensanguentada no corredor, mas eu desfiz dela.
Minha tortura não poderia ser maior. Porque fui tão egoísta e cego? Eu não deveria..Eu não queria.
Era tarde demais e eu nem sequer voltei lá para conferir. Eu a amava, mas tinha muito mais em questão.
As lágrimas duraram pouco, se é que chorei. Pensaria em Mary Lou, mas nada poderia me impedir de seguir meu caminho.




sábado, 22 de dezembro de 2012

Ela, A Solidão


Eu aqui sentado de um bar pro outro ainda aberto. Esses papos tão abaixo que minha mente fecunda. Uma hora parei de ouvir e fiquei sozinho sem sair do lugar.
Sentou uma menina, ela nada dizia, ficava me ouvindo tossir e fumar. Ela estava pronta se eu quisesse conversar e nem parecia piscar. Ela não piscava.
Mas que porra de noite fria. As estrelas encobrem o céu como um véu e nem isso me faz melhor como costume de antes.
Algo me falta e vai estar no fundo desse copo. Em pouco tempo, muito pouco tempo estará tudo escuro e quem sabe eu poderei me transportar. Mas a noite vira dia e meus olhos não pregaram, procurei algo que me distraísse e até consegui por alguns momentos. Oh céu alaranjado!Oh prazer que passa logo. Poderia prolongar isso?
Ela me viu o tempo todo. E não saiu de perto de mim mesmo com todo cheiro de sexo e álcool. Mesmo conversando com Deus. Ela perguntou, para que Deus você reza quando está com o pé no inferno?
Eu me preparei para o invisível ao saltar dos olhos no espelho e não me surpreendi, era tudo que eu esperava, nada.
Eu queria não encontrar tanta diversão a beira do abismo.
Agora já é tarde e sol logo se vai, quando se torna vicio é difícil, muito difícil.

Todo dia é uma guerra diferente e a pior é a consigo mesmo

Entenda, não termina sempre como você quer.
Entenda que eu não sou como você e não vou acabar na tua estrada, ou melhor na estrada que nos foi ditada.

Sempre acontece algo muito grandioso na vida quando se está engrandecido demais para mostrar o quão merda você é diante de Deus e o mundo. Não importa se é bom ou ruim, no final será preciso.

Perdona-me mas não conseguiu manchar meu sorriso com teu vermelho
Soco a dianteira. Saindo pela tangente...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Not Found

Olhando e imaginando.
Dois ou quatro passos?
Um tanto a mais que no passado
Um pouco menos no futuro
Estou a um passo a frente da insistência
Vou vivendo e recordando
Mente que não pára um segundo
De repente tudo se adapta
E eu já não quero mais mudar o mundo
O que importa os gritos através da porta
quando eu já não os ouço mais
Dane-se!
Indiferença, desprezo, ouvidos tampados
Uma gota no coração
é pequena demais para o que o encobre
Afaste-se,
Vacinei-me
Tudo um dia vai acabar
E quem sabe até lá ainda te ouvirei
Quem sabe até lá te vejo outra vez.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Enlace

Eu quis essa manhã pedir um abraço, mas sem esperar pelos seus braços, eu quis fazê-lo. 
Eu quis de verdade.
Quando por várias vezes enfiei a faca no teu peito e atirei em tua cabeça foi porque não aguentei todo ódio que semeou em mim, mas eu te amo. E por amor eu também mato.
Assim como você para proteger sua família atirou na boca daquele que tinha vida e se esvaiu. Permanecendo estirado com a cabeça em carvão. Foi você. Você matou por amor e você o amava.
Sei que um pedaço seu morreu aquele dia e não foi substituído por mais um filho. Porque filho não substitui outro.
E eu digo, pai também não.
Deus, tire-me angustia. Deixe que se vá junto com o remorso. Pois só quem perde sou eu
A cada passo pra frente, a recuada é certa. Mas já me disseram que não é tão ruim quando se faz na hora certa e não sempre.Tudo tem seu lado bom e tem seu lado ruim também, e você é o meu. Todos precisamos dos dois lados. E o ruim, já ouvi falar e já senti na pele, que ensina muito mais.

O que não existe mais

E agora?
Queimaram as fotos. Não há quadros nas paredes. Pintaram as paredes e os desenhos feitos nela se foram. Aquele jogo da velha na noite de insonia que meu pai riscou depois de não ter sucesso ao me fazer dormir. Nem há marcas. No fim nada fica, apenas as memorias.
As roupas não são as mesmas, nem a cama que eu durmo. Aquela janela não ficava atrás de mim e agora aquela arvore assombrosa não me assusta mais a noite. Seus galhos pareciam aumentar assim como meu olhos assustados ao fenômeno.
Eu nem me sinto invisível quando quero. Tenho que correr para muito longe pra isso. Porque cada vez mais todos se tornam muito dependentes e me avisaram que seria assim. A criança cresce e cuida de quem te cuidou.
Fico feliz de não ouvir mais aquele som irritante da caixa de música de minha irmã. Era engraçado quando eu sumia com a bailarina, mas ela logo achava, tinha um imã, ou eu não escondia muito bem.
Nosso caminho até o portão não é o mesmo, nem a distancia para o rio. Não se pode mais nadar lá também. Não que podia antes, mas naquele tempo tinha como e eu me sentia um caçador.
Olhando daqui de cima, vendo tudo mudado e nem tem mais como descer pelos barrancos para chegar na água  Ali em frente também tinha uma arvore igual aquela que me assustava pela janela a noite trazendo vários monstros ressuscitados pela minha imaginação. não tem mais. Mas os pássaros ainda vem, esses ai no céu, as "pombas da paz". Quem dera eles..quem dera.
Eu desejo que mude agora toda a minha sensação de ter mudado tudo.
Eu desejo outro lugar, outra vida, outra casa, outro jardim
Fico pensando, se quando tiver eu vou sentir falta da lembrança á olho nú de cada coisa que ainda está e do que não existe mais.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Clamor


Pulei a fogueira, parei no Japão
Dei ré sem nenhuma fé na contra mão
Esse mundo não acaba
quem pode acreditar que vai mudar do nada
De repente. Não acreditamos em mais nada. Nada!
Eu tenho uma doença, uma sem cura
Eu tenho umas crenças e eternidade prometida que nunca dura
Sou quem está fadado ao fim de cada começo
O granada de sorriso indeciso, as vezes desesperado
"Então se lembre de mim com o meu cinismo"
Desdenhoso.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Há um tempão (Pedaço do meu coração)


Há quanto tempo eu corro atrás e você atrás toma a frente atrás de mim?
Há quanto tempo misturando saliva nos tomando no beijo que beija, beijou.
Há quanto tempo eu te quero há um tempão?
Você é doida, você é sinica. Você me vira do mundo louco a um pior ainda
Me leva do subito desejo de querer viver pra sempre ao declinio de uma noite de amor
No fim de tudo, no fundo do mundo.
Eu aqui, olhando nos teus olhos marejados e assegurados de que não se emocionará
Quando eu disser que te amo há tempão
Prometa-me que vai fingir que é a primeira vez e nem sabia
Minha bussola á viagem. Passeio á profunda insanidade profana

Eu não quis ver pronde foram meus rastros
eu não quis nem saber quantos pedaços  ficaram largados desde quando você se foi.
E eu não quero que insista, não quero que .. Fica...


________________________________________________
"Eu quero que você se sinta
A pessoa mais feliz do mundo
A única capaz de ser pra mim
Um sonho em noite de insônia...


Desejo que se satisfaz
Pede muito mais
Sentir gosto de cabelo, de suor
Tanto faz, tanto faz
E te chamam
Amor, amor, amor

Quebra
Em pedacinhos o meu coração de pedra
Quebra 
Em pedacinhos o meu coração e guarda
Guarda
Um pedacinho do meu coração contigo
Fica com ele como prova de amor

Você virando noite
Fazendo pose
Não adianta disfarçar
Você quer vacilar

Leva, leva, leva, leva
Até começar a me amar
Me abraça, esquece
Vem falar de alguém
Um beijo solto pelo ar
Onde voar faz sempre bem
Peça mais
Amor, amor, amor, amor
(Cazuza)


Liber Spiritus


O que você entende de liberdade? Pode ser dado como dom e coragem
Se vem o tal papo de vitimização, tudo isso pra mim é bobagem
Eu vou sobrevivendo de bar em bar, de um canto pro outro, da vida eu quero lucrar
Viajando nesse mundo largado, nem que seja apenas na minha cabeça. Eu quero explorar
Pisando onde não tenho certeza e se eu me der mal eu faço feira
Porque acabar em pizza não pode ser tão péssimo e se o ônibus não parar, eu pego o próximo
Comigo não existe essa coisa de desanimar, viver de par em par. 
Se Deus me guia, amém, mas se a luz é do diabo que mal que tem?
Mas eu ando gozando de tudo, pirado com o mundo, jogando cartas ao vento
Eu ando livre de tudo, aprendendo a atirar facas com uma gueixa num jogo duro
Estou me livrando dos meus pontos fracos.
Eu parei de matar, benzinho não se envenene. 
Eu parei de procurar por uma saída nesse fim de mundo, observe:
"Eu não tô desistindo, apenas não insisto mais"

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Por detrás, traz ..

Quem uma vez te digas
Pra mim não diga o que direi
Sem identificar a voz ao rosto
Permaneço rígido no canto
Quem quis te dizer
Que fui eu aquele que se fez próspero
Não sabe se quis ou se quer realmente fazê-lo
Pois não seria certo
Mas fiz
Porque? não sei
Me diz.. me diz..

domingo, 9 de dezembro de 2012

Abstinência de você

Eu simplesmente fechei minha boca, parei de falar.
Eu simplesmente tapei meus ouvidos, parei de ouvir.
Simplesmente virei as coisas e te deixei falar sozinha
E assim vai ser daqui de lá por diante, amém.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Deite e depois..

Deite.. deite e descanse
Depois de deixar a água cair por mais de meia hora
Depois de sentir o azulejo frio
Deite no quente da sua cama e durma
Durma, infante.
Amanhã será outro dia
Terão outras pessoas e outras risadas.
Amanhã quem sabe eu não esteja querendo me manter atrás da árvore
Para que ninguém me veja
Apesar de deixar as pegadas
Deitarei e dormirei
Ilha de descanso
Oceanos de paz.

won't


Eu não quero dormir, não quero ser levado para a freqüência que a fé morre. 
Eu não quero te olhar e não poder ficar ao teu lado, 
Eu não quero dizer que vou cuidar daqui apenas por um tempo.  
Que seja mais simples nadar e nadar até conquistar o navio a vela.
Eu não quero acordar para viver mais um dia sem você 
Ou eu só quero que passe o dia para que eu esteja logo contigo.
Eu não posso te abraçar e não sentir teus braços me apertando.
Eu não...eu não...

...amo mais você,era o que eu gostaria de  sentir pra dizer..

Maniaco em Distúrbio


Pintei seu quadro na memória, não aquele da parede. 
Aquele que se partiu com lâminas afiadas de um canivete. 
Aquele que partiu com você, porque eu mandei ir. 
Por baixo de toda roupa ainda tens a beleza, aquela de uma deusa.
Se você me puxa para seus braços eu vou mas não esqueço
Posso te amar de uma maneira sem igual,mas nunca saberá a verdadeira sinfonia que toca dentro de mim. Não mais aquela de quando voce entrou. 
Por trás dos olhos grandes eu posso fazer a careta que eu quiser. E você nem sempre precisará saber que passei a noite chorando quando eu tenho um sorriso o dia inteiro pra você. Muito fácil é julgar o que vê por fora. Muito feio é mostrar que você não aprendeu nada sobre a pessoa mesmo com tanto tempo. Mas eu entendo, que é simplesmente mais fácil juntar tudo ao seu favor para acalentar seu pessimismo e erguer o indicador,é mais fácil para se livrar da culpa. Mais fácil sair da peça porque simplesmente não tem jeito pra coisa.
Eu tenho tantos quadros na parede e uns no calabouço, quadrados e mal pintados . Eu os tenho mortos, porém vivo dentro de mim. 
Nesse momento você tá  me mandando para o fundo vermelho. Aquele enfumaçado, incerto e traiçoeiro. Acertei?
Nesse momento eu tô cansado de esperar pelo fim de tudo isso. De tudo que nunca acaba e por isso eu matei, mais uma vez eu matei e bloqueei o sangue para não mais sangrar
Tudo que precisamos é amor. Para nos levar adiante,para nos fazer melhores do que somos. Tudo que precisamos é amor, em primeiro lugar, ele. O AMOR PRÓPRIO!
Eu sou mais um maniaco em distúrbio e quem olha pra mim não enxerga a minh'alma. Eu sou um maniaco em distúrbio. Nao tente entender minha causa.
Por que nesse momento, as serpentes estão soltas e a luz está para poucos. Esse é o momento, essa é a era. É a minha vez.
Just it