quinta-feira, 28 de junho de 2018

Amy LostMouse

Me perdoe, eu sou impulsiva e gosto de soltar sapos na tua cama. Dane-se, você sempre volta atrás mesmo. Dane-se, você sempre abre a porta pra mim. Como mata os sapos? Você os engole?
Me desculpe amor, mas acho que serei seu eterno karma. Acho que você já se acostumou com o meu bafo  e meus arrotos de desenho animado na tua cara. Você pode sentir meu amor eterno vindo direto da minha bunda? Podemos limpar a casa e eu sujo de novo. Eu posso sentir seu céu amor, eu posso sentir um orgasmo com toda sua santificação. Mas eu nunca fui beata. Eu fico feliz de você não se importar com meu cheiro de maconha e álcool em demasiado. Veja bem amor, pelo menos eu parei de me furar com agulhas. Tá, eu sei que te incomoda, mas eu sou rebelde, fã da Amy e Jim Morrison. Levei umas roupas para a alfaiate e me trará trajes iguais. Preciso me manter na perdição para me sentir viva. E você, você é meu anjo lindo e como eu amo estes teus cabelos loiros. Me ame pra sempre ou te matarei. Mentira, não movo uma agulha, mas sei fazer discursos.

Interview

-Olá, boa tarde, me chamo Donald.
-Don, por favor.
-Não, não quero mais pôr um filho no mundo. Porque eu não quero que ele venha a sentir o que eu sinto diante a vida e a toda essa merda que a gente vive.
-Não estou sendo demasiado sonhador...
-Que seja, fantasioso se preferir, Sr. Nelson. Só não penso mais nisso.
-Também acredito que pedimos pra nascer antes de descer a escadinha do reino de Deus, mas se eu pudesse... Eu voltava atrás.


Continuava ali

Continuava ali e nem sabia porquê. Continuava sem motivo ou criando alguns. Dando vida aos cardumes de brinquedo. Continuava ali e sabe lá Deus quanto tempo. Nem sabia o quão forte ou quão fraco poderia ser. Mal sabia nadar, sobrevivia boiando. Testando temperaturas. Seguindo o vento pra onde soprasse. Continuava ali como um dependente de suas próprias criações. Assim se sentia um Deus criador. Personagens misteriosos como desfile de Olinda. Continuava por uma rua estreita. Gostava das ruas sem fim e não tão claras o suficiente para enxergá-la. Apaixonado pelo mistério, ansiando uma volta para casa. Continuava como um jogador decifrando um desafio. Continuava quando sabia que não daria certo. Porque gostava das coisas impossíveis, como todo ser humano ansiando o que não pode ter. Mas continuava ali e depois pegaria suas coisas e sairia com trabalho o suficiente para criar suas artes. Porém tem feito pouco. Os  pincéis estão na última gaveta do armário empoeirado. As lousas e canetas... Os lápis e tintas... Tudo jogado em gavetas quaisquer. Mas não falta inspiração, nunca faltou. Apenas joga ao vento, sobrevoa por onde sopre. Mas isso não quer dizer que cansou de ser sozinho. Continuava ali e sempre seria sozinho. Uma vez um guru disse: " Você nunca terá um amigo de verdade" E por acaso poetas deixam de viver sozinhos? Senão não seria poeta. Continuava ali casado com sua arte. E todos que por ali passam, tem o prazer ou desprazer de estar em sua história. Continuava ali caçando personagens, mesmo que involuntariamente. Continuava ali.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Pra que te quero?

Digo pra quê te calo que a boca não aguenta falar e que calar é mais fácil pra quem até não entende ouvidos.Ouvidos pra que te servem se surdo és e analbafeto é a lousa? Pra que te quero saber se tudo bem, se não espera a resposta verdadeira. Verdade pra que te quero se todos somos acostumados com a mentira. Mentira te serve para responder a pergunta se tudo bem. Bem te quero para que o mal fique atrás da lousa, mascarando ideias e a verdade do fundo. Não que verdade seja um mal definido, mas que hoje em dia verdade não te quero bem num mundo onde a mentira é que floresce tudo.