quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

(D) São os efeitos?

Estou embaralhado, nem sei dizer como me sinto...Uma hora ouço a movimentação e me irritam as pessoas falando. Outra, eu não ouço nada e me pego disperso.
Podem me chamar de maluco enquanto olho os montes, os matos, as arvores. Eu desejo agora morar entre elas. Respirando brisa, respirando liberdade. E me surge um sonho na cabeça, uma casa de madeira rodeado de verde. Eu nunca sabia o que escrever no trabalho que perguntava qual era meu sonho na escola, e agora eu sei.
Um pouco tarde demais para saber o que dizer, tarde demais pra aprender a conhecer. Pouco cedo demais para viver desastres em chamas. Cedo demais para me tirarem os brinquedos.
Acabei me tornando um poço de desejos incontidos. Alguém cheio de medos guardados. Alguém que prefere sorrir apesar de tudo, mas tem uma hora que essa porra toda explode por dentro e eu ainda escondo, mas quando começa a transbordar e escorrer pelos cantos não há mais o que fazer.
Eu conheço esses olhares. “Porque um cara tão bonito tem um olhar tão triste?” Que beleza é essa que vale um motim. Que beleza é essa que meu espelho reflete apenas cansaço.
Meus olhos caem, parece que estou piorando e nada de milagres, são os efeitos?

Eu quero ficar sozinho, sem ninguém me atormentando. Não quero responder perguntas. Quero escrever pra mim mesmo. Sinto uma vontade imensa de te abraçar, mas sei que você não suportará meus tremores. Eu só posso estar ficando louco, será que é apenas o efeito? Sei que não parece mesmo que estou feliz. O remédio está refletindo meus demônios. Está me fazendo ser mais sincero. Aqueles fantasmas  que sempre escondo toda vez que digo “bom dia”, quando sorrio, quando digo que está tudo bem. A sensação é sim de piora e eu não sei por quanto tempo, mas estou achando que vai durar.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

(D) Menta e água gelada

Oi, foi bom ver seu rosto corado de novo. Foi bom depois de tantos anos, tantos medos e tantos enganos. Você continua aqui mesmo sem saber como agir.
Eu tive a chance de me sentar a sua frente e te chamar como antes. Eu tive a chance e aqui estou eu, não deixando escapar.
Na noite de ontem eu resolvi andar por aí, meu rosto insaciavel de vento na cara. Depois de um dia inteiro sentado na areia da praia contando quantas vezes as ondas batiam nos meus pés esticados. Depois de estar congelado por dentro, coloquei fogo em minhas roupas.
Usei o olho mágico para olhá-la e consegui achá-la onde achei que poderia e deveria estar, ela está feliz porque encontrou algo melhor, mas não maior. Me retirei e peguei o telefone, acendi meu cigarro feito de quarto, hoje é o último dia que poderei fumar. E foi o dia que eu poderia me arrepender pra sempre e poderia querer apagar, mas não, não.
Ao desligar o telefone, deitei e sorri. Me senti meio menta com água gelada. Deixei o cigarro pela metade e dormi com seu boa noite.
Acordo e lembro do que foi, não eu não me arrependo e estou bem. Vocês todos tem a chance de ver como estou, mas nunca saberão se é real. Porque eu sou uma tremenda bagunça.
Não vi problema em me atrasar para passar na farmácia, hoje é meu primeiro dia com os comprimidos. E 9 é metade de 18. O 18 que não irei passar onde iria, aproveitando nosso tempo antes, comemorando antecipado.
Olho em volta e algumas coisas me dão nojo. Vejo minha vida tomar mil caminhos diferentes para cada passo que eu der. Mas eu prefiro ficar aqui parado, o que vai acontecer? nada ou tudo de uma vez, com certeza. E alguns caminhos com um tempo se fecham, outros me engolem. EU só quero ficar sozinho agora..
Eu quero deitar sobre as estrelas marrons da pele de marfim, mas assim estarei escolhendo um caminho. Ainda me aguentarei em pé, porque o melhor que eu faço . Engolir o veneno para não matar mais ninguém.
Preciso me salvar, precisei me salvar e ninguém poderia fazer isso por mim.
Escolhemos nossos caminhos por atitudes que geram consequencias. Sei que nunca mais será igual depois de eu mostrar minhas caixas de palavras pra cada um. Vai ser melhor ou pior. E eu aceitarei minha condição de qualquer jeito. Mas nesse momento, estou cansado. E estou cansando cada vez mais de fazer tudo para manter minha estatua como a moldei, como a pintei.
Como um retrato amaldiçoado alá Dorian Gray.´Aqui vai meus pecados, minhas vergonhas, meus ressentimentos, minhas magoas e meus segredos junto com os porques, por trás desse rosto, desse retrato, dessa máscara.
Largo agora o lápis em meio dos dedos, eu não sei, mas estou sentindo os primeiros efeitos...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

''Letting the Cables Sleep''

São seus olhos. Seus olhos eles mentem para você mesmo. Nada é verdadeiro aqui nesse inferno em que vivemos. Tudo é tudo e tudo é nada. Voce aposta, você ganha e assim estará perdendo, acredite.
Vivemos como fantasmas procurando por um anúncio que nos coloque lá em cima. E não queremos perder o controle. Dizemos que todos estão errados menos nós. Tudo acontece com todos, menos nós.
Tudo que eu digo agora é certo pra mim e tudo que eu faço é pensando por último em mim. Mas um dia eu posso estar errado e poucas pessoas poderão colocar minhas cartas no lugar.
O sol ainda está aqui. O mar ora agitado, ora calmo demais. O inferno está em volta de vez em quando, mas dentro de mim ele é permanente.
E a limite que aumento a direção, eu fico cego...

As casas passam mais rápido, estou cego.

Me trás de volta

Mais uma semana. Roda que gira mesmo. Mas a gente escolhe uns ingredientes diferentes para acrescentar, tudo igual nunca vai ser. Melhor ou pior, mas a gente pode por um dedinho nisso aí.
Mas a vida é engraçada, ahhh ela é. nos confunde, nos embaralha, nos presenteia e tira fora também.
Quando te vi cada vez mais longe eu disse baixinho que você não tem noção do quando aperta o coração quando te vejo ir, ainda mais olhando pra trás e acenando toda hora, com a mão, com beijos ou com os olhos. Não existe nada mais lindo que teu ser. Teu ser hoje, agora e comigo. Não existe nada mais belo que a vida que você me faz enxergar e eu queria que fosse só nós dois, mas ainda tem os outros.
Nunca dei tanto valor para o desejo de uma ilha deserta como dou agora. Viver como Emma e Dean.
Mas a vida segue e bom que ela passa quando estou sozinho também. Mesmo que seja preciso dormir metade do dia. Que bom que ela passa e do mesmo jeito que ela te tira de mim, ela te trás de volta.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Só olhar o desenho na minha pele.


Falar de Amor me confunde aos avessos. Quando penso em uma e em outra.  O Platônico e o intenso até não acabar mais. Este é o intenso e quando recebo uma mensagem sua fico titubeante e extremamente seduzido.
Estranho o jardim murcho florir quando se lembra dele. É estranho o coração vivo acima de tudo que são dúvidas e certezas. Você sabe quem eu sou, você sabe do meu coração e você quer viver ainda comigo?
Aqui, minha casa, está vazia. Eu poderia ter um pouco de comida e assistir um filme. Eu poderia dormir, mas estou aqui. Olhando sua foto e dos nossos frutos congênitos. Eu queria te ver, de perto ou de longe. Sentir ou não. Queria que fosse simples, muito mais do que foi. Que partíssemos do príncipio como um desafio.
Quando falo de amor, me vem duas imagens na cabeça. Eu queria explodir com os fogos, eu queria...queria... tua intensidade aqui agora, porque faz falta. Por mais que eu não faça mais parte do mundo que vivemos. Como eu queria... olhar os desenhos de sua pele por longas estradas a fora.

Minha casa não é mais sua casa. E minha casa está vazia. Estou voltando pra minha cidade.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Algo mais que fogo

Não há nenhum jeito de voltar pra casa do jeito que sai. Não há jeito de você passar pelo mundo e viver por anos e voltar a inocência dos olhos de uma criança.
As luzes de Lisboa ainda estão acesas e de longe eu vejo o quanto de importância tem elas me iluminarem nesse caminho que nem eu sei pra onde vou e nunca soube.
Dei mais uma tragada diretamente de seus lábios. A estrada ainda está absurda. Começa a chover e eu não vejo nada. E nem quero correr. Eu não vou correr.

O sol me avisa quando eu devo acordar, sou um andante e sempre fui. Conheci pessoas e ets por essa dimensão. E alguns monstros de brinde. Vampiros sugadores e lobisomens. E eu estou intacto das pestes. Os demônios já são meus, mas mesmo assim ainda tem uma áurea me circulando. Há espaço para os loucos, os absurdos, os mendigos.

Você está indo e eu ainda estou aqui. Mas não estou. Onde eu estou? 
Alguém me disse para seguir as setas, mas eu nunca fiz. Queria ser mais inteligente do quem as fez.
Sentei numa pedra... Parei um pouco para respirar. Alguém passou e me pediu o isqueiro, mas eu não lembro quando o fogo começou a se alastrar.
Espere aí. Onde estou? Você se foi. Eu mandei! Te mostrei as setas, você as seguiu, foi mais inteligente. Quando vou crescer? Quando vou aprender a apagar meu fogo? Quando vão lançar algo que o apague? 
Bem , eu não vou ficar tão sério. Amanhã pode ser um dia diferente. Eu posso estar bem ou não. eu posso saber da hora ou não. Eu posso querer você ou não. Eu sou Perigoso, mas não há problema não tenho um fósforo. E na verdade eu não me importo com nada que me esqueço.
Mas pra onde foi? Pra onde vai? Todo amor e todo ódio que eu expus ali. Eu gosto, eu amo, eu odeio , eu sinto saudades e não sei até onde isso é real. Acho que estou bem a  ponto de pirar. Mais e mais! Eu sou um alucinado psicopata. Me aproveito das suas "sem -saídas" para me fazer.
 Quando vou aprender a apagar meu fogo? Quando vão lançar algo que o apague? 

Polly ask....

"Polly disse ...
Diz que suas costas doem
Ela está tão aborrecida quanto eu
Ela me pegou desprevenido
Isso me surpreende, o instinto de sobrevivência"(k.C.)


Daniel se sentia perigoso por certo ponto, ele sabia que nao se prenderia a ninguem, ele se sentia como um veneno. Até em oferecer agua estaria matando. 
Polly era louca, pedia piadas como pedia biscoitos por fome. Pedia por fome, pedia por graça. Pedia e só fui saber há pouco tempo o porque. Pedia piadas porque não tinha nada pra fazer mas queria manter-me ali. Tudo bem, eu fui especial. Tinhamos as asas sujas e alguns cogumelos no café da tarde. Quando eu aparecia ela pulava no meu pescoço, brigava a toa e me beijava sem parar. Eu a chamei de Polly e ela não entende o porque. 
Essa é você, esse sou eu? O que estamos fazendo aqui tão drogados debaixo desses trovões?
Davamos voltas na casa para dar tempo de chegar até o fim do texto, ela comia lápis e eu também.
Ela sabia que eu não ficaria muito tempo. A próxima seringa poderia me matar. Ou talvez eu não saberia mais voltar a sua casa pela estrada de sempre pela memória apagada, pelo loucura irremediada. Mas ela era tão louca quanto. Pedia ajuda e dizia "não quero ajuda", e era dificil querer mesmo
Ela pegava fogo e eu jogava agua. Ela me jogava agua e eu pegava fogo. 
Quantas vezes ela passou por aquele portão de saída, como uma saída de emergencia? Quantas vezes ouvi essa música, como a das grandes botas pretas e me lembrei de você. Talvez ela queira um pouco mais de aventura, um pouco mais de vento na cara,. Talvez ela queira uma corda e ela decide se sai do buraco ou se enrola no pescoço.
Eu não estou aqui para contar uma história, estou respondendo uma pergunta que não tem uma resposta só. 
Sabe quando você ouve uma música e nem sempre a letra importa? Só pela sensação que ela te causa você já se sente traduzido. E sabe quando a música te toca com as palavras, mas nem sempre o significado do porque Kurt Cobain escreveu serve com o mesmo significado que cantei Polly pra você.


E se ela soubesse, o quão louco eu fui e nem sabia porque de ser tão louco de vez enquanto podia ser são e louco apenas no escuro.