sábado, 28 de maio de 2016

Sweet Filling

Quando você me encontrou estava frio, mas não era inverno ainda. Os dentes batiam, os lábios rachavam. Mas eu não falava, havia algo na minha garganta, um bolo. Você deu uma bela batida em minhas costas. Caramba, ela doeu. Mas desengasguei. Você salvou minha vida ao entrar nela. Eu comecei a ver o sol e ter companhia para o café do fim de tarde.
Um tempo se passou e fizemos testemunhos até de madrugada. Deitávamos na cama sem maldade de nada e ficávamos contando histórias sobre tudo e sobre nada.  Opiniões a cerca e vasos que montamos com bota e plantas dentro. Cantando um reggae que eu achava muito do mais ou menos, mas você se derretia. Aliás, seus olhos brilham tanto quando você está aqui. Cante-me também, qualquer música depois de tanta renuncia, cantaste. E tantas coisas mais que antes não era e hoje, doce recheio.

Está frio agora, e quando você chegou estava vazio. Você veio com tudo fazendo strike e coitados dos boliches. Você disse que fiz o mesmo. Coitados dos boliches. Mas não houve bolos na garganta. Houve reconhecimentos gradativos. Houve falta de você, e enfim seu preenchimento. Há eu e você. Há essa completude e felicidade. Há você e eu. Há paz.

(Até o pescoço...)

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sangrei...

 Eu sangrei, eu misturei, eu torturei.
Me fiz, me refiz, me cortei.  Sangrei..
Eu amei...Enfim, sangrei

Eu atrai, me trai ao te trair.
Eu consolei, eu sangrei em ficar vuneravel demais
Sorri e chorei, eu sangrei meu amor
A caminho do vento, de volta pra casa..
Sangrei..
Depois do que fiz abri o pacote 
Fumei todos os cigarros de uma vez
Me virei, te revirei 
Chorei enquanto te cortava
Sangrei enquanto você sangrava


Amados Borrões

Há algo que eu não sei explicar no modo como age. A forma como faz esses ruídos com a boca. A forma mágica como trata suas palavras banhadas na ironia.
Há algo mais que desastroso em teus modos. Tão trágico e tão maldito. Essa tua forma interessante de folhear esse caderno manchado de caneta azul.
Ás vezes você me enche, me sinto sozinho. Podemos voltar ao começo? Correr a mais de 120 km por hora. E é nas curvas que você grita. Ainda acho que posso te fazer éden.
Se aproxime, como eu disse uma vez, e te abraçarei sem suspiros cansados, sem prisão de alma.  Então você diz "Quanta gentileza da sua parte"

Venha sem ironia, se for possível.