Quando você me encontrou estava frio, mas não era inverno
ainda. Os dentes batiam, os lábios rachavam. Mas eu não falava, havia algo na
minha garganta, um bolo. Você deu uma bela batida em minhas costas. Caramba,
ela doeu. Mas desengasguei. Você salvou minha vida ao entrar nela. Eu comecei a
ver o sol e ter companhia para o café do fim de tarde.
Um tempo se passou e fizemos testemunhos até de madrugada. Deitávamos
na cama sem maldade de nada e ficávamos contando histórias sobre tudo e sobre
nada. Opiniões a cerca e vasos que
montamos com bota e plantas dentro. Cantando um reggae que eu achava muito do mais
ou menos, mas você se derretia. Aliás, seus olhos brilham tanto quando você
está aqui. Cante-me também, qualquer música depois de tanta renuncia, cantaste.
E tantas coisas mais que antes não era e hoje, doce recheio.
Está frio agora, e quando você chegou estava vazio. Você
veio com tudo fazendo strike e coitados dos boliches. Você disse que fiz o
mesmo. Coitados dos boliches. Mas não houve bolos na garganta. Houve
reconhecimentos gradativos. Houve falta de você, e enfim seu preenchimento. Há
eu e você. Há essa completude e felicidade. Há você e eu. Há paz.
(Até o pescoço...)
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