Eu não pertenço a esse lugar. Eu sei que eu preciso correr pra longe.
Preciso chegar até o desfile daquele ''eu'' que não foi "eu" e sem ser julgado por estar tomando novas decisões. Afinal a vida é minha.
Entrei naquele avião com algumas palavras:
" Não tenha medo, haverá turbulências, mas você vai passar por isso."
Talvez tenha haver com abandono que não seria abandono, mas veriam assim.
Se mudei apenas alguns metros e já virou terror. Imagina só, Rosendall.
Não contarei a ninguém, a não ser para meu gemêo.
''-Minha senhora, isso ficou na minha cabeça. Porque eu simplesmente não sou desse aquário.''
''-Você fica tão preocupado com essas coisas. Por favor, você precisa acreditar um pouco também.''
''-Mas quem sou, além de um sonhador?''
''-Nos fazemos cegos, sem querer meu jovem.''
Não saem de sonhos, mas eu sei que há uma onda nova por vir. Eu sei que eu posso estar á milhas de distância e tú serás inútil.
Como se sentirá ao saber que não fez enquanto pôde?
Faça enquanto ainda estou aqui, sexta-feira posso não estar.
Janeiro quem sabe...
Quem sabe...
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terça-feira, 27 de outubro de 2015
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Three shots, love and betrayal
Então esse é o fim? Aqui no chão com três tiros no peito,
misturo amor com vergonha. Isso é hora de morrer? Melhor assim, penso por ter
que encarar aquela por quem sinto vergonha. Minha vida já estava acabada ali e
morrer talvez tenha sido um acalento de Deus.
Eu não era pra ter ido ao encontro. Era como encontrar com o
diabo. Levei a corda para me enforcar, era o desejo incontrolável. Só pensava
em seu rosto, em como encontraria suas feições. Era o ultimo dia de minha vida
e eu só não sabia que era literalmente.
Quando avistei o loiro iluminado pelo poste senti bater mais
forte. Ela se virou e seu rosto era sério. Eu não me senti sério, mas minha
fronte estava enrugada. Estava flutuando, mas os passos eram pesados para as
pernas que formigavam. Já estávamos de frente um pro outro e eu nem percebi o
carro do outro lado da rua. Não merecia ser fotografado naquele momento. Era
uma noite que eu pretendia excluir como a outra no sofá. Eu queria conter, mas
não. O beijo foi forte e se eu soubesse que iria morrer teria feito amor ali mesmo,
na calçada de seu prédio. Ou talvez nas escadas onde subimos nos beijando. Ou
em sua porta onde tiramos as primeiras peças de roupa.
Ela dizia eu te amo em silencio, eu ouvi e respondi com um
gemido. Me fez sentir como se eu tivesse em outro plano. O pecado, o proibido,
a vontade sem vinho. Tão sóbrio de álcool e tão bêbado de desejo. A fiz sentir
do mesmo jeito e ela me agarrou com as pernas para que eu não saísse mais dali.
E chegava a gritar. “ Como amo sua loucura”.
Havia alguma música, algo que nos embalávamos ao momento, um
tanto instrumental, uma orquestra suave. Era a minha sujeira de sempre com quem
me fez matar a inocência. Eu tive certeza: Não tenho jeito. Sempre acabo em
suas mãos, sempre morto por você no final. Uma satisfação sem igual é ouvir
realmente da sua boca com som “eu te amo” depois do amor. Mas se eu soubesse
que eu iria morrer e não teria outra chance de dizer, eu diria o mesmo.
Sei que riamos quando a porta se escancarou. Teu pecado descoberto e bem que tentou me
proteger, mas com quem estaria na cama senão comigo? Flagrante não é muito bom, ainda mais nessas
condições. Ele se segurou para não atirar ali mesmo e nem pretendia, iria
embora sem matar ninguém pelo menos não literalmente. Mas ela me mandou esperar
e foi atrás. Um passo para minha morte e quem sabe a dela.
A mão em teus pulsos não parecia bem agradável e tão pouco o
balanço de corpo que te proporcionava. Agressão. “ Solte-a agora!” não podia
assistir aquilo e fica escondido no quarto não podia permitir assim como nunca
permiti. Tudo que ele queria partir pra cima de mim. “ se vestiu rápido” Não
pensei em agressão, mas ele se garantiu na arma escondida e a jogou na parede,
foi o bastante. Três tiros no meu peito e um na cabeça dele dado pela passageira do
carro do outro lado da rua que gritou quando fez. Ela nunca havia pego numa
arma, mas atirou assim que o cara atirou em seu amor. “Você não..” A ultima
pessoa que eu queria que visse essa cena toda.
O tiro foi certeiro, ele caiu na hora e eu ainda fiquei morrendo
com sangue na boca. Ela só pediu “não morre, eu te perdoo” Perdoar? Como? Não era possível. Agora meu
pecado em flagrante, não tão flagrante, mas era flagrante e o que eu ouço? Eu
te perdoo.. Será que era porque estava morrendo. Até nessas horas ela me admira,
difícil admitir que nunca a amei de verdade, difícil porque ela sempre mereceu.
Acho que vou morrer melhor com esse “eu te perdoo” Mas quando não se perdoa, se
aceita perdão pelo que você mesmo fez? Acho que não. Eu disse “não tem jeito,
eu tô morrendo” Ela gritou “não” A outra estava em pé me olhando, se bloqueou ao chegar perto, mas
tinha o celular no ouvido. Ambulância não chegaria a tempo . Agora foi minha
vez de dizer em silêncio e ela entendeu, sim, entendeu. Então eu pude morrer
assim com os olhos escancarados azuis direto pra ela, apenas desviando um pouco
quando perdi todos os sentidos.
A vida é uma só. A vida é essa. Você nasce, cresce, tudo
fica difícil, você ama. Faz, se arrepende, faz de novo. Você é humano, é falho,
é ignorante e tem um momento da sua vida que sempre se acha Deus, mas não é.
Você não é Deus. Você ama e mesmo assim
você trai. Você se arrepende e mesmo assim você faz. Porque não achou sua
completude. Seria mais fácil fugir, mas tudo vai atrás de você.
Fiquei olhando para as duas chorando e pensando que merda
que eu fiz. Elas se sujando com meu sangue . Então pude ver o outro tão perdido
quanto eu, sendo levado comigo por mãos de sombras, vamos para o inferno
juntos. Mas eu tampouco ligava para isso. Lá não tem armas para se garantir. E
os fantasmas serão muito mais reais. O arrependimento e a culpa, a magoa e o
amor. Tudo vira fantasma. E aí você precisa viver de novo para consertar tudo ,
fazer tudo outra vez. Na verdade, danar tudo de novo de outro jeito.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Solstício
Escolha seu Destino:
Ao vento,
Beautiful lie,
Forever,
little girl,
Sol,
Um dia
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