sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Assistindo seu mundo acabar

Está parado a porta e não quero sair e nem entrar, só fica parado vendo o mundo se colidir. Colocando a culpa nos outros. Não pode andar na poça se não colocarem uma tabua como ponte para atravessar. Ah , o mundo está acabando e é culpa de vocês. A desgraça acontecendo e todos rindo. O ápice da loucura. O mundo está tomado.
Agora começou a cair, em um penhasco sem limite. É inferno? É inferno? Dê um nome pra isso. Ela disse adeus, mas eu não estava mais lá, só ela não percebeu. Só ela não sabe o quanto mereceu. Desgastado e enferrujado, é por isso que você odeia. Todos são mentirosos e é por essa e outras que o mundo está colidindo. Tragédia de sonhos, tragédias em mente. Ela está ali parada esperando que você diga alguma coisa. O que está esperando para virar as costas pra ela. Fazê-la cair.
Tenho um amor dentro de uma canção, ela é mais uma fantasia dos santos que rodeiam minha cabeça na estrada. Há mentira na ponta do meu lápis, mas há verdade no coração. Por mais que eu o quisesse jamais se sucumbiria. Por que ele não pertence a mim. E se colide como o mundo numa tragédia nova.
Ela deveria dizer o que quer ouvir, contar segredos se quer os dele desvendados? Talvez não.
Desculpe não ser tão atingido por ti e mesmo que ache que atirou em mim, te surpreendo com um colete a provas de bala.
Meu choro não é segredo, mas não há verdade. O que queria ouvir? Já ganhaste várias lágrimas, agora virei um réptil. Adequei-me ao ambiente que me arremessaste.

Eu sinto muito, mas continuarei parada aqui na porta,assistindo o mundo acabar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Fade out


Aquele porta retrato que nos carregava está em efeito “fade out”
Podia achar um sorriso ali até ontem a noite, mas hoje só há escuridão.
O som que via do fundo do corredor já não existe mais. E está mais dificil agora de achar. O que você vai fazer? Por onde ir? Como fazer se o perfume está sumindo...Se a planta precisa ser regada. Ah sim, como sempre faz e eu sei bem dos seus malditos feitiços. Sempre caio neles.
Ok, vá e pise! Ria na minha cara. Não se sente melhor assim?
Aproveite enquanto não consigo te dar silêncio. Enquanto o sol ainda brilha e seus cabelos não perderam a cor.
A paciência corroída. Carne viva. Pisa em cima. Sente-se melhor assim?
Ambos dizemos que preferíamos que fosse diferente , mas sabemos que isso é uma pura mentira. Ou pelo menos é o que estou dizendo pra mim mesmo
Sempre dizendo as palavras que nunca te satisfazem. Você sempre fazendo tudo pra uma nova guerra. Só que agora me silenciarei, pelo menos por hoje.

Por hoje... Amanhã direi o mesmo.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A sereia

Um manto vermelho me chamava quando a noite caia. Me atraia em velas e balsamo. Um canto de sereia atormentava-me os ouvidos. Abria os olhos e não enxergava nada.
Ainda sim sentia uma mão em minhas costas. Virava de frente para a porta e podia quase não acreditar que não tinha vento enquanto a porta abria.

Ahhhh.... Quem sempre esteve atrás de mim?
Ahhhh... Isso me faz sentir-me especial.
“Venha pra mim”
O canto vem de algum lugar.
Mas se não posso ver como saberei para onde ir?


Suas promessas me tocaram fundo durante um sonho. Sonho que pedi para sonhar de novo. Disseram-me que se eu escrevesse num papel e colocasse debaixo do travesseiro isso aconteceria, mas nunca foi assim. Acho que o universo não estava afim de conspiração. Mas alguns dizem que é preciso fazer com fé. Quem são vocês para desdenharem da minha fé?

Ahhhh.... Alguém me atirou no lago de ondas
Ahhhhh.... Isso me faz ter medo de morrer
“Está perto, garoto.”
O canto veio de perto.
Mas como poderei chegar que eu não posso ver?




E a arte, ela sempre existiu...


Papel branco e tinta disponíveis, ele sabia se virar por 7 em 1. Pinturas e palavras organizando-se em textos. Pouco sabia diferenciar um poema de uma poesia. Seguia suas escritas Alá Cazuza, sem rimas e sem regras.
Quando oferecido 1 moeda corria feliz por um doce branco.  Sentava debaixo da arvore com seu caderno amigo. Com os dedos manchados de caneta como sempre tinha. Namorando as folhas que mexiam de leve com o vento.
Apaixonado pela manhã, bem cedinho sentava-se à mesa de dama, dizia que o banco era pros fracos. Escrevia suas histórias. Contemplava as flores amarelas que tomavam aquela mesma arvore que mais tarde o protegeria da chuva e teria seus lábios aquecidos.
‘’Quanto tempo será que preciso desejar para então a lei da atração do Universo acontecer?”
E nesta praça passou toda sua vida, o banco servia-lhe como cama quando seu pai perfumado a álcool insistia em tirá-lo do conforto de sua casa. Podemos matar o tempo e quando voltarmos vai estar tudo calmo. Sujo, mas nada que uma limpeza não resolva. Passava a mão pelos cabelos de sua irmã. Era bom que ela continuasse a dormir para não notar no dia seguinte que saiu da cama no meio da noite.
“Quanto tempo dura duas horas? Parece umas doze...”
De frente ao portão da escola, monstros com duas cabeças estavam por todos os lugares. O que fazer senão correr? Suas costas arrastavam pela parede chapiscada, ali sentado aprendia mais do que na sala de aula. Pelo menos me lembro mais das historias que criei naquela rua, o caminho pra Marvim, do que das matérias.


Sonhos que são sonhos sonhados com força, deixam de ser sonhos e viram realidade. Apesar de hoje eu ser quem sou, a criança do passado sempre estará lá e do mesmo jeito. Feliz por agora ter certeza que tudo irá passar.

Minha EVA

Se há alguns anos atrás alguém me dissesse que teria uma pessoa que tiraria meu fôlego, que me fizesse acreditar que a porra do amor existe e permanece, eu riria com certeza. Eu nunca me importei se doía ou não. Eu também nunca quis alguém que fosse mais especial do que eu pra mim. Também não sabia que eu chegaria a me sentir como um verme ás vezes. Deve ser a maneira como você me olha com as sobrancelhas arqueadas.
Fico me perguntando por que você existe? Será que é como você diz? Que realmente tens minha costela? Isso é engraçado e dói tanto quanto sua mão deixando hematoma em meu peito por um tapa. Ou quando arranha minhas costas sem clemência A ardência e deleite que só teu sexo tem. E se dizes que está pela redondeza não seguro meu riso até te achar, e depois também não. Nunca ri tão frouxo em toda minha vida. E isso dói a barriga as vezes como a tua quando faço cócegas e me pede pra parar, implorando e rindo desesperada. Sei que não implora, mas tenho algo pra você, sempre tive. Coma! Por que eu te dou direito mais dever de fazer o que quiser, como eu, o teu.

Se há alguns anos atrás alguém me dissesse que teria uma pessoa pela qual eu daria a minha vida, eu debocharia como só eu sei fazer. Eu não me importo se vai doer mais ainda ou não. Eu quero continuar amando você.

Arrrrr...

Arrrr....

Meus miolos faltam pouco rastejaram para não explodir, eu não aguento mais pressão  quente
Cada vez mais
E todas as mentiras que eu te disse me corroem mais, me queimam..
Eu nunca pensei que um dia tudo isso fosse ser um problema.
Estou segurando toda a vontade que eu tenho de dar um tiro em minha própria cabeça.

Arrr...
Eu acredito
Eu quero dizer
“eu acredito”
Acho que eu disse...

Segurei as mentiras em que te ameacei
Agora elas me ameaçam
Você disse “Eu acredito”


Arrrr.. Se eu morro, tu tens que morrer também.
Porque só conseguir mentir quando descobri que mentias também.

Será que não sente a dor?
Não sente a dor?
Arrrr...

Eu me lembrarei de te odiar no final
Arrrr....
Eu nunca quis te machucar como você fez comigo, porra!
Arrr!!!


Ao Barqueiro

Mistura de veneno e vinho
Misturou veneno no vinho
No vinho, seu veneno cuspido!

Não te disseram que pode ser perigoso? Mesmo assim pagaste pelo barqueiro. Não tinha nada a perder. Então você disse “Tanto faz”
Não use a coroa dourada, a verdadeira princesa pode estar na festa.
O que você quer ser hoje, Anjo ou demônio?
Tudo que faz, faz de olhos fechados. Não tem medo de errar e se errar “tanto faz”. Então disse “não importa”

Sua alma nunca foi sua
Sua alma nunca foi minha
Na terra sua alma foi cuspida

Não te disseram que um dia poderia querer viver? O desafio é lançado e é fácil demais até você tomar gosto. As moedas já foram. Vai dizer que tanto faz?
Você usou a coroa, sua mascara caiu. Ainda sim ainda quer ser o que não é, dizendo que agora é sua verdadeira pele, mas sempre há uma pele nova á descobrir.
Quem te conhece de verdade? E você diz “Não importa”

Tens que vender tudo que tem
Tens que vender tudo o que tens
O que ainda tens?


Nenhuma conquista será sua no final.

domingo, 7 de setembro de 2014

Bem que podia (In your eyes)

Como pode estar tão longe e tão perto ao mesmo tempo? Nada é errado quando há uma força de desejo. Esta que nos faz bem e não existe leis e nem regras. Só sei que você demorou muito para devolver um riso sério sem graça no lugar de todas as piadas. Sim, maquiagem do palhaço se limpa, como se sente agora? Estou te olhando e minha testa está enrugada, acredite que falo sério, agora eu falo apesar de estar rindo.  Estou aqui pedindo pra fazer parte de toda sua beleza esta noite e as outras.
Veja, agora podemos nos tocar, mas antes já sabíamos o que era sentir. Impressionante.  Além do imaginário. Um sonho virado realidade. Um sonho fora do normal. Nunca arriscaríamos, e em parte maior nos perderíamos um dia ou outro, mas estamos aqui, enfrentando leões, correndo daqueles que esqueceram o que é sonhar como um louco. Sonhando como louco, estamos sonhando como um. E como uma corda que nos liga, o destino funcionou desde um tombo na neve á uma aventura que termina nesse vagão. Ou melhor, que começa...
Poderemos então riscar o ‘’pra sempre’’ juntos e não mais separados.
Bem que podia, tapes automáticos sem que estivéssemos nos gravando. Contempladores para registrar nossa história. Bem que podia...
Bem que podia não ser tudo isso mais um sonho.

Ás vezes me dá uns surtos e eu queria que fosse real de verdade. Eu queria que o vagão existisse, por um momento... bem que podia.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Arte de Deus

Preciso me fingir
Preciso me fazer
Prefiro me render à ter que obedecer
Preciso impressionar arredores com um piscar, porque me disseram que preciso ser mais um tentando fazer a diferença de um mundo oco perdido
Vazio e zunido, oco...
Lamúria sofrida, esquizofrenia.
Andarilhos sem emoção, sem estimação. Lá fora há demência e aberração.
Preciso me passar, ultrapassá-los
Será uma eterna guerra contra nós mesmos e que vença o melhor!
Preciso enganar, é preciso ser egoísta
Preciso reencarnar para alumiar sem pecados, só por alguns anos, poucos. Até virem todas as picadas, cada vez mais carregadas desse mesmo lugar regenerado que chamamos de mundo pra se viver uma vida. Nada mais que novela. Um rodízio de sofrimento com falsa alusão de felicidade. Faz parte do show. Frangalhos de felicidade. Ilusões, sonhos alcançáveis com sangue.

Vida, uma arte de Deus.