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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Smell Like A Blood

Vi passar a guria do bar, aquela que não chega a nenhum lugar. Com  mais aquela que só fala e não aguenta ouvir. Ganhei uns tablefetes por falar demais.
Vi chegar aquela deprimida, aquela que não adianta falar que está um dia lindo, pra ela tudo é chuva.
Eu vi passar aquela mentirosa que diz me amar, mas amor passa pra ela de forma diferente todas as noites.
Essa é  a porra do nosso mundo, amor falso sobejando pra todos os lados. Aqueles dramas incansáveis. Mentiras exatas que um dia são descobertas.
As vezes me esqueço como é sorrir. Mas preciso dissimular. Ser como eles, estar entre eles. Amar como eles, eu não sei .
As coisas nunca mais vão voltar a ser como antes
Eu prefiro falhar do que sentir aquele amor todo de novo
Ah..
Eu precisei me fazer escapar daquele doce muito doce que faz o maxilar duvidar. Se é azedo, resigna.
Estou tão duro por dentro, não tem onde me esconder se estou com sinal verde. Mas ainda assim eu não sairei daqui. A porta sumiu e não tem pra onde correr
Ouço a depressiva falar,  vontade de pegar a arma e fazer um favor pra ela.
É dor. E quando a gente mata a dor? Eu a salvaria. Vejo assim.
Quando as coisas escapam do nosso controle, tudo que fazemos é cair sem parar.
Não sobrou nada nesse quarto, só suas penas escondidas e não era do seu cocár de índia
Comi poeira enquanto você esquivava pra favela.
Muito bacana sua mascara cor da pele. E esse teu rabo pra cima censurado "eat me"
Chore lagrimas de crocodilo. Ele chorava quando comia a vitima, devia ser muita emoção de assassino. Mas eu sei que você sentia pena.
Agora estou ouvindo uma outra, ela parece estar me provocando, mas ainda prefiro aquela que me lembra você.
Pra fazer passar...
Dor, uma bala resolveria o problema daquela depressiva
Dor, eu não sentiria ao apertar o gatilho
Apesar de parecer me importar, eu não...
Eu só estava me divertindo

Todo esse sangue, não é meu


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Clementine

Clementine, você só tem 15. Menina, vá colocar os sapatos, não fique descalça.
Garota, não enlouqueça, o que você está defendendo?
Somos todos passeantes que nem se importam. Cada vez mais egoístas, fluindo no vento, egos estendidos.
Mudando de ideia, nos sentindo diferentes a cada dia. Não se culpe por tanto. Não se cobre assim.
Estamos ficando mais velhos mais rápido, com muita idade e pouca ruga. A Terra girando rápido.
Todo o tempo, apenas desperdiçando com tanta tecnologia do mundo novo mais escuro
Clementine, eu desejaria que tu tivesse vivido na minha época.
Sou um velho, não percebe?
 Você só tem 15 anos, 15 pulsos para cortar, 15 vidas pra correr, 15 tempos pra surtar.
Você é jovem e nada é muito fácil, nem ser diferente.

Todos nós morremos.  Aprenda menina, tudo morre... Até mesmo os desejos...