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domingo, 12 de outubro de 2014

No Sense (!)

Estrela Iluminada pela lua


Os olhos dele estavam no teto, refletidos pela lua. Se eu fechasse os olhos, eu sentiria o sol, de tanto que o calor me tomava.
Oh mãe, eu deveria ter ouvido cada palavra sua, mas não viveria. Encontrá-lo estava em caminho contrário das regras de Deus.
Ouço o som que mexe dentro de mim, toda essa banda me toca fundo. E meu corpo vibrava. Ele dizia: Estrela iluminada pela lua. Mas eu só era a estrela por poucos minutos, porque quando ele assumia o controle, era só ele e mais ninguém. E eu depois de tudo apagava e não precisava nem de 300.000 anos. Quem sabe 300.000 minutos.
Estrelas tem luz própria, mas do lado de Adam... Ele era como o sol. Quem era eu então, senão nada?
Ann
              Naquela manhã descemos do teto, nus e pulamos a janela direto na cama. Ele não demorou já dizendo que precisava sair. Pra mim não era novidade alguma. Nem comeu nada, apenas vestiu a jaqueta e saiu sem bater a porta. Agradeci por isso e fui fazer meu café, um dos meus vícios. Perdi algum tempo sentada na mesa esperando o café ficar pronto. A noite anterior que não me saia do pensamento,_estrela iluminada pela lua_. Tinha horas que Adam parecia sensível e logo depois se transformava feito lobisomem. Ou para ser menos exagerada, feito alguém bipolar mesmo. Eu não sonhei, porque eu não dormi. Toda vez que ele estava comigo eu passava a noite acordada e o café, ah o café... Café?  “-Deus! O café”. Tudo bem que Deus não tinha nada haver com aquilo, e apesar de não ter muita fé sempre dizia isso. E o café estava derramando e a culpa era só minha. “- Estúpida!”

              Minha mãe dizia “-Você tem que sair agora! Vá conhecer pessoas! Vá conhecer o mundo” e então, eu decidi mudar. Eu mudei e pela última vez obedeci.