quarta-feira, 17 de setembro de 2014

E a arte, ela sempre existiu...


Papel branco e tinta disponíveis, ele sabia se virar por 7 em 1. Pinturas e palavras organizando-se em textos. Pouco sabia diferenciar um poema de uma poesia. Seguia suas escritas Alá Cazuza, sem rimas e sem regras.
Quando oferecido 1 moeda corria feliz por um doce branco.  Sentava debaixo da arvore com seu caderno amigo. Com os dedos manchados de caneta como sempre tinha. Namorando as folhas que mexiam de leve com o vento.
Apaixonado pela manhã, bem cedinho sentava-se à mesa de dama, dizia que o banco era pros fracos. Escrevia suas histórias. Contemplava as flores amarelas que tomavam aquela mesma arvore que mais tarde o protegeria da chuva e teria seus lábios aquecidos.
‘’Quanto tempo será que preciso desejar para então a lei da atração do Universo acontecer?”
E nesta praça passou toda sua vida, o banco servia-lhe como cama quando seu pai perfumado a álcool insistia em tirá-lo do conforto de sua casa. Podemos matar o tempo e quando voltarmos vai estar tudo calmo. Sujo, mas nada que uma limpeza não resolva. Passava a mão pelos cabelos de sua irmã. Era bom que ela continuasse a dormir para não notar no dia seguinte que saiu da cama no meio da noite.
“Quanto tempo dura duas horas? Parece umas doze...”
De frente ao portão da escola, monstros com duas cabeças estavam por todos os lugares. O que fazer senão correr? Suas costas arrastavam pela parede chapiscada, ali sentado aprendia mais do que na sala de aula. Pelo menos me lembro mais das historias que criei naquela rua, o caminho pra Marvim, do que das matérias.


Sonhos que são sonhos sonhados com força, deixam de ser sonhos e viram realidade. Apesar de hoje eu ser quem sou, a criança do passado sempre estará lá e do mesmo jeito. Feliz por agora ter certeza que tudo irá passar.

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