sábado, 29 de dezembro de 2012

Encurralados III


Não era só para esquecer, só para completar algum vazio ou pra me livrar da dor. Eu estava viciado e não admitia. É como assumir uma doença , mesmo porque eu nunca conseguia ter controle total dos meus atos. Como por exemplo... Eu não pensei duas vezes quando cortei o pescoço do porteiro bundão... Mas esse tipo de vicio eu não queria que brotasse em mim, o vicio de matar. Porque quando isso torna uma certa rotina e você estranhamente gosta do poder que sente após a matança, há grandes chances de se tornar um vicio. 
Eu sinto esse poder, satisfação, prazer. 
Não digo que sou um psicopata, pois este não sente emoções e eu sinto até demais. Não possuo a tal da empatia e tenho amor profundo por muitas coisas, por mais que escorregue bastante para a loucura, para o sombrio, para o exótico. Tenho amor de sobra dentro de mim. E esse céu é uma das minhas maiores paixões. A lua está amarela e vários símbolos nela habitam. Quem pode ver mais que o comum apenas? O que eu não consigo é olhar e não ver nada. 
Vejo além das coisas, não me contento com o que é mostrado, sempre há muito mais. O conhecimento não revelado, o secreto. Muito mais além do empirico. Encarar o céu é uma viagem, já se passaram 4 horas e o efeito da droga tá passando, porque a dor está voltando. Maldito mago de direita de meia tigela. A briga de ontem não foi nada muito agradável. Mas mesmo assim, mesmo depois de tudo, ele ainda é tão indiferente pra mim...
 
(...)

Amanheceu, parece.. Abri os olhos , esfreguei-os. Tive certeza. Luz do sol. Tuck abria a janela e eu me sentei devagar. Estava me sentindo uma doente. Meus  pais deviam estar preocupados. Reparei que havia uma bandeja bem feita com coisas leves de frente a mim. Tuck não falava muito, parou ao pé da cama e sorriu. "Como está?"
"Bem" respondi "-Obrigada pelo café da manhã." Homens cozinham bem quando querem e quando aprendem. Comecei a passar pasta nas torradas e fazer barulhinhos de mastigações. "- Vou ficar muito tempo aqui?". Ele balançou a cabeça negativamente dizendo que logo eu sairia. 
Ele me contou que estava um tanto alto de bebida no dia e não lembrava direito. Que Dean esteve aqui comigo e pediu para que cuidasse de mim, pois logo ele estaria de volta. Fiquei feliz por ter a confirmação do que eu já sabia.
Agora estávamos andando pelo quintal. Era uma casa muito agradável e o jardim impecável. Ele dizia cuidar sempre, era o ultimo desejo de sua mãe antes de morrer. 
á era tarde o dia foi agradável até que Tuck que já parecia impaciente com minhas perguntas, veio com um copo d'agua, aproveitou minha sede. Nem sei onde caí. Mas quando acordei já estava na cama, já estava escuro. Como minha memória falhava e não se fixava eu nunca tinha certeza de nada. Mas de uma coisa eu tinha certeza absoluta. Era ele, era Dean ali sentado numa cadeira bem a minha frente, ao lado da cama. 

J

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