quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Eu imploro que você devore. Devorar!

I crave you to devour. Devour


Se eu pudesse escolher um som teu preferido, jamais conseguiria. Os cânticos de seus gemidos ecoaram no quarto. O timbre que vai e volta. O efeito sonoro diferente a cada solavanco. Brusco, forte, porque é assim que ela gosta. Sentir-se dominada, sentir-se a presa.
Os lábios separados molhados por sua língua ou minha boca, tão sexy quanto seu batom borrado. Gata Borralheira quando sorria. Contraste de beleza e sedução.
À vontade, devorar.
Meiguice, atassalhar.
Entregue a mim. Ao seu monstro, minha bela, não deixe que olhos celestiais te driblem. Se entregue até não sobrar mais nada. Tendo em total claridade de ideias de que perante a ti eis a besta.
Ela finge que entende, se faz  doce, diz o quanto gosta da minha alteração de personalidades. Eu sou um ator, um fingido. Sou um promiscuo, a aberração de pensamentos sórdidos. Eu sou quem abre o caminho para você passar e bloqueio quando quero.
“Gosto dos dois. Dos dois lados” Ela disse. Mas me arrepia com essa ironia, esse estado felino voraz. Desse tipo como faz minhas costas baterem forte na parede. Quando enrola os dedos em meus cabelos e puxa enquanto beija.
Meu sorriso é sarcástico e quando este se libera é um bom sinal. No fundo todos gostam de se sentirem domados por tempos e donos da situação em outros. Mas não sei ficar muito tempo por baixo.
O som como um adicional de pimenta. Estava mais cáustico a cada ranger de dentes. Era o que começava a fazer sempre que partia para um beijo alucinante. Arrancava suas roupas, sem rasgos como ela adorava fazer, porém não me portava como um menino bonzinho. Seu corpo parecia dançar ao acalento quando a empurrei na cama. Quem disse que ela não gosta do lado bestial? E do meu corpo tapando o dela com sobras. Para que minhas costas ficassem livres ao teto e então ela poderia arranhar com liberdade pra cima e pra baixo consecutivamente. Ranger de dentes e beijo. Aquele que lábios se esfregam. Um beijo carente de oxigênio. Aquele que a noção do tempo é totalmente perdida. Sempre que nos perdíamos em um beijo inocente inicial, não sabíamos lidar com o fim de um simples beijo imaculado.
Ela não gostava de ter seus gemidos impedidos, eu sabia, mas fazia impedir só para irrita-la. Para fazer cólera. Respirações corriam quarteirões e nós ali sem sair do lugar e nem mesmo rolar. O beijo virava lambida. O arranhar virava mordida. Ela sempre pede no começo que eu a invada. Mas não. Te farei sofrer.
Seu corpo seguia em ondas sem mar. Se sentia presa e inquieta com o seu pedido não atendido. Ela não precisava falar, eu sabia. E eu não precisava dizer não, ela sabia que teria que esperar. E por seus risos tentava manter o controle, ou fingir que tinha algum.
Seu corpo como uma aventura. Adorava senti-lo se contorcer. A realidade mexer com o imaginário. Provando oras certo e oras errado. Meu desejo estava sendo realizada, com sua permissão entre suas pernas. A língua quente que te fazia gemer enquanto em círculos nos dava prazer. Olhava para você enquanto arte. Bolas azuis encontrando teu sorriso maldoso. Gostava de ver sua feição, seu requebrar alem de sentir suas mãos inquietas. Gostava de ver e outros momentos, apenas imaginar... Brincar com a realidade, trazendo para meu imaginário. E depois, pagar pra ver.
Sou feito de provocações. Constância é grátis em presença. Gosto de comandar e gosto de fingir que comandas.
Serpente afiada? Vários animais em um, ela é. E uma viciada. Sim uma viciada acamada e em todos os cômodos. Dar-te-ei a droga. E então a caça contra o caçador, a serpente deixa de ser tu. Sorriso maldoso agora meu, a encarando perto. Tua boca a retorcer. Demência. Meu fraco. Seus lábios em tentação. O veneno vinha deles, molhados pela língua. Minha e tua.
Seu corpo se eleva, parecem andar pelos lençóis de cetim. Em decorrência, sua cabeça no vão. Eu brinco: ‘Logo estaremos no chão’. Ela não se importava se chão ou não, se inferno ou céu. Ela só queria estar ali me encarando o quanto podia até não resistir mais. Respondendo prazer, me fazendo sentir os extras. Segurei-a para que não caíssemos e isso nos fez uma concha fechada. Colei minha testa na dela e enfim fechei os olhos, estes que não te encaram e nem te engolem mais. Agora é céu. Sentia-se paixão. Soltei um gemido contido quando o peito apertou. Mas nem todo tempo é céu. A vida é uma montanha russa e o inferno chega, afinal é preciso rodar. Encaixei-a em cima de mim, meus joelhos afundavam na cama e minhas mãos afundavam seus ombros. Venha, venha. Estava eu chamando sem voz, eram os olhos, era a minha boca:' Venha, venha agressiva.'
Era como pedir. “Senta com vontade indecisa e decidida. E assim consecutivamente.”



Artes, artimanhas. Brincadeiras por força de braços, levantamento de corpo. Na maioria das vezes voltava eu ali tapando mais uma vez seu corpo. De mandante. Insistia na armação. Era como truque a resistência. A empolgação vinha de graça. Mentos. Ápice.
Arte é para os criativos. Força para mim. Tu és como uma bonequinha de pano a comando de meus braços fortes. Miados berrados são para os gatos. A gata é você. E eu sou aquele que derrete tuas armaduras. “Ela vulcão e eu Dragão.”

“Perfeito. Quente. Incendiador. Vindo de dentro. Calor como larva de um vulcão. Prestes a entrar em erupção. No final, só destruição.”

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