Então
eu a tive nos braços podendo sentir seus últimos suspiros. A tive em sua
fraqueza e seu extermínio. Lonjuras por causas minhas imaturas. Eu tive uma
lágrima que me queimava o rosto. A morte de repente não era mais bonita aos
meus olhos. Bem diante, crua. Era a última pessoa que eu queria que acabasse
assim, por mim. Por mim, malfeitor de dilemas impossíveis. Acreditar nesse
seu mundo de possibilidades ainda me deixa tonto, mas como eu queria ter os
olhos inocentes de uma criança. Tão quanto dizes que é. E que nada vejo. Nem
almejo, a não ser teus olhos castanhos de menina anjo invariável. Menina agora
morta sem o acalento que permitia ocupar toda a vida passada e futura por seus
desejos prolixos e impermutáveis. Menina morta por não ser conduzida minha
respiração em sua boca, razão de vida e cheiro bom. Cheiro de respiração. Por
não ter minhas mãos queimantes em tua pele branda e não-fria. Por não ter meus
cuidados, quem imaginaria? Por não sentir a metade da alma.
Mas
menina eu lhe ressuscito porque não me apetece não ficar. Sem tua completude em
meu ser. Sem teu "ter e não ter" ocasional. Sem tuas obras- primas. Sem teu
gosto, teu toque, sem você. E faço isso pensando em mim e em você. Porque quem
te daria de beber nesse deserto que vives. Eu tubarão tão acostumado com o mar.
Te faço minha bela sereia a clamar. E então fecha os olhos e precisa agora
acordar nesse lugar novo que eu te induzo e só estou lá por sua causa. Como
imaginar, onde já se viu. Que poderíamos fazer do deserto uma ilha paradisíaca?
Demais! Melhor é como consigo imaginar as cenas mudando conforme o texto passa... ardente.
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