sexta-feira, 27 de abril de 2012

Lethargia


Eu já não aguentava mais aquelas conversas intelectuais, um querendo parecer melhor que o outro quando na verdade se mostravam piores. Era uma bronca quando me levantava da mesa sem pedir licença, mas me aventurei e ignorei os gritos que abafam por trás de minhas costas enquanto eu apressava os passos para meu quarto. “-Inferno!”. Reclamei.
Ajoelhei-me comtemplado... Contemplando a luz vermelha que se contorcia
“-Desejo sair do meu corpo. Preciso morrer agora e será em seus braços. Tão imensos e sutis. Voarei com você. Desmoronarei com você. Enquanto me sinto completo por restos que me mendigas”.
Eu estava diante da verdade, mesmo sendo a minha verdade cheia de furos e lástimas. Morri na cama e nenhuma visão já não importava. Nada era real. Eu poderia ferir e sangrar, fazer sangrar, sangrar por mim. Sem dor real, sem dormências. Posso acordar de volta no mundo quando minh’alma decidir voltar, quando bater o horário.
Vaguei por horas de assombro, com a alma separada do corpo. 
Mas na alma se vê corpo e tudo parece frágil e inalcançável.
Eu tinha a língua cortada através do espelho. As chamas estavam bem atrás de mim. Era madeira?
 “- Porra, que coisa linda!”. Era ele se contorcendo em cores laranja, amarelas e vermelhas. Era faísca. Sem a maldita fumaça. Era fogo. Apenas fogo em sua perfeição.
Sei que há mais coisas, infinitamente mais, intensamente, incessantemente mais. Mas eu me senti acolhido, filho dele. Ah, eu, o menino indolente, divagando...

2 comentários:

  1. Oi meu amor. Como sempre seus textos são ótimos, gato. Te amodolu *_*

    Fiz um blog como havia lhe falado pois você me inspira >.<

    www.setimasina.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Opa, visitante assiduo serei. Já está entre meus demônios rsrsr.
    Me sinto bem quando ouço falar que inspiro alguém. Pra falar a verdade isso é bom demais.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.