terça-feira, 8 de maio de 2012

'Impragmata'


Você mesmo se impediu de ver ou planejou tudo isso? Seria indiferente com ou sem você. Porque ninguém na verdade seria capaz de parar a tempestade. E quando tem que chover, chove. Não escolhemos. Ah, aquele fim de semana que você quis tanto sol para fazer uma caminhada na praia e pular no poço das cobras, você acabou ficando em casa em mais um dia miserável.
Eu não escolhi ser o bipolar, aquele com mudança de humor constante. Se eu pudesse escolher, estaria sempre bem, com certeza. Sempre rindo e sendo a graça das pessoas. Rir para fotos me soa falso. Uma lembrança de um momento. Qual é! Sorria e finja que está bem. O fiz tremulo.
Quem não gostaria de alguém sempre para lhe apontar o caminho novo e mais rápido. Talvez os mais longos quando convém, uma história maior. Para quem quer ocupar o tempo que sobra preenchendo com nada. Nada... Tenho a necessidade de algo superficial que posso matar e reviver novamente em um estalo. Sempre foi do meu estilo; brincar, romper e juntar.
Estou perdendo tempo, cada vez mais. Criando passos para dentro da floresta branca. É frio. Precisei de vermelho e preto, era vida em todo aquele branco assustador. Brinquei com as cores, fiz fogo. Ele é capaz de te aquecer, acolher, encantar. Mas também tem poder de deprimir, machucar, matar.
Até quanto tempo vou durar aqui parando o tempo, parado no tempo?
Aqueles do lado de fora são olhos acusadores, eu pedi por rosas e pra ser cremado no fim. Ficará a boa lembrança e não um fantasma. Esse que sou agora, brincando de viver depois de ter brincado de morrer.
Orgulhoso? Não. Agora mesmo, nesse momento, eu queria estar em outro lugar.

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