domingo, 12 de julho de 2015

Dê-me Sete

"UM"

É como chegar do céu direto para o inferno, correr nessa velocidade e chocar desse jeito.
Oh Deus, isso é tão estranho, é como se eu não estivesse lá
E o que é todo esse som? Eu não sabia que havia uma musica para entrada do ceifeiro
Mas meu corpo continua lá e é sangue que me prende. O fio fino demais, porém com força o suficiente. Eu nunca quis ir embora de verdade, mesmo com minhas rezas e pilulas na garganta.
O que vale no fim é dizer que valeu a pena.
É bom sentir o vento bater forte na cara. E a morte não é tão ruim assim.
Todo dia morre alguma coisa. O que antes eram migalhas, hoje é saco de pão. E não é mais como sonhar com você, estar com você é um peso. Você cospe na minha cara e eu tenho que sorrir antes ou depois? Minhas pilulas de ironia que fazem sorrir antes. Causa e efeito. Eu não sentiria vergonha de estar sozinho. Nem medo por todo o silencio. Só ande comigo se seu caminho for o mesmo e não para apenas estar do meu lado.
Acidentes acontecem, eu tive um a noite passada e meu espirito anda perambulando pela praia. Diziam mesmo que não vamos muito longe do local da morte. E como eu queria que tivesse sido morte mesmo, de uma vez. E não assim... Você enfiando a estaca cada vez mais fundo, dizendo que me ama enquanto mata.


"DOIS"

Essa cara de sonsa, esse som desesperado. Você tem olhos perdidos, aqueles negros de dar pena. Suas mãos procuram uma arma a todo momento e as minhas também..
Essa minha cara de sonso, dizendo mentiras como se fossem verdades. Eu tenho olhos fixos e pensamentos vagos. Aqueles sonhos perdidos que já morreram e esqueceram de deitar. Meu coração procura o seu o tempo todo para sangrar junto.
Eu sei que você morreria por mim, mas eu que tenho morrido, morto por você. 
Você mata por mim, através de mim pra te fazer viver. Mas agora eu escolho você.


"TRÊS"

Eu acabei de matar tudo. Quebrei as regras, ultrapassei os limites, porém menos do que eu queria. Acabei de trair sua confiança, mas foi só uma pitada do saco de sal que sempre tenho em minhas feridas. Como eu poderia me sentir culpado por derramar um pouco mais de álcool nessa fogueira?
Deixe-me morrer, como você morreu pra mim.
Então caminharemos por algum lugar de acordo e quem sabe felizes, como costumávamos ser...
Porque sempre acreditamos que aqui não é o único lugar.


"QUATRO"

Único (?)

Por que damos tanto valor a coisas que nem existem? Alimentando sentidos que criamos.
Serviria para a vida ficar mais bonita? 
Tudo que precisamos é um sentido, então fazemos histórias bonitas
Vendo coisas mais bonitas do que realmente são, talvez
Talvez seja um vicio
Dependência e abstinência
Por que eu criei um mundo e não queria soltar


"CINCO"

Talvez eu seja o vicio
Anjo criativo entregue as sombras para fazer sucesso entre os demônios
Toda minha parte impressionante, não passam de coisas que não consigo evitar
A mente perfeita e errante, vomitando dragões e unicórnios
Eu nunca poderia fazer parte do seu inferno, pois é pobre demais
Suas ilusões não combinam com as minhas histórias
E é isso que sou, contos
Contos da meia- noite, do meio seculo. Contos , o mito, ...
E a sua perversão é tão mais grave, não me deixa relaxar
Pra mim é como um orgasmo, pra você é uma religião.





"SEIS"

Oh Cristo, como eu queria estar sozinho ao invés de tão perdido. Todos os santos e demônios se criam em minha cúpula, eu só queria me confessar, mas eles não me deixam passar. É isso que é feito, somos impedidos de dar um passo sem perigo. É preciso arriscar. Concedi perdão, mas o que mais posso fazer? Apenas ouvi e desliguei o interfone. Não a deixei entrar. Não fui atrás. E eu pensei em largar tudo e me entregar ao negativo, como ela fez a outrem. Porém meu negativo é ela. O demônio que colocaram em meu caminho para me fazer conhecer como é estar preso e querer estar mesmo torturado. A vitima que ama o estuprador. 
Mas aí amanhecer e o que era preto agora é cinza. O que fará agora? Me tire daqui sem mais sentimentos. O coração é uma bomba relógio, eu quero Graça no lugar.


"SETE"

E é aqui que quero chegar, a perfeição.
Somos mais parecidos do que pensávamos...
Sou-te… 
És-me…







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