quarta-feira, 7 de junho de 2017

3:15AM

Ela me ligou às três da manhã. Eu já não sabia o que fazer naquela noite, deixei de atender várias chamadas. Não sabia onde havia largado meu telefone. Não via um palmo a minha frente. A visão turva e o bafo de cachaça, mas ela estava pior do que eu. Ela me esperou a noite toda. Sua voz trêmula ao dizer as últimas palavras. Foi a pior coisa que me aconteceu. Debochado, eu não achei que fosse ouvir o som, até que eu ouvi. Antes, as preliminares, a preparação para o tiro e então ela disse “eu te amo” e apertou o gatilho. Acho que meu ouvido estourou junto com a cabeça dela. Eu até agora não consigo ouvir nada que estão falando nessa sala. Estou louco? Isso aconteceu mesmo? Ela se matou as 3:15 da manhã, mas o que ela ficou falando por 15 minutos que eu não ouvi? Eu apenas fiquei sóbrio na hora do tiro e percebi que estava na frente dela.

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