Eu nunca soube amar e ficar são. Amor pra mim é ficar bêbado,
é sair gritando por ai. É sentir a porra toda espirrar. Amor é assim sem
pudores e vulgar como tem que ser. Eu não sei amar como vocês, invertebrados
confusos. Eu não sou daqui, eu sou de lá. Eu sou da pá virada. Do inferno insólito.
Inferno este que faz esbrasear. Sinto queimar o estomago, o peito, os olhos.
Sinto o tremor dos vulcões e minha mão mal para com a tua sem suar. Energia
enlouquecida pede pra jamais parar. Meu amor é excêntrico, é de cabeça,
abstrato, maluco e alucinado. Já fui político, já fui assaltado. Já estive na
pele de policia e ladrão. Mas o amor é a bala e não a arma. Aquele que pega de
raspão, te deixa paralitico ou de mata de uma vez. E vem com força desse jeito.
Mora com você, mesmo que não o queira. Amor não é paixão, não é só tesão. Não
só... É isso e tudo mais. Eu nunca soube amar e ficar são. Amei e foi só uma
vez. Aquele amor que não acontece nunca mais. Esse amor de vulcão.
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