quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

For mercy, No


Eu já te contei como eu gostava de cemitérios? Não era um lance macabro nem nada disso. Eu só procurava por silêncio e paz. As pessoas sempre falaram muito e pecam por falar demais. Sempre tive dificuldade de encontrar um profundo silêncio. Até a minha mente fazer mais barulho do que as coisas ao redor.

Eu sentava lá e ficava olhando os anjos. Aquelas esculturas me diziam tanto, mas tanto! Dedos nervosos riscavam o papel. Matava aula e ia pra lá, tinha que explicar que não era nenhum satanista procurando covas. Tanta dificuldade de entender quanto achar silêncio. E silêncio é tudo que eu quero até hoje. Há tanta arte nele! Há tanta compreensão nos cantos da mente com ele! Mas eu cai fora por um caminho turvo algumas vezes, reunindo espíritos em volta. Algumas vezes pedi por clemência e agora estou prestes a eliminar sua existência. Por mais que não o faça por completo. E eu não serei o último a fazê-lo.
Tudo tem dois lados. Nós sempre falhamos. Estou esgotado e já cansei de implorar por salvação. Eu não vou mais rastejar aos teus pés. Se eu tenho que viver, não vai ser acreditando que tudo depende de um ser que não sou eu. 

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