Foi entre a multidão que se esbarrou cego, aquele que
costumava enxergar a luz no fim da escuridão. Foi alcançando o passo do mais a
frente que chegou do outro lado da calçada, aquele que estava surdo da voz doce
que cismava em sussurrar em sua orelha. A voz de uma lembrança, princesa branca
que mais parecia uma camponesa. Sua simplicidade apesar de toda pose de Joanna
D’arc. Em toda vida nunca deixou se abater apesar de viver apaixonado por tudo
que via, tudo que tocava, tudo que era novo. Apenas fingia, rir, chorar, ter
alguma reação. Até conhecer a pior dor, - da perda. Foi lhe tirado a injeção de calma, a viagem para longe, um paraíso idealizado que talvez nem fosse todo esperança.
Os olhos não viam quando o que mais queria era ver. Estava
longe totalmente, visão, faro. Mas sentia pulsante o enlouquecedor coração. Desejou
parar tudo de uma vez por todas, mas não acabar com a vida. Congelar por dentro, contrair-se. Seria o fim de todo sentimentalismo inútil, ser duro parecia convincente.
Ter uma mão estendida em um momento desses não é inviável,
foi nosso reencontro, senhor maligno.
Não tinha ciência. Assim como não sabia em qual lado do espelho
estava até me situar, também não sabia se eu que estava rezando ou se eu estava
a receber a prece. Para alguns esse é o auge da loucura.
Mexia as mãos como de um maestro pincelando, vermelho, o rosto de
porcelana na tela. O retrato do “eu” adorável “eu” e para ser conveniente, “ela”,claro,
também. Todo o meu propósito, ele me ouviu. Enrijeci, ou apenas me enganei.
Algo que imagino ser impossível, mas não somos incapazes de
planejar mesmo que dê furo ao fim de tudo, podemos sonhar, ainda somos parte do
conto de fadas. Coisas inexistentes.
Fadas...(?) O som de cobertor de pássaros, o ápice da
beleza -tú. Maravilhada onde nunca estivera.
E para esta, o pior dos pesadelos que poderia até
transformar em sonho com umas mudanças aqui e outras ali. Ainda acreditava. Mas estava tão
perdida que não faria, não. Sorria dizendo qualquer coisa, se aproximava e
sussurrava como antes. Parecia mais escura, como disse sendo contra, a inocência
não lhe foi roubada de uma vez. Ainda tão aspirante a toda inteligencia lá da frente e mesmo assim eu não saberia lhe dizer se era amor.
Estávamos de frente prestes a nos tocar, aquele olhar estava
longe porém olhando fixo nos meus lamentáveis. Ouvimos um som estrondoso e uma
cratera se abriu repentinamente. Não poderia fugir do dever, o combinado, meu trato com o maligno.
O vento que de lá saia era quente e baforento em nossos rostos, mas uma vez recuou e eu também. Em pouco tempo tudo se transformava em fumaça. Pude ver o rosto branco a minha procura, pude ouvir os lábios se abrirem vermelhos gritando meu nome. Tolo!
O vento que de lá saia era quente e baforento em nossos rostos, mas uma vez recuou e eu também. Em pouco tempo tudo se transformava em fumaça. Pude ver o rosto branco a minha procura, pude ouvir os lábios se abrirem vermelhos gritando meu nome. Tolo!
Era profundeza, era vazio. Mais escuro que nossas mentes que
tentavam apesar de tudo clarear. Eu a tocaria, ela pediria, mas diante a um precipício
que não se pode pular, nada a fazer, sem culpas diante aceitação. Perdoe-me
princesa, eu segui em linha reta para a estrada do inferno que se abriu atrás
de mim. Uma vez dentro nunca se pode recuar, e estava feito e não tinha como desfazer. E isso só
aconteceu para que eu pudesse me arrepender antes de queimar. Logo tudo clareará
e só verás o limpo sem meu limo e a canção de suas fadas. Interminável fantasia sem um fantasma.
triste fim... mas assim como no seu conto, a vida é feita de escolhas... e consequencias....
ResponderExcluirObs:falei que leria depois que saisse u.u
Incrível... Posso dizer que foi um dos meus textos favoritos, realmente muito bom.
ResponderExcluirquanta honra!
ResponderExcluir