quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Desarranjos


 "A loucura é um simples desarranjo, uma simples contradição no interior da razão, que continua presente".

Eu posso me trancar no meu casulo e não sair nunca mais. Dar umas voltinhas de vez enquando e voltar ao cordao umbilical. Eu não sou sabe-tudo, Abel. Eu não sou tão marrento. Eu não sou o feliz, amigos. Eu não sou perfeito e nem quero ser. Prefiro morrer ao sentir que estou matando alguém. Maldito mentiroso, mente que nem sente. Me chame de crápula, me coloquem atrás das grades. Eu estou doente, cante pra mim, meu anjo bonito, seus olhos felinos, sua pele tão clara, teu rosto de menina tão escuro. Está escurecendo agora. Mas então eu estive abanando as mãos, eu estive contando amêndoas, passeando por ai, brincando de amor, brincando com corações partidos, eu estive por ai com o meu quebrado e sem cola.
Me perdoem, oh não, esqueçam isso. Não tenho que pedir desculpas, nem pedi pra nascer. Gostaria de não está no caminho de alguns assim como eu não gostaria de estar nesse lugar. Mas quem escolhe nao é mesmo?
Eu tinha 15 anos, quando andei pela rua escura de braço dado com o demônio, me achava super independente com aquele cigarro feito na boca. Eu não pude não cair, mas eu pude levantar no chão de carvão, de todo vômito do Zezinho.
Me deixe feliz, cozinhe pra mim, se coloque na panela com um pouco de canela.
O demônio ainda está do meu lado. E as coisas simplesmente acontecem.
Simplesmente morrem, e do nada nascem...
Oh, esqueci de você mas já estou indo. Me perdi na batalha naval e no caça palavras
Mas nem estou precisando me esforçar, está tudo saindo. Que idiota! Podem me elogiar.
Mas eu não quero aparecer, eu estou odiando aparecer.
Qualquer dia me matarei e não vai sobrar nenhuma pista.

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