quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Delinquente

Quer a verdade?
Eu to um lixo aqui dentro
Está fétido! 
Comida largada na pia de 3 dias.
O zumbido das moscas me incomodam
Eu poderia mudar aquilo, mas apenas deixo!

Quer a verdade?
Eu tô doente com teu rosto
E sei que já não é mais felicidade  
E nem nunca foi amor.
Você pediu para que eu trancasse a porta 
Então eu levantei e te tranquei la dentro
Sozinha.

Andei de um lado pro outro, tonto, perdido. Eu não quis voltar ao quarto em que dormias. então peguei a meu casaco e sai a rua fria. Os suspiros mais fortes seguiam de fumaça sem cheiro, era apenas frio, antes de eu acender o primeiro cigarro verde.
Me veio um filme. Filmes loiros, ruivos, você. Me fiz perguntas que não deveria fazer. Eu não estou limpo, amor, estou podre.. Bem podre.
A rua estava vazia, me encostava pelas paredes pichadas e virei no vidro da biblioteca as 8 da manha. Lá estava ela, apenas mais uma que toquei, mas não estraguei. Não a destruí porque ela acordou antes de dormir. Ela levava o lápis a boca e não despregava os olhos da leitura, ao lado tinham mais e muitos livros. com certeza ela continuava indo todos os dias ao mesmo lugar e eu podia encontrá-la. Um amor de vampiro por sua criança, sentia. Mas não de se sentir responsável ou dono. Sabia que era tão livre, tanto quanto eu. Sabia que não era pra mim, alcançá-la. Sei que na verdade nunca vou conhecê-la na real. Será que era apenas mais um mistério que me aguçava? Sim, e também a inocência que transpirava, fascinante. Mas que inocência? Ela não tem.
Desisti. Parei do alto da minha tristeza em sonhos de anjo. Por que você foi e eu continuo aqui? Não acho justo de certa forma, não acho certo. Avancei no auge do meu vicio, aquele que nunca admiti. Tudo era um jogo pra mim, tudo é. E eu sei que posso dar fim quando quero, mas não admito que sei que estou errado.
No fundo, eu quero ser diferente, mas não consigo me firmar em lugar nenhum.
No fundo eu queria conhecer tal caminho, mas indo sozinho sou atraído pelas trevas.
E sei que devo pagar e aceitar meu destino sórdido, porque não passo de um delinquente
Mas não me curvarei ao teu altar. Morro sangrando e vomitando cobras, mas eu não me curvarei a sua mentira e inexistência. Eu nunca acreditei em Papai Noel.


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