segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Um Belo Desastre

Juro que queria ser mais simples, porque as coisas seriam também.
Queria ficar em apenas um lugar e me manter ali.
É, eu queria ser de apenas uma, ter tido apenas uma mulher para ser aquela que eu cometeria minhas loucuras de amor. Eu não queria ser assim tão instável e quando acho que me firmei eu tô solto novamente. Essa sina de pecado vem atrás de mim e quando eu tanto prometi e me vi fazendo isso, já estou repetindo todos os erros pelo qual sou fiçurado. Me oferecem e eu pego, apenas isso.
Ontem me senti louco, rastejei os lábios pelos seus e subi até seu umbigo quando chegou ao auge e contorceu o corpo. Me senti o tempo todo como um crocodilo. O demônio perverso que estava matando tudo ao mesmo tempo. Mas eu não pensava embriagado pela luxúria e amor rebelde.
Que tipo de droga que tem entre tuas pernas que me deixam tão viciado? E quando chego aos teus olhos ainda continuo vidrado. Isso não pode ser normal.
Bem cedo abandonei o corpo nú na cama, ainda admirei por instantes inacreditáveis e sai porta a fora.
Nem sei quantos cigarros traguei, e joguei fora pela metade, outros nem acendi e os jogava fora como se tivesse fumado. Minha cabeça sempre foi um turbilhão de coisas. Tudo vale por libertação, prazer e vitimas. A amargura só aumentava nos dias de solidão. E no fundo não era isso que eu queria, mas do que adianta querer, ir atrás e não ter, não consegui alcançar. Por várias vezes pensei se sou exigente demais com a perfeição, mas dane-se, a vida não é boa pra todos e está mais do que claro que eu não sou um preferido de Deus.
Quando me vi em casa e pude sentar em minha cama, vi meu  mundo de peças soltas continuam aqui, tudo passou e agora me deparo com a minha realidade. Essa é a parte que machuca e se pudesse eu escolheria ficar anestesiado o dia inteiro, seja com drogas, bebidas ou sexo. Pensar e viver é demais para alguém que deseja demais. E se eu não pensasse tanto eu não sofreria. Escolheria a frieza e partiria pra cima dos meus demônios, encarnando-os. Acha que é fácil... ser eu? Acha que é fácil quando olha para a mulher perfeita que está do meu lado. Acha que é fácil quando sabe do meu trabalho e do quanto eu ganho. Acha que é fácil por esse sorriso imbecil que eu coloquei na cara para passear por ai, como um óculos de sol que protege o que tem por trás e mostraria tua alma.
Fácil é julgar e achar, apontar e criticar. Fácil é servir o tempo todo e não questionar do porque você faz isso ou aquilo quando tudo que você segue são regras.
Mas cada um com sua vidinha perfeita, mesmo que seja um engomadinho de gola alta e uma bíblia debaixo do braço vivendo uma mentira e não querendo nunca acordar.
Eu prefiro ter meus olhos bem abertos e enxergar coisas belas e horrorosas. Porque essa é a vida, ela tem o bem e o mal e não adianta você fechar os olhos para o mundo.


Eu aceito quem eu sou, uma bela destruição. E eu sinto muito, mas eu aviso a todos que entram no meu caminho. E antes de pedir pra que você fique eu já te alertei a ir embora. Agora cada um é responsável pelos próprios atos. Não posso me culpar pela merda que se acumulou em sua vida depois de mim. Eu nunca prendi ninguém, você ficou porque quis. Porque lhe pareceu viável, oportuno. Mas sei que no fundo, sou um sonho pra quem se depara. Nem os melhores divinos podem negar que o mal é algo bem atraente.
Então não me culpo. Não sou eu a roda viva? Aquele que se confia em termos, mas no fim sempre irá te machucar. Por bem ou por mal.
Deus, perdoe-me, pois eu pequei, alias, fiz isso a vida inteira. E quando pegava no terço era apenas para contar as bolinhas, se eu o jogasse de uma mão para outra ecoava um barulhinho, eu gostava e depois pendurava no pescoço do cachorro. Ele precisava de uma coleira e iria ser útil de alguma forma.
Onde minhas blasfêmias vão me levar eu não sei, mas você pode olhar bem no fundo dos meus olhos,passeando o olhar por todo meu rosto e ver a minha cara de preocupado com isso.
Eu não sou tudo que queria ser e nem tenho tudo que queria ter. Você também não. Então só espere perfeição de mim quando puderes me dar também. E me tornar. Jamais.
Que brincadeira mais hipócrita!

2 comentários:

  1. Que texto mais, eu sei lá, parece que eu escrevi, ou que você o escreveu lendo meu interior.
    Sabe, HOOJE tive aula sobre Nietzsche e ele fala que a moral não pode nos ser imposta por leis, que as leis são feitas para os fracos que não conseguem domar à si próprios, e para que os fortes (tecnicamente os anarquistas) levem os fracos nos abraços, rebaixando--lhes-se ao nível dos fracos. E nesse texto você disse isso de certa forma, e bom, ficou ótimo, eu sei lá, tudo que tenho pensado ultimamente. Enfim, precisamos conversar Gepeto, saudades das nossas longas conversas.

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  2. Legal que vc se encontre de certa forma no que eu escrevo isso mostra que somos parecidos em algumas coisas. Interessante o que disse. Eu me sinto um Anarquista entao levando os fracos e o mundo nos braços...

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