segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Pântano de Sangue

Parei de frente ao pântano, meus pés foram praticamente me levando aquele lugar. Mas que diferença tinha ali? As mutuas águas avermelhadas em suas mesclas de claridade causada pela lua. Larguei a mala a minha frente e me agachei, olhando ao redor, lua pálida, floresta negra. Poucos eram os que se aventuravam naquele lugar, ainda mais a noite, ainda mais naquela parte do pântano. Era o lugar dos gaviões e corujas. 

Ela estava lá, Necrophy, a coruja, e era como eu a chamava. Ela me olhava com uma profundidade, de um jeito como nenhuma ser humano jamais olhou-me. Eu não precisava sorrir e nem dar boa noite, não precisava ser cordial, era um dos meus seres favoritos e se eu dissesse que a amo teria que fazer com ela o mesmo que fiz com você.


Queria tocar em seu rosto agora, mas ele deve estar deturpado, apesar de fazer poucas horas, eu quero ter uma ultima imagem sua, aquela perfeita. Minha eterna compaixão serás tua. Lhe dei a morte como presente, um dia entenderás. Eu sei que sempre ouviu isso , a vida toda. Mas agora tudo acabou, eu acabei com teu sofrimento e não é preciso mais trabalhar, chorar e reclamar, por isso não deixei que sofresse e foi tudo muito rápido.
Passei a mão na mala e a abri, retirando o saco preto de dentro.
Te abençoarei neste grande ponche, aqui ficará teu corpo, mas tua alma segue a essa grande beleza lunar.
Descanse em paz, meu amor.

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