quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Carta à Radamanthys


Você pensa que sabe tudo e que tudo cabe em sua mão. Quando está aqui com o corpo esticado nesse chão, olhando o céu que mal cabe em seus braços.
Não desista! Hoje tá nublado e amanhã também vai estar, aliás disseram que vai ficar assim até sábado, mas depois abrirá o novo sol de domingo. E quem sabe antes que esperamos...
Não se machuque a navalha e me mostre como é. O gosto de ferrugem sempre me atraiu. Chupar o sangue da ferida. Mas em você sangra-me o coração que em seu alojamento parece grande demais. Pulsando desesperador, chorando junto com o destino.
Eu sempre escrevi nas linhas do seu livro, fictício a me surpreender, real demais.
E agora me sinto como uma delas que um dia se sentiram tão especiais, com toda a certeza de que poderia mudar e até você achou que seria.
Bom mesmo é provar do seu veneno mesmo tendo que morrer depois? Melhor seria se eu morresse mesmo e não apenas em vida. Porque respirar já estava sendo uma tortura até ter seu oxigênio. 
Duas pessoas afogadas podendo respirar em um beijo.

Talvez minhas novelas fazem circunferência pela minha mente por ter feito seu best seller. O medo de cair nas garras do meu Radamanthys e não ser aquela que pode enfim mudar o mundo mesmo tendo tudo pra ser.  
Eu não quero ser um poeta que chora dores de um grande amor perdido.

Mary...

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