Me pego num labirinto e gosto de estar nele. Perco-me de
mim, mas também me perco dos outros. Só quero estar com a cara na parede e que
ela não me reflita. Quero achar um novo caminho sem segurar a mão de ninguém.
Quero ser eu tão doentio como sempre, porque não posso curar meu câncer. Eu não
posso querer salvação se não sou digno dela.
Encontrei cobras no caminho e elas não são tão más assim.
Dependendo do olhar e de sua cor podem significar algo bom. Ouvi isso e pensei:
Estou num sonho? Tenho escolhas e estas geram consequências, outros desejos e
arrependimentos. Eu não consigo ser centrado , perdoe-me. Eu não consigo
prestar depois que passa da validade. Nem todo doce estraga junto, depende da
temperatura, do tanto de açúcar. Cai na novela, na minha novela. Estou andando
e achei a saída, mas voltei pro labirinto, não quero a saída, quero me perder
mais e mais. Entrar por onde saí. Seria mais fácil morrer para não decepcionar
com mais um estado meu sem graça, rotineiro. Era esperado e eu sabia que
aconteceria. Eu não sirvo para a vida florida, seus cantos de pássaros e lindos
pomares. Eu não me sustento de paraíso, de perfeições. Porque são nos defeitos,
nos infernos, nos dramas, na busca pro bem, na vida além, nos segredos, nos mistérios
da vida, no negado, numa corrida de carro, do outro lado do mar, na busca pelo
encontrar é que está a graça, a minha graça está no teatro, no drama, nos vícios
da escrita, o amor da forma mais ousada e proibida. E fora da rotina, totalmente
fora do marasmo, no encargo, do dever. Gosto da surpresa, do fazer por fazer,
por querer, surpreender. Não quero sua cobrança de branco, do claro, da luz, do
amor que seduz a você e não a mim. Quero pular do telhado mais alto, roubar
perucas, riscar meu corpo. Eu não sou o tipo de louco que você é. Não me
conheces, não me julgues, não me meça pela tua loucura. Porque eu sou doentio, invariável,
psicopata, oscilante, inverso. Não sou Deus , nem diabo. Eu sou eu, minha própria
casa, meu próprio Amém. Apesar de ter as duas moradias dentro. Eu me obedeço em
desejos seja por bem ou por mal, ou não necessariamente isso. Ninguém pode me
impedir de viver, nem de fazer, e de me arrepender, porque isso acontece, apesar
de ser bem pouco. Quero uma casa de ‘outra vez’, para que eu possa me fazer
igual e cometer novos delitos, delinquências, loucuras, pesares, queimar papeis
e fazer fogueira para nos esquentar nesse frio Ful, Ana, CIC, Lana, Bel, Trana.
Não importa, dançaremos em nosso Sabath e será meu fim. Meu fim para um novo
recomeço das cinzas.
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