Estamos andando pela neve e não esperava que viraria puro
sangue. Um acidente, um amor improvável, impraticável. E eu sabia, sabia que
não daria certo. Você sempre foi muito que eu podia aguentar.
Não tinha mais o que
ver, largue esse binóculo. Fica de olho no passado. Eu fiz e não adianta indagar
por quê, sem perguntas, apenas abocando. Eu me lembro de um dia que eu tinha
alma, isso faz muito tempo.
Você poderia escolher pelo menos me matar de uma vez e não
ir separando os pedaços de mim. Entenda que eu poderia morrer, mas não chorar.
Eu fiquei incompleto,
desacreditado do nosso mundo e você acha que o cemitério é só seu... Vítima dos
pesadelos de um demônio. Um vigarista, ladrão, aproveitador. Serei o indigente.
Às vezes aqui só eu só posso dormir quando sinto que não
estou sendo observada. E olhando pra esta foto, nós dois sorrindo aos flocos de
neve, eu não posso na acreditar na dor de uma alma que já foi livre e agora só
vai atrás da sua, perdida numa história mórbida. Dança fúnebre que me prende a
essas correntes que não devo, nem quero me soltar.
Eu fiz sozinho, cada
articulação. Montei a armadilha e tu caíste. Minha nossa devo ser mesmo um
psicopata. Mas eu chorei também de chegar a sufocar. Tremi por me enfiar até as
caldas. Quem está na chuva e reclama se molhar?
Acreditar no mundo, ainda nos custará... Muito! Assim como
me custou ficar sem nada, quando apostei todas as minhas fichas em você. Agora,
sepultura!
(Escrito por Mr Nobody & Pollyanna Pasiphae)
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