domingo, 5 de outubro de 2014

“Não há nada aqui”

A tarde caiu, o chão continua no mesmo lugar, eram apenas vertigens e eu achei que caia, mas não. Me deixas tonto. Questiono-me, sonho pesadelos. Pedaços morrem toda noite e renascem pela manhã. Uma coisa falta, mas seguirei meu caminho. Dia após dia, viver é um presente e no presente me faço. Porque o passado não foi o bastante e mesmo assim inocência não passa, permanece o suficiente para a essência também permanecer.
Deus me guie pra casa. A alma confortada. Um dia estarei neste lugar que tanto rodeia a minha mente.
Deus, porque tudo muda? As coisas não estão do mesmo jeito. Os olhares mudam, as arvores são derrubadas, colos não são mais procurados. As pessoas mudam de direção, banalidade aumenta cada vez mais.
Deus, o que acontece que todos estão se tornando cada vez mais vazios. As pessoas não insistem ficar (de todos os jeitos), desistem, não olham pra trás, tornam tudo descartável. Olham para o futuro esperando o que não fazem no presente.
Não há nada aqui que me faça pertencer, eu preciso escapar. Voltar ao mundo que eu sei que estive, antes daqui...
Isso não é uma carta de suicídio. Isso escrevo e não quer dizer que eu esteja querendo perecer ou em desespero com a vida. Tú sabe das minhas linhas a mais.
Está tudo correndo rápido, o ponteiro, as pernas na rua, as minhas inclusive. Mas há muitos sonhos dentro da minha cabeça. Sempre teve... Ando riscando frases numa lista de desejos, uns eu desisti, outros já foram alcançados. Estou ficando velho para algumas linhas, mas isso não me preocupa muito.
Estou no passado? Estou no presente? Isto é presente? Meu passado antes do. Não há nada aqui para eu ver, não há... Por quê? Deveríamos saber, sim. Eu queria ter o poder de mudar o que eu quisesse. Eu tenho, mas não tudo. Uma gota no oceano, dizem que faz a diferença. Isso seria o pensamento de todas as gotas? E se elas não se coincidirem no desejo. Assim como dois irmãos que seguem caminhos diferentes... Assim como amigos que dizem Adeus por dizer ou maldizer.
Deus, o mundo é mal e receio que nunca foi bom. O mundo que é bom às vezes é pura utopia. O mundo bom está dentro de nós esperando pra sair, pra sonhar, pra dizer e não mal dizer. Para fazer e refazer, acredito sim, refazer. Transformar.
Eu quero viver o suficiente para fazer a diferença, para fazer tudo que vim fazer.
Traiçoeira vida, justa vida, caminhos múltiplos. Por quês cheios de respostas. Qual delas? Nenhuma. Uns morrem sem nenhuma explicação, ou todos. Apenas com achismos, com finalizações feitas por si, malfeitas.
Não há nada aí, você não pertence a esse lugar, foi jogado por mim e não pode correr. Apesar de ter vários buracos e ruas.Terá um fantasma em cada esquina, um erro, lágrimas, raiva. Mas brindar-te-ei  com uns sorrisos. O bastante, para ter forças para chorar de novo. Pode fantasiar, mascarar-se. Pode sofrer, padecer. Pode dizer que ‘sim’ e que ‘não’, mas nunca saberá quando dizer, qual o correto... Escolhas! O “ Não’’ pode ser correto sim, não discuta. Aprenda-o. Será o mais usado se for astuto. Sofra garoto, não há nada aí. Mas cumpra tua missão. Por enquanto digo-te “não”.





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