quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Top of the Building



Vamos analisar isso. Você senta e não se conforma. Você levanta e bate nas coisas. Você xinga. Você tem falado mais palavrões que antes. E suas mãos, ahh...Elas tremem bastante. Eles zoam que você tem Parkinson. Mas na última noite essa tremedeira levou a sérios arranhões. Eles dizem “Calma” , mas você cansou dessa palavra. E de ver miséria, corrupção, pobreza e nada pra mudar tão próximo.

Aqueles meninos pediam dinheiro na rua, mas você não sabe se é pra cheirar ou pra comer. Se você dá contribui para o tráfico e coisas genéricas. Se vira as costas é cruel. No meio deles havia uma menina grávida e ela só devia ter 13 anos no máximo. Lastimável.

Estamos todos cansados dos superiores e o que os fazem superiores? Falta de opção impera. Qual ladrão vai ganhar a próxima eleição? Os bons são mortos ou barrados antes que cheguem lá. São só ladainhas. Berço de ouro ou ladrões feitos que se metem na política para se fazerem em montantes de dinheiro enquanto nosso salário é partido pela metade e nem é a metade do que deveríamos ganhar. E com esse dinheiro eles limpam a bunda.

Essas pobres pessoas pegando todas essas doenças. Umas com um porquê, outras sem nenhum. Aquela menina de 16 morreu por não se movimentar. Aquela mulher só porque completou 40 tem doenças dos pés a cabeça. E cada dia um AEDES AEGYPTI vem com uma novidade, amiguinhos!

Olhando para cada lado desse labirinto, a maioria deles dá em precipício. Caminhos são escolhas que dão em mais dois, e mais dois e mais três e não acaba nunca. As vezes você tem que voltar atrás. Mas as pegadas ficam. Para te fazer lembrar que você já esteve ali.

Joguetes e falsetes. Você sofre, paga, conquista, perde. Tem direitos a uns sorrisos, mas a maioria é ilusão ou com limite de tempo . Contando...TIC TAC..TIC TAC...

As pessoas estão cada vez mais imundas, cruéis, imperdoáveis. Mas ainda sim você é obrigado a ser um bom samaritano para não se juntar ao oceano. Aí passa a ser otário. Aquele que nada e nada e nada pra nada. “Ei, calma” Há sempre um pior que você. E isso consola? Porra nenhuma... Nesse momento, você preferia ser (Cachorro,destrato. Planta, desmatamento. Vento, aquecimento global. Morto, espirito) nada. Você queria ser nada.

Você pensa isso. Você grita isso. E o sangue escorre por sua pele, pelas unhas que arranham sem dó. Isso te faz sentir que é ''algo'' e está em vida. Isso não adianta, mas cala a dor de dentro. Silencia tudo e o choro acalma depois do ápice. Você é só mais um humano. Só mais um imundo. E naquelas janelas ali fora, tem muitos fazendo o mesmo que você. Cada um de uma forma. Se cortando, se machucando.

E ai você se pergunta onde que és especial


Queria ser como os loucos, os inconsequentes, os sem vínculos, os que não pensam no amanhã. Queria por momentos ser o drogado da vida, amante da morte, sábio dos deleites, virgem dos pesares. Queria mesmo chegar ao topo e não ter medo, se jogar e não morrer antes de tocar o chão do 23º andar. Queria mesmo ter coragem, ser torpe. Queria não nascer nessa época de anjos lançados a terra. E se for pra ser que seja de uma vez e acabe o mundo. Mas não é assim. O veneno é lento. Tudo é lento demais, mas quando você vê já foi. Simplesmente já foi e está indo rápido. Logo estarão todos mortos e você também. 









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