quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Gênese


Ficamos em guerra e foi de repente.Onde há amor, há ódio.
Ele segurou meu braço e perguntou onde eu pensava que estava indo. Eu só queria correr pra longe.
A ânsia de vomito não passava, era algo que não podia controlar quando via aquele rosto e olhos em fúria.
"-Parece que está tomado por um demônio" Ele gritava, quando só eu via o próprio demônio na minha frente. Eu nunca quis lutar com meu pai, mas essa foi uma batalha necessária.
Sentei-me no chão frio cimentado e abracei minhas pernas, eu pedia pela morte dos dois incessantemente.
Uns dias depois uma mulher com cara de anjo me disse que quanto mais desejamos, acontece de verdade. Eu parei. Então nunca foi do meu amago. Também.. cuspe não é veneno. E veneno eu nunca coloquei na comida. O velho disse que dependendo não mata, apenas faz passar mal. Uma tentativa falha seria péssimo.
Talvez tenha aceitado meu lugar entre a besta. Mas a ideia do paraíso não me sai da cabeça. Como deve ser.. volitar?
Sou seu filho, seu herdeiro. Sou seu filho incurável e venenoso. Um caçador e um fugitivo, o legitimo. O olho que tudo vê, incapaz de vingança. Tem lugar pra mais ressentimentos, jogue-os, junto com sua morte. eu posso carregar. Um dia tudo isso vai ter um fim e serão memórias, apenas memórias.

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