Parei, sentei e fiquei contemplando-te. Acho que nunca vou
me enfadar de fazer isso. O tempo passa e sua beleza persiste. A natureza que me
enjoa só de te olhar por muito tempo. E pior que eu sei quem eu sou, quando
olho em teus olhos, isso quando chego mais perto, o suficiente para sentir meus
pulmões cansarem de funcionar. E meu
coração se sentir em casa.
Meu bem, saiba que é melhor daqui, pensando em como seria se teu mapa
tivesse em minhas mãos. Mas a única coisa que tenho nas mãos é um papel que
amassei e desamassei umas 700 vezes.
Senhora Ingrata,
Eu sei que você sabe que eu nunca fugirei nos cavalos
selvagens
Você sabe, você sabe que eu morrerei nesse sítio. Sem nenhum
portal que aparece na porta dos fundos como saída. Lembra-se daquele pacto? Foi
a maior burrice que fizemos? Já não sei de nada a não ser que eu não fugirei
com os cavalos selvagens.
Você me deixa a par dos seus dias, dos seus cortes, das suas
cores, dos seus pássaros, das suas dores. E você diria que sou digno se eu
perguntasse. Mas que diabos estamos fazendo aqui nessa cama? Eu te vi partir e
voltar umas 800 vezes. Por que não pode ir de vez? E por que não quero isso?
''Cavalos selvagens. Nao poderiam me arrastar para longe.
Cavalos selvagens, selvagens
Nós montaremos neles um dia''
(Wild Horses)
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