Prendeu-me na cadeira e gritou “-Não sai” Não tinha o que fazer,
não podia roer as unhas, nem contar tijolos para passar o tempo com esse teto
liso chapiscado. Senti falta do colo, colo de mãe. “-Não saí!!” Era um futuro
me contando, tentando me mostrar um passado que pode ser virado e não há anseio
de ser feito. Mas há anjos precatando “Um Cometa, enquanto é tempo”. Mas é
sangue que cruza em minhas veias, fervem. Pulsam com fome da sua adrenalina.
São olhos que peregrinam pelas tuas estrelas. Teu céu vermelho passa a ser
alaranjado e então esclarece e eu desvendo que não posso viver sem você. Desvendo
mais uma vez. Uma de mil.
Mas...
“-Não saí”
“-Por quê?”
“-Veja bem. Você já não faça por palavras. Não palavras o que é impossível porque amor não
pensa.”
O rosto dissipou-se,
Os olhos deixaram de ser ofuscados
Dedos inquietaram-se
E a
mente deslumbrou-se.
Não soube o que pensar, só queria voltar a dormir.
Deixa pra amanhã...
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