Ela me abraçou, me segurou forte e não pediu nada. Toda vez
que saia, fechava a porta e jogava a chave, mas sempre pelos cantinhos arrumava
um jeito de entrar. Então ela me abraçou mais forte, segurou como se não
pudesse soltar e não falou nada.
Na verdade ela é algo bom demais, eu não. Vim do mundo dos
estranhos e mascarados. Dos misteriosos e não dos anjos benditos tão ditos na
sociedade que não fazem mal a ninguém. Eu amo a dor e amo tudo que dói, ela não
dói e nem faz doer. Eu tenho um desejo estranho exacerbado, ela só quer amar da
maneira mais simples e doce.
Minha intensificação não pede perdão e o peso das minhas
costas simplesmente não permite que eu seja mais leve. A doçura dela não bate
de encontro com o tanto que mostra. Eu não sei se é embaraço ou vontade de ser.
Eu, como demônio, só quero enlouquecer. Que educação pode
querer de mim? Que eu saia e justifique o que não precisa? Amor basta. Lamento,
mas eu não posso ousar a dar o que não tenho.
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