sábado, 30 de junho de 2012

O tempo não para. Não para, não, não para


Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara


Mas se você achar que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para


Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos. O tempo não para


Eu vejo o futuro repetir o passado, 
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para. Não para, não, não para


Eu não tenho data pra comemorar.  
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha num palheiro


Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro


A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para. Não para, não, não para

"Cantar nunca foi alegria, todo mundo também dá bom dia"


Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras “

 Palavras, palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras, 
 palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  
palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  
palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  
palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras,  palavras, ...

E daí, surpreendentemente, ela começou a falar e falar e falar.
Falar pelos cotovelos, como se estivesse sangrando e esnobando
Ela começou a ser acima de tudo absurdamente escrota
Porque tão perturbada meu amor?Porque gritas tanto deste lado?
Parei o que estava fazendo e dei lhe um pouco de atenção. Olhando para baixo pra que a enxergasse. “-Quer comidinha no bico? Ta com fominha?”
“-Sei que já não é da minha conta e nem eu me importo, pode continuar e pegar até um alto falante, um carro de pamonha. Desculpe, estou rindo. Não és essa coca cola toda.”
Ri de novo sem agüentar o peito cheio.
Minhas inúmeras facetas talvez tenham confundido você. Isso aqui é pra poucos, como uma maldição que muitos não podem agüentar. Se você não agüenta mais troque a musica. Que tal dançar um eletro?Ou prefere nos traçar mesmo o espírito entre nossas linhas; sexo, memórias, amor, loucura, morte e abandono? Foi-se cada coisa, foi-se. Conforme-se! E...
BOM DIA"

"Born Free"


Eu vivi nas trevas por um longo tempo
Ao longo dos anos meus olhos se ajustaram até que a escuridão se transformou no meu mundo e eu pude ver. E então acenderam a luz e minha memória se inundou e agora estou cego. Não tenho muito tempo. Tenho que encontrar, mas por onde começar a procurar? Não consigo pensar. Está muito claro.
Você me manteve aqui curioso em pistas que não pararam de aparecer, você me manteve perto demais de mim mesmo, mais do que eu achava que poderia estar. Eu me descobri em passado, presente e futuro. Pouco menos de incógnita, pouco menos a desvendar. Você me deu presentes em chacina, literalmente até em uma arvore de natal. Mostrou-me que eu nunca estive sozinho, mas eles me esconderam isso a vida inteira. Eu não me importaria que te levassem comigo, quando éramos apenas crianças mergulhadas ao sangue da tragédia. Quando nos tiraram tudo. Sua única lembrança de família e a única que restou, eu.
Agora estou gostando mais de você, agora que está perto da morte. Mas você sempre me fascinou e eu até te amaria de volta como quando tinha 3 anos de idade.
“Não se pode ser um assassino e um herói” você disse. Mas eu não pude, não matando uma irmã, mesmo que ela nunca saiba quem eu sou e se soubesse me rejeitaria. Sim, por isso as coisas não dão certo sempre, porque não funciona assim, ser herói. Até que isso é fascinante.
Você fez mais do que qualquer um para merecer minha faca e eu precisei fazer logo para que te calasse. E agora não há mais um ser vivo que agüente a minha verdade, porque o único que me levaria pra onde realmente pertenço seria você. E você se foi. Porque nunca se conteve. E era como eu, só que sem os códigos de sobrevivência, essa é a diferença entre nós e o porque estou vivo.
A dança do meu diabo com o seu demônio no tumulo do violinista está longe de acabar. Às vezes imagino como seria se tudo que escondido dentro de mim fosse revelado. Mas eu nunca saberei. Vivo me escondendo. A minha sobrevivência depende disso. Imagina só, minha escuridão revelada e meu interior acolhido. É assim que eu queria me sentir. É por isso que entristeço. Seria questão de aceitação ou questão de querer ser herói e não poder ir contra a idéia de assassino? Ser mocinho e vilão ao mesmo tempo.
Estou aqui...
Eles me vêem e eu sou um deles. Nos seus sonhos mais sombrios
E por aqui continuarei
Born Free....

Emboscada

(Texto fictício)

Brincava com a faca ameaçando os próprios dedos, o olhar perverso causado por todo ciúme que havia lhe tomado. Uma ligação foi o bastante para isso. As palavras de sua amiga não saiam de sua cabeça e agora o telefone celular estava tacado a pia cheia de agua junto a louça por lavar. “-Ódio!”. Bateu na mesa com a mão fechada em forma de soco rancoroso, rangeu os dentes e rosnou. Como perdoar uma traição dessas?! Que afronta! Só de pensar que não teria atendido aquela ligação senão tivesse com tanto tédio. Sua amiga só ligava para falar dos outros e opinar na sua invejável vida. Logo agora com tantos problemas, havia recebido uma apunhalada e um milhão de promessas quebradas.

Suas narinas estavam inquietas, a respiração de fogo, soltou um grito desmiolado e agora foi a faca marcando a mesa de madeira com força. Saiu da cozinha deixando o belo  cassoulet  na panela aprontando e a faca em pé na mesa. Não conseguia pensar mais em nada. Nada mais lhe podia chamar mais atenção agora do que sua honra, não poderia se dar por vencida, tinha que tomar uma atitude, mesmo que fosse drástica.
 Entre as escolhas; matar e morrer, seria matar com certeza. Mesmo que isso custasse nunca mais ter seu amor de volta. 
Foi até seu quarto quase todo de vidro, passou o olhar sem ver nada, já impaciente com as idéias tortuosas. Sentou à cama e abriu a última gaveta, só ela sabia, o fundo falso. Retirou a arma de lá e carinhosamente a acariciou. “Tudo vai ficar bem, honey”. Lembrou-se das palavras de amor, dos votos feitos ao vento, as eternas adorações. “Balela!” gritou. “Eu sempre seria sua garota, sempre...”. Estava vestida como devera e um súbito pânico a sufocou. Seria culpa a vir depois que cometesse um assassinato por impulso ou por um coração partido? A verdade é que ela nunca parou para ouvir, nem nunca quis saber das verdadeiras causas. O fruto nasceu podre!Elimine-o! E não queira saber o porque da arvore está servindo frutos assim.

Sua saúde não era das melhores, ainda tossia pela recente tuberculose. Toda sua fachada absurda não era tão falsa assim. Enterrou suas emoções dentro de si. Mas tao profundamente, que não conseguia senti-las. Seu olhar implacável de qualquer sensibilidade sempre demonstrava confiança mesmo que fosse a mulher mais insegura. Se mantia de pé, ali, firme, dura, dentro de si. Mas que escândalo lá trancado em seu âmago!
Ela não tinha idéia por onde começar, mas isso logo se resolveria, cega por vingança. Sem auxilio emocional continuou, cortando matos sem medo de ferir algum animal na grande floresta que a separava de seu destino. Suas pernas seguiam a comando do cérebro e o coração preferiu fechar os olhos, não conseguia vencê-lo. Não agora.
Parou a mão na maçaneta e abriu com cuidado. Seu olhos choravam sem que percebesse, reserva quente no meio de tanto gelo. Era apenas uma mulher machucada com coração esperançoso partido. Apesar de saber que sempre teria seu lugar, estava fora de estar a salvo.
Sabia que sua presença acabaria com qualquer tempo ruim e bom também. Sabia que mandaria para prisão, porque ele se renderia. Um motim de agitação inaguentável .
Observou enquanto identificava o problema, olhou bem nos olhos que ainda era tão condicional a si. Fazia-os brilhar, mesmo que não quisesse. Fazia ser acima de qualquer coisa mais mundo que o mundo podia se tornar, era acima de um espetáculo de maravilhas e terror. Sentiu vontade de cuidar, mas não assumiria. Seria com elegância que lhe cortaria a veia jugular deixando sangrar até a morte. Seria assim seu emergido fim. Aliviaria seu próprio nome dos tabloides, mesmo sabendo que não há crime perfeito.

"Tirem-me tudo e assim eu recomeço"
Em sua mente já havia matado mil vezes, mas ele insistia em conversa, em tentativas complexas. Ela se perguntava onde estava a placa de metal que implicava com a atração das palavras doces, da armadilha dele. Gritou por ela incessantemente. Então resistiu e o coração calou-se, esperou até o momento e assim fez, honey por honey. Era melhor cortar o mal pela raiz de uma vez e chorar o luto também de uma vez, do que persistir no erro e doer lascivamente.
Assim se livraria das palavras de veludo em seu ouvido, do toque falso porém carinhoso. Se livraria das ameaças . Foi isso que fez para deixá-lo em paz, mesmo existindo em prol de sua vivência. Pelo que lutar? Vagar por caminhos até que talvez ressucite .
Vagar até tocar um minimo de felicidade que tinha.
Voar.. Apenas voar até outra emboscada.

"Aqui eu te deixo, amor, para uma próxima vida quem sabe. Um próximo momento em que eu e você sejamos imbatíveis de uma vez por todas. Uma vez que suas promessas não sejam como uma obra sem vigas."

Absolute State




Realmente, definitivamente... Eu sou apaixonado por você
Gamado até o fim. Gosto de te modificar, reclamando um pouco ao pé do ouvido. Gosto de querer chegar à perfeição e por horas achar que cheguei perto até querer mudar de novo. Adoro seu mesclar vermelho e preto, seu clima de fogo. Gosto de sua nostalgia de piano, suas profecias, sua impossível calmaria.
Os sentimentos vão para longe e volta pra mim, você é incrível.
Assusta-me meu auto-retrato às vezes. Assusta-me porque no fundo não sou tão pretensioso. Ou na verdade, quem sabe, a prudência seja a parte, algo que sobra de mim.
Mas o que tem mal nisso? Não é verdade? O que tem de mal se amar...
Nem seria isso a palavra certa. Mas o que tem de mal, amar você, meu prato feito do meu jeito, sem ligar para interferisses. Sem ligar se acham maligno demais, ou às vezes sensível ou frio demais. É meu parque de diversões em circo completo.
É realmente, eu não vivo sem você.

O Retrato Vai Até O Cemitério


Sim eu chorei.
Sua morte, meu fardo.
Mais que a vida.
Eu levei flores,
Ou pelo menos vestígios simples de um buquê
Eu fiz transparecer menos tristeza do que tinha
Era como se seu fantasma estivesse atrás de mim
Observando-me a todo o momento
Mas mesmo assim eu quis estar ali
Sentei e chorei
Não por você
Mas pelo que eu tinha me tornado depois de ti.


Acelerado


Não mais que você, pisando em falso, eu, onde não sabe. Vida, ócio. Esperança, vergonha na cara.Siga, o caminho certo dos vários que você vê no espelho. Diga, somente o necessário. Pare, de enrolar com palavras fúteis. Engane-se sobre felicidade. Falsa, é o que pensa que é. Sim, certeza de que você não pertence a esse lugar, mas insiste. Persistente, segurando mão de estranhos querendo entender pra onde a solidão vai. Ache! Teu caminho. Acorde desse sonho irritante, infante.
Essas pessoas estão querendo te por pra baixo, de levar pelas costas, 
Você não percebe? Perceba que isso é tudo que você não precisa. Só está a garantia do tempo passando e nada acontece. Viva mais! A vida vai parecer mais curta lá na frente, não leve lágrimas para o paraíso por um erro persistido. Você deve ser forte e levar a frente,você sabe que não pertence a esse lugar e que não deve levar suas dores em lágrimas...para o paraíso.

Você sabe que é mais, muito mais.
Diminua esse ritmo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

É realidade...

Não são seus pais, nem o que você é por dentro que te define. é o que você faz. As pessoas tem medo de mudar suas vidas, as vezes se acostumam com ela cheia de merda. As vezes você pensa que seria insuportavel perder alguém que não se vê sem, as vezes só precisa de tempo para por as coisas no lugar. Mas apenas uma atitude sua é o que a sua vida espera para dar o avante. Estaria ai então a bem famosa dita "Estou perdendo tempo", mesmo sendo preciso para por as coisas no lugar. Precisamos de dramas e de um enrredo entre o começo e o fim. E que os fins sejam novos começos sempre, desde que que mundo é mundo que é assim.
Sinta o vento, senão, de que adianta ter asas? Não espere coisas simples, o tempero é pura complexidade.
Muitas guerras poderiam ter sido evitadas, muitas dores também. Tem coisa que não vale a pena. As vezes é preciso acreditar e deixar rolar. Porque tudo pode ficar mais facil sem causar infartos.
Quanto às impressoes de mim, podem dizer o que quiserem. Nada vai mudar quem eu sou.

"Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para se tornar o vilão."

Paciência...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Sem graça, mas é sol

Choveu tanto que quase o céu caiu, a água batia forte indicando tempestade. Ouvi os choros agudos dos cachorros a noite, brigando contra o frio. Tão real que parecia gente. Remexendo na cama pensei como seria a vida sem amma. Se sua alma fosse para outro plano. Aquele barulho não me deixava pregar o olho e turbulência de pensamentos de uma fantasia, vida de mentirinha. Longe demais! A todo momento tem um olho chorando de alegria e outro de dor. A todo momento tem alguém mandando parar pedindo paz e outra querendo mais. A vida dá tantas voltas, precisamos as vezes nos transportar a tantos lugares e voltar ao mesmo para colher frutos finalmente maduros. E se não houvessem tantos enganos? E se soubéssemos sempre no que ia dar ao final de tudo? Não importa, a chuva continua caindo e o frio não me deixando levantar da cama. Não queria ter saído dela, não não.
Mas abriu o dia, apesar das ruas inundadas. As rodas passavam com dificuldade por elas. Luz do dia. Um pouco mais de chuva e finalmente sol. Mesmo que meio sem graça, é sol.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Amma e seu Vishnu


Mais uma sessão descontrole, não podia segurar um pilar para a casa evitar desabar. Esteve ao redor de toda aquela discussão incapaz de mover uma mão. Fagulhas de egoísmo impediam de desejar paz naquele lugar. Preferia os mundos separados, mas queria que tudo realmente acabasse. Rezava para que conseguisse dormir, sem nenhuma fera rugindo a noite. Pior ainda seria acordar com um tiro e estar banhado no sangue alheio. “Mais cedo me disse que eu era anjo, então se eu dormir com você impediria que algo de ruim acontecesse?”. Não era um garoto normal, isso estava claro. Gostava de como era embalado apesar de todo o medo de sua protetora à oferta- lhe carinho. Se ela não estivesse mais ali o que seria do menino? “Só você sentiria a minha falta” Ela disse soluçando segurando seu prodígio no colo quase que derramado como um bebê. E como se ele fosse criança, ainda o chamava de menino.
Ela gostaria de ter crescido na vida e não ter deixado tudo por um casamento. Ela faria tudo diferente nos tempos de hoje. Ela teria apenas um filho. No fundo, ela não sabe o que diz descontrolada em todo seu sofrimento. Acostumada com toda sua doença, aprendeu que certas coisas e palavras são piores que um tapa na cara. Adquiriu o reflexo do grito da amma. Aprendeu e ensinou a segurar a dor, mesmo que suas pernas sangrassem, ela ria debochando com o orgulho transbordando, achando aquilo lindo, não se daria por vencida tão fácil. Cresceu rodeada de pessoas e agora, ali naquele breu, seu filho, único filho que engolia sua mágoa e a dele também. Mantendo-se forte até que amma dormisse, já era hora de chorar com Deus.


Criando passos, criando contos
Buscando letras em seus braços.
Pintando telas, invadindo filmes
Cinema é ilusão menino! Desenrole essa fita!
Sentia-se bebê nos braços de amma, muito perto, tão natural
Não vou fugir, não tenha medo!
Porque a essa hora quem pega é o homem do saco
Já passaram das cinco.O alarme grita
Um monte de crianças foram jogadas no caminhão de lixo.
Aperte-me forte, não me deixe cair, porque sem você não posso durar aqui.

Ofício de escritor


Não estou querendo fazer a pose bom moço agora, aliás, há alguns dias. Estou querendo encarar o circo como ele realmente é. Uma cena especial de Silent Hill com uma música doente ao fundo ao toque de um pianista destrambelhado em seu momento calmo e doce de amargura, tristeza e lembrança. Tocando dores, passando inquietação. E se você se sente bem com ela, sim, é um leitor sádico. Como diz Branca de Neve.
Hoje eu me fecharia entre quatro paredes, não acercado do muro de Berlim, mas me fecharia, ficando comigo mesmo e talvez um pouco com você, pequena, como nos tempos passados. Eu não preciso ouvir ninguém dizer, mas eu também poderia escolher não mais ir até o que me faz mal. Parece que esse gosta... Nostalgia, cenas de terror, psicopatia para sobreviver. Uma escapatória do paraíso.

Enfim, foda-se tudo. Ás vezes é preciso deixar o valioso tempo cuidar de tudo e deixar que as escolhas apareçam sem forçar. É bom ver o lado bom e deixar o resto se aquietar. Eu finjo ter paciência, sabiam? E disso é tudo que eu preciso. O que eu preciso não é mais o que eu precisei ontem e anteontem, e semana passada, e mês passado, e na estação repassada, muito menos à 4 anos atrás.
E você que está vindo aqui, para saber como estou; o que eu penso e o que tá acontecendo na minha vida. Você que veio aqui pra saber se tenho um novo amor, ou sofro por antigos. Você que se vê em meus textos e insiste com as carapuças. Tenho que dizer-te que se engana ao pensar que sabe. Tú de nada sabes, infante.
Eu posso passar horas aqui, posso esquecer-me da vida aqui. Esculpindo minhas lembranças, memorias, desejos absurdos, meu caminho obscuro, falando sobre felicidade, sobre tristeza, enfim momentos. Falando sobre fuga, tratando-me como rei, demônio, o cara com queimaduras, o intocável. Filho do fogo, estancado a neve. Aqui eu posso incendiar casas, derrubar florestas, colocar fogo onde eu quiser, até em você. Posso te amar e te odiar, separado e ao mesmo tempo. Pode haver reciprocidade ou não. Posso contar uma história depois de ter me envolvido com uma música ou depois de ter visto um filme, ou mesmo depois de uma conversa e um mínimo dialogo que a nada levaria. Pode ser sobre você, ou metade de você. Misturando realidade com imaginação, inventário. Isso aqui é tudo meu, uma coisa que ninguém me tira. Não! Não venha aqui para saber do há dentro de mim, ou para saber de meu humor ultimamente. Sou mutante, totalmente transformável a cada linha, a cada postagem diferente. E ninguém nunca vai entender totalmente o mistério por completo, por mais que eu explique linhas, por mais que saibam dos meus mais doces e profundos segredos. Ninguém está dentro da minha cabeça. Não tente entender. Escrever é um dom e um estilo próprio, cada um tem.Encare com suas emoções, aprecie, mas não carregue ao pé da letra, não me faça esboço de tudo isso aqui. Santa ignorância. 


" Escreva com seu coração
Escreva com sua alma
Dê o melhor do seu talento 
E não deixe isso nunca pra trás 
por nada nem ninguém"


Dedicado.
PS: [ Já que já confessei mesmo... Tenho minhas inspirações e, pequena, você é uma das fortes que me impulsionam a continuar isso aqui. Me dando uns chacoalhões quando penso em deixar as folhas de papel e notebook. Esse 'Ps' é um agradecimento, muito isso. (para não dizer apenas isso rs.) No final de tudo vou sempre agradecer a HURRICANE rs']

Just, my mind..

Estou a ponto de te quebrar o pescoço, te massacrar até gritar muito. Gritar até perder a voz. Engasgada com minhas mãos enroscadas em teu pescoço. Subi teu corpo pela parede te fazendo chorar, vermelha com enxofre. Te quis estraçalhada, você e essa sua beleza exuberante e pérfida. Desejo por carniça, é! Sempre soube o quanto exagerado e mortífero eu sou. Mas era só uma imaginação, uma vontade de momento, isso faz parte do amor, não se assuste.

domingo, 24 de junho de 2012

Kiss'


Parece que é tudo ainda como quase 10 anos atrás, ou melhor, parece que isso aprimora. O sorriso e olhar, os mesmo que mexem comigo. Essas suas covinhas na bochecha. Eu poderia ser feliz ali, por momentos. Como me drogar para esquecer, como me onanizar para dormir. O momento com você me faz esquecer a minha doença, de todo meu inferno, do impossível, do indomável. E como seria o momento com você mais profundo, como seria ter você por mais tempo?
Sua timidez me tira do controle, tua boca que não quero parar de beijar, sentir teu carinho que não admito de mais ninguém. Foi segredo as sensações que me fez passar, você disse que pode ver o mundo girar rápido demais, eu pude senti-lo parar. Incendeio teus braços porque és a prova de fogo, tens meus sorrisos sinceros e intimidades porque não é sério. Você e eu, nada sério, uma brincadeira de anos. Quem sabe não seja você de verdade daqui há mais alguns?

Psychosocial



Que canalhice a minha, amores. Eu sou mais falso que um psicopata, eu sou mais tenso que ele, tão estratégico quanto. Que putaria, minhas graçinhas. Eu estive querendo derrubar vocês como o muro de Berlim, quatro deles, sem saída. É preciso matar quando isso acontece. Olhei meu sangue nas mãos e chorei, gritei, acusei-me, sobrando apenas no final o riso...Eu gargalhei. Mas que picaretagem meus anjos, alguns conseguiram ver por trás de minhas lentes. Meus olhos não são da cor que todos vêem, não há tantas cores quanto nos seus. Meu pai me fez com menos perfeição que podia, esqueceu-se de amargurar-me o coração, filho da puta. Eu poderia fazer isso à queima roupa. Eu poderia agir o plano calculado, eu poderia te matar após te fazer sentir o gosto do meu sexo. Ao invés de alimentar comidinha no bico. Ao invés de apenas mandar-te ir embora sem ameaças, mas elas continuam em minha mente. Vai que um dia eu precise de ti, boêmia? Ainda não te darei de carne para a rainha. Seus lábios vermelhos me distraem. Sua pele branca aveludada. Eu gosto quando cantas pra mim, acalma a mente de terrores, de tudo que eu gostaria de te fazer passar neste momento. Acho que tive um momento de “mão acolhedora”. Desejo-te em tortura, sem auto-controle. Desejo calar tua boca para que pare de pedir, te darei tudo à força como queres que eu faça. Tu me amas assim, dissimulado? Quero beber do vinho que saí de tuas veias e me banhar nele. Matar-te-ei em nome de seu amor e em prol do egoísmo, apenas um jogo onde cabeças rolam. 

Matando sonhos



É isso que me faz inteiro agora ou vazio demais por instantes. Enrolando um papel contra a mesa sem deixar cair o pó. Aqui eu vou encostar e dormir, sentir a vibração da atmosfera, ver o sol mais brilhante até o dia virar noite. Aqui eu vou bloquear minha mente, escurecer vestígios que não me interessará mais, apenas me sentir com dormência. Vai ser meu ritual de hoje, deixar nada me afligir, as vozes cessarão e as ilusões também. Não lembrarei de quem precisa de mim, vou ser como uma criança morta à costa. Algumas horas perdido na própria consagração sem motivos, sem porque, adormecendo de uma vida. Correndo o papel á entrada de minha narina em minha nova ordem. Todo conhecimento será obsoleto. Cante-me os sonhos, meu anjo, sim! Você ai na minha frente assistindo minha devastação, meu prazer, minha rebeldia. Acho que estou rindo. Achando graça dessas ondas a minha frente, senti o mar me queimar, mas como? Não sou o cobiçado, nem menos o invejado, não sou nada, porque ninguém me vê aqui trancado em meu quarto. Não farei ninguém me sentir, apenas eu, em mim, por mim. Ahh... Minha libertação à auge do duplo prazer. Ainda está sendo fácil lembrar dos ferimentos, puxei mais um pouco, aspirando. Até que nada fizesse sentido por não ter mais motivos evidentes que me viessem a mente, sem mais idéias, pois acabei de bloqueá-la e continuei rindo e gemendo. A espera não é tão dolorosa, não a de um orgasmo camuflado. Inconsciente ainda tinha o controle por minhas mãos, começando a suar. A coisa mais estranha, sentir-se relaxado e acelerado ao mesmo tempo, ri de novo. Venham sonhos, me alimente porque eu ainda estou respirando com uma vida violada. Viver foi algo que não escolhi fazer, silenciei sufocado até soltar o grito derradeiro, avante a libertação.
Misturando realidade e ficção, chamei nomes, todos meus. Quis estar em braços, mas o anjo estava ali bem no lugar do meu travesseiro. Me rastejei para a cama e me afoguei nos últimos momentos de prazer, fora de tudo e de todos por um grande período de tempo. Eu morto, morri nos braços do anjo...

Roseo-púrpuro-desejo

Do meu lado... Eu sinto você
Do meu lado... Seu cheiro impregna em minhas narinas
Me invade como ninguém a vontade de ter você novamente nos braços
Minha mestiça, princesa parda.
Sabes bem que não sentiria amor por outrem
Quando nenhum outro corpo me convém
Eu nunca me importei de viver em sua função
De fugir para um mundo ao longe dentro de nossas cabeças
Eu nunca me importei ao te ouvir querer, te sentir querer
Quando teu corpo contraía pedindo o meu até estar cansado ceder ao teu
Nunca se importou se nos visse sacudidos, mas sempre usamos vendas
Em mais uma tentativa de ‘esconde-esconde’
Suas curvas é o que não sai da cabeça, o desejo insaciável de querer sempre mais
De querer ao meu lado passar dos limites e regras de Deus.
Do meu lado onde todo o nosso paraíso poderia se transformar em inferno de uma hora pra outra.
Hoje sinto as chamas.
Um tanto mais perdido do que eu achava que ficaria.
Hoje eu sonho com você. Ainda sentindo teu cheiro, menos paladar.
Minha mestiça inalcançável róseo-púrpuro-desejo que sempre existirá, sempre.


sábado, 23 de junho de 2012

Enchanted Childhood


Pelo caminho que os pássaros traçavam. Pousava de galho em galho para que pudesse seguir, para que pudesse ver que as coisas estavam diferentes naquele local...


Costumava haver mais pássaros por aqui e de diversas cores. Essas águas não eram tão escuras. E bem aqui na beira para o rio, havia um caminho que podíamos descer por ele para molhar os pés, alimentar peixes ou colher bananas do outro lado. Em frente o verde tomava o lugar, uma arvore mais torneada que a outra.
Esse quintal também era maior. A direita colhia frutas que chamava de um nome engraçado, não me lembro mais. Era também um lugar de se esconder, bem atrás da casa de ferramentas. Era bom ficar por ali, o céu dali parecia mais limpo, via as gaivotas voarem baixo e bem alto aviões do qual fazíamos sinal iguais bestas. Ali bem a esquerda, nascia a dama da noite, era um pomar, podíamos sentar sem machucar as flores. Mais ao lado uma grande montanha à escalar, eu era o rei do mundo ali em cima, podia vencer todos com uma super espada feita de folha de bananeira. O caminho era grande, saia no grande castelo com um abismo de fogo, só quem passava por ali eram os que podiam voar com enormes asas, dando a volta os zumbis moribundos vivendo ali já sem sentido, alvos de informações, mas eles não eram tão fáceis assim, sofriam de um profundo mal humor. Mas era por ali que garantíamos munição, armas raras e o antídoto para servirem de cura às piores doenças. Não bastou alguns anos para  complementar bruxos, demônios, matadores de aluguel, vampiros e lobisomens todos contra uns e a favor de outros? O que daria se juntasse um grande poder ao outro? Mas era sempre muito difícil. O mundo era muito negro para conciliar todos de repente.
Correu os olhos  pelo lugar, sorriu e entristeceu. Tudo está diferente, falta uma parte essencial. A chuva levou o caminho para rio, a chuva levou as frutas, o pomar e as montanhas. De pé no que seria o meio, agora é fim. E não há tantas árvores assim, umas foram cortadas, outras secaram e umas estão ai ainda, menores. O pássaro ficou triste. Sempre me indaguei como animais choravam e fiquei pensando se ele estava ou não. Deu-me vontade.. Cheguei perto, ele voou, atravessou o rio através da ponte que a chuva também levou. Meus passos retardaram, decidiram voltar. Aquele era o cajueiro Power ranger, ele também se foi. Agora ali tem duas casas a mais... Antes havia mais lugar para brincar e correr. Agora parece tudo ter pouco espaço, um lugar pequeno demais para tanta coisa. A todo o momento tem algo ou alguém para te lembrar que as coisas mudam. A todo o momento, sempre mudam. Até as mínimas coisas te mostram isso, pode ser uma pessoa, uma árvore, um lugar, um rio, uma placa, um desenho, um lápis, uma pedra...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Parque de Sombrio




Eu estava sozinho deitado e acordado assistindo a devastação, passeando por anos memoráveis pedindo para deslembrar. Enfraquecido sentindo o frialdade do desespero e pensando em cada possibilidade que tinha falhado.
Parque de sombras, não importa o quanto eu tente não posso matar a fraqueza que me mantém tão eu, tão longe de mim até que eu possa me reencontrar. Eu não posso matar isso, senão não viveria tanto tempo atrás de mim. Como seria se eu fosse tão forte como pareço ser? Como seria se eu conseguisse virar as costas com tanta facilidade?
Ah sim, as coisas ainda estão sob controle e estou com um sorriso no rosto, quando na realidade eu estou querendo matar tudo a minha volta. E se o próximo a cair for eu, farei isso para sombras de outro dia. Deitei aqui e lembrei-me da frustração, tive que deixar algumas pessoas irem, assistindo os passos finais, nada a fazer.
Eu não posso segurar enquanto a chuva cai, ela é mais forte e mais espaçosa, não cai só em mim. Eu não posso implorar para o trovão não vir dessa vez, a gente não sabe qual é o tipo de tempestade até que ela comece e se mostre.
Tento manter a roda viva girando, de vez em quando mais lento. Tento segurar o máximo por mim mesmo, mas não se consegue isso sozinho. Ficando muito anêmico para me afrontar
Não o quanto eu ame isso...
Não importa o quanto eu tente...
Você aprende a viver sozinho.
E o que acontece quando quebro a linha dos anjos?
Parecendo que ultrapassei a gravidade e todo o espaço vazio?
O que acontece quando você acha um sorriso que todos queriam pra si?
Você sentiu o frio de tempos perdidos? Você pensou no caído e quis a perfeição mesmo que estivesse fora de alcance?
Às vezes eu preciso parar de escutar as vozes e lembrar dos filmes. Aceitar a falsidade como uma coisa que vai sempre estar aqui.
Às vezes eu preciso afastar toda essa merda de mim, me renunciar por uma alma, me deixar fora da balança. Preferir acreditar que não está acontecendo e deixar que toda a chuva lave embora. De algum jeito eu preciso mesmo ir daqui.
Sinto como se estivesse gritando comigo mesmo, infectado com todos os tipos de vírus
Não quero me sentir sem probabilidade, eu não quero ser incógnito
Então não fique a partir do momento em que você só quis me ver pelas costas.


By Myself